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Todos os capítulos do Nosso Passado: Capítulo 81 - Capítulo 90
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Capítulo Onze - 8
Parte 8...— Foi ela - Márcia fechou a cara — Eu já sei que ela deu um golpe na nossa empresa.— Não... - Luiza balançou a cabeça.— Não se esforce, mãe - Mathias sorriu preocupado — Só relaxe e logo vou te levar para casa.— Você viu... Anelise - murmurou.— Eu sei - ele fechou o cenho aborrecido — Vou resolver isso, não se preocupe.— O menino... - apertou a mão dele — Não prestou atenção na criança? - sua voz ainda estava fraca.— Eu sei - ele torceu a boca — Ela tem dois filhos. O menino é mais velho e deve ter tido logo que ela fugiu e se casou.— Oh, meu Deus - ela fechou os olhos — O que eu fiz?— Ela que fez, ela mentiu, mãe - Márcia insistiu.— Não... - ela puxou o ar — Sabe que não... Fui eu.Mathias viu que as duas tinham um código, algo só delas e que ele tinha que saber o que era.Luiza estava arrasada, mas não tanto pela empresa em si, isso ela poderia resolver depois. O problema era que ela tinha um neto e que era de seu filho preferido.Pensou em como Anelise deve ter
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Capítulo Doze - 1
Parte 1...Ludimila levou as crianças para comprar pão na padaria da esquina. Mesmo sendo bem cedo Felipe os acompanhou como sempre, por costume e por segurança.Anelise aproveitou para colocar o café na cafeteira e ligou a torradeira para deixar pronto o café deles. As crianças gostavam de comer wafles na manhã e ela preparou e serviu os pratos de cada um, já arrumando a mesa para quando chegassem.Uma batida forte na porta e o toque repetido da campainha já denunciava quem seria. Jogou a cabeça para trás e resmungou antes de ir abrir a porta.— O que faz aqui tão cedo? - ela reclamou — Poderia pegar o carro de sua mãe mais tarde - ele entrou — Fique à vontade - disse irônica fechando a porta.— Tem algo no fogo? - ele sentiu o cheirinho bom de café novinho.— Só o meu café.Ela voltou para a cozinha e ele a seguiu, puxando uma cadeira e sentando mesmo sem ela mandar.— Posso beber um pouco? - passou a mão pelo cabelo.Ela não o queria ali. Logo as crianças estariam de volta. Sua pal
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Capítulo Doze - 2
Parte 2...Casamento era algo do passado, hoje em dia era uma instituição falida, as pessoas apenas entravam e saíam de um casamento sem prestar atenção nos detalhes que traziam sérios problemas depois. Os próprios pais dele viviam mal.— Você foi feliz com ele? - murmurou a pergunta.— Fui sim - sorriu pensativa — Haroldo foi um marido perfeito em tudo. Nas qualidades e defeitos. Se tivesse que reclamar de algo seria seu excesso de zelo comigo.— Ele a escondeu. Por isso nunca a achei.— É verdade. Mas eu também me escondi - ela assumiu.— E você o amava? - lhe doeu perguntar isso.— No começo não - foi honesta — Ele me ajudou muito e cuidou de mim quando mais precisei. Mas tão logo eu entendi as mudanças de minha vida e o que tinha... Eu me abri para ele e aprendi a amá-lo também - suspirou — Haroldo merecia uma mulher que o amasse e eu soube retribuir. Sinto muito a falta dele - ela abaixou a cabeça um instante — Seria difícil não amar uma pessoa que me deu tanto. Ele vivia para a
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Capítulo Doze - 3
Parte 3...Ele não podia deixar que ela se fosse assim, mesmo com o que havia feito na empresa. Não aceitava isso e não se importava mais com is filhos dela, com sua vida com outro, com sua família.Ela estava ali e seria dele outra vez. Sentiu em seu beijo o que suas palavras negavam. Ela ainda tinha sentimento.Dez anos de dor e saudade. Ele não iria passar por isso de novo ou ficaria louco de vez. Se fosse preciso faria qualquer coisa ao seu alcance para impedí-la de sumir. Se fosse necessário a trancaria em casa, a deixaria presa a ele, qualquer coisa, menos ficar sem ela.Sentiu o corpo estremecer. De certa forma já começava a enlouquecer lentamente. Saiu sem olhar para trás.***************— Por que não vai logo e acaba de vez com isso? - Felipe perguntou quando ela lhe contou sobre a ida ao hospital — Se não for ele vai voltar aqui e continuar a te encher de novo. Já sabe como ele é - a olhou querendo rir — Fez a cama, querida... Agora deite-se nela - sorriu discreto.— Nossa,
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Capítulo Doze - 4
Parte 4...— Eu consegui viver um tempo sem me importar e pensar em você - Luiza disse com voz baixa suspirando — No começo fiquei preocupada com o que estaria acontecendo com a criança - engoliu com dificuldade — Vi meu filho se afastar, virar um bêbado... Sofrer por você... E eu esperava que isso passasse - apertou as mãos — E não passou... Só ficou escondido. Quando o detetive não a encontrou em lugar nenhum... Cheguei a pensar que tivesse morrido - abaixou o olhar — E teria sido bom... Foi o que pensei na época - a olhou de modo cansado — Mas eu me arrependi. Eu sofri junto com Mathias. Ele começou a fumar, se enfiou na farra, saía com várias e não dava crédito às minhas opiniões. Nunca consegui convencê-lo a se casar, ele se fechou para isso.— Tudo isso é culpa sua - Anelise respondeu calma — Você estragou seu filho.— Eu sei - ela fechou os olhos suspirando lento — Mas eu o fiz porque era certo.Anelise deu um risinho crítico.— Repetir isso não vai melhorar sua vida.— Mathias
