Contei a Ben sobre o ocorrido pouco tempo antes de ele chegar. Quando acabei, ele ficou um tempo calado, parecendo processar tudo que tinha ouvido. Quando me fitou, perguntou:- Passa pela sua cabeça não contar a verdade a Heitor, em função da ameaça dela?- Não. Embora eu tenha ficado um pouco apreensiva, sei que isso é para o bem de Maria Lua. Não podemos continuar com esta mentira, que a prejudica principalmente pelo fato da certidão de nascimento nos restringir pra caralho.- “Caralho” não fere os ouvidos dela? – ele me encarou – Literalmente “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.- Ah, Ben...- Quase que eu disse ao Thorzinho: “Tchau, lindo, até segunda-feira, na sua casa.”- Nem inventa.- Só pensei, não falei.- Quando você começa?- No início do próximo mês.- Sabe o que me passou pela cabeça, Ben?- O quê? Sinceramente, eu tenho medo do que se passa na sua cabeça.- Que a princípio eu achei que Allan me receberia bem se soubesse que sou filha de Beatriz Novaes. Mas
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