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Capítulo Doze - 5
Parte 5...— Ele é machista - Márcia disse — Ficou com o ego ferido quando pensou que você o traiu.— Tanto faz - ela gesticulou — Não precisam contar. Tenho muitas obrigações e dois filhos para criar. Não vou perder o meu tempo sendo amante de seu filho só para que ele fique feliz.— Pensei que o amasse - Luiza franziu o cenho.— E o que tem isso a ver? - Anelise riu — O que acha que sou, uma boneca para seu filho? Que vou ficar à disposição dele apenas porque ele é homem e assim quer? - balançou a cabeça rindo — Você está vivendo em que dimensão? - ergueu a sobrancelha — Eu ao amei sim... No passado - deu uma risadinha irônica e fria — Acha que só por isso eu vou mudar toda a minha vida agora? Eu tive um homem que me amou de verdade. Eu sei bem a diferença. Não me tome como a mesma de antes.— E se ele a pedisse em casamento? Se assumisse você como esposa?— Não, obrigada - riu alto — Não tenho a menor vontade de entrar para a família. E com uma cunhada dessa... - olhou para Márcia
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Capítulo Treze - 1
Parte 1...Márcia estava nervosa esperando que Mathias chegasse. Depois que Anelise foi embora, ela ainda tentou fazer a mãe mudar de ideia, mas ela continuava com a fixação de contar tudo a ele.Também estava com medo de que Anelise fosse embora e fugisse com o neto e que se escondesse como da outra vez e ela nunca mais teria outra chance. Estava velha.— Mãe, o que houve? - Mathias fechou a porta — O que o médico disse? - estava preocupado com a saúde dela.— Eu estou bem - ela cruzou as mãos sobre o colo — Não foi por minha causa que eu o chamei.— E o que foi? - ele sentou na cama — O médico não a liberou ainda?— Mãe... - Márcia torceu as mãos nervosa — Não é melhor que isso seja discutido em casa?— Quero acabar logo com isso - ela limpou a garganta.— Vocês estão muito estranhas. Qual o problema agora?— Na verdade é um problema antigo - Márcia disse.— O que foi? - ele franziu a testa — Foi algo com Anelise? Ela veio até aqui para vê-la?— Veio sim... Mas foi tudo... Bem... -
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Capítulo Treze - 2
Parte 2...— E você fez exatamente isso - Márcia disse — Você é orgulhoso demais, irmão. É muito cheio de si.Ele não esquecia das fotos onde mostrava Anelise ao lado de Jonas e Novaes, sorrindo. Seu sangue esquentou.— Depois da primeira briga, ela continuou ligando atrás de você e veio aqui de novo... Então eu aproveitei - Luiza fechou os olhos um instante — Foi quando eu aproveitei que você a deixou sem controle emocional após a briga e peguei pesado, a ameaçando.Ele abaixou a cabeça recordando as palavras duras que tinha jogado em cima dela, sem nem mesmo deixar que falasse nada, apenas tomado pelo ciúme e pelo coração machucado.A chamou de burra, vulgar, interesseira. Disse que ela não valia o esforço, que era uma pobretona que usava para se divertir. Acusou-a de ser ladra e tudo pela raiva e mágoa que sentia.— Eu a peguei depois de nossa discussão e ameacei prendê-la e jogar a avó dela na rua. Eu sabia que a casa ainda pertencia ao banco - pausou um instante — Disse que usari
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Capítulo Treze - 3
Parte 3...— Perdão... - Luiza começou a chorar — Eu estava fora de mim, perdi o juízo... Não sei - chorou — Me perdoe!Mathias perdeu a cor e a compostura. Arremessou o copo com força, que bateu contra a parede e se estilhaçou ao chão, arrancando um grito de susto da irmã que recuou um passo.— Perdão? - ele gritou revoltado — Será que é tão egoísta que não tem um pingo de bondade dentro de você, mãe? E você, Márcia? - olhou feio para ela — O que tem na cabeça? Todo esse tempo... - ele agarrou a cabeça com as mãos em puro nervosismo e estresse — Eu tenho um filho... Anelise estava sozinha por aí, no mundo, longe de tudo o que era seguro para ela... - seus olhos ficaram cheios de lágrimas.— Você não queria filhos, lembra-se? - Márcia disse com medo, apertando os lábios.— Ainda assim, eu nunca iria deixar que ficasse sozinha. Eu assumiria meu filho, cuidaria dela.De súbito, os rostinhos dos filhos dela vieram à sua mente. Obviamente a menina não seria sua, mas o garoto sorridente e
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Capítulo Treze - 4
Parte 4...Mathias pisou pesado no acelerador pensando em como gritou com ela, a acusou de ser ladra, chamou de vagabunda e de interesseira, que só o queria pelo nome e dinheiro de sua família.E todo o tempo ela queria lhe contar a verdade e ele não deixou, defendendo as culpadas, cheio de ódio e mágoa por algo que ela realmente não fizera. Se sentia envergonhado de ter sido tão cego para acreditar nas mentiras da mãe e da irmã. Não lhe deu nem oportunidade de explicar sozinha, longe delas.Ele sentiu anos e anos de saudade. Se sentiu um covarde. Ele nunca disse que a amava de verdade, mas sentia isso quando estavam juntos. Tinham tanto em comum. Ela era divertida, doce, gentil, apaixonada. E ele tinha sido o maior dos egoístas.Não a merecia naquela época, mas queria merecê-la agora. Precisava dela. Desesperadamente. Lhe devia uma vida.Anelise sempre estava ao seu lado, mesmo quando ele não precisava, mesmo sem entender como era a família dele e o que ele passava no trabalho, tendo
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