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Todos os capítulos do Nossa Forma de Amar: Capítulo 51 - Capítulo 60
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Valéria encarava o nada, perdida. Não estava mais no hospital, não tinha conseguido ficar lá. Foi tudo tão rápido, inesperado, desesperador.Ele já estava vestido, sentado na cama, esperando a alta. Ela e os amigos estavam no quarto, rindo de alguma piada de Pablo. E então Dom começou a arfar, ficou pálido, engasgado. Caique se aproximou depressa, os olhos arregalados.“Enfermeira! Ele está tendo uma parada cardíaca.” Gritou, assustando os demais. “Aguenta firme, Dom, aguenta firme.”“Domzinho, eu to aqui, tá bom?” Valéria segurou a mão do marido, que a encarou com os olhos saltando para fora no esforço de respirar. “Aguenta firme, meu amor, por favor.”Mas ele não aguentou. Ele lutou a batalha com tudo o que pôde, mas o inimigo foi mais forte. O câncer debilitou seu corpo, corpo
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Rudá encarava seu reflexo no espelho, em silêncio. Estava no quarto de Elis, no qual havia dormido na noite anterior, e eles se arrumavam para o enterro de seu pai.Enterro. A cada vez que pensava nessa palavra, sentia o corpo arrepiar. Até aquele momento, ainda não era real, definitivo, mas ali seria. Seu pai seria sepultado, teria o corpo coberto de terra e pedra, e Rudá nunca mais veria o homem que o havia criado e dado amor por toda a sua vida.“Amor?” Elis se aproximou dele, os dois se encarando pelo espelho. “Está pronto?”“Não, mas nunca vou estar.” Ele ajeitou a camisa branca, suspirando.“Você sabe que eu não vou sair do seu lado, certo?”“Sei, e isso me conforta muito.” Rudá a abraçou, beijando sua testa.

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A vida foi, aos poucos, voltando aos eixos após a morte de Dom. Todos sabiam que o primeiro ano seria o mais difícil de todos, e tendo quatro crianças para sentirem à perda do pai, Valéria precisaria de muita ajuda.Durante os primeiros meses, praticamente, os trigêmeos não dormiram em casa. A presença do pai era muito forte ali, e por mais que tentassem, não conseguiam aguentar. Rudá e Leon quase sempre dormiam na casa das namoradas, vez ou outra ficavam com Eric ou Luan. Já Susi foi quase de mala e cuia para o apartamento dos Gandia, e não era difícil que Eric pernoitasse na casa dos tios, lhe fazendo companhia.Kaio se entregou de vez a fé judaica, com o apoio da mãe, em sua própria forma de lidar com o luto e a ausência do pai. Rudá voltou a escrever com frequência, na sua melhor forma de externar a dor. Se não fosse por Elis para
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Elis estava inquieta. Por conta dos dias de festival, Rudá não estava dormindo em sua casa, e sim na de Luan.Porém, o namorado estava distante e estranho, e ela não sabia porquê.Ou melhor, sabia, mas não queria aceitar que ele talvez não estivesse feliz por sua conquista com o Bolshoi.“Hey!” Sorriu ao vê-lo chegar em sua casa, na tarde de segunda. “Como você está?”“Bem. E você?” Ele sentou no sofá à sua frente, o rosto uma máscara sem expressão.“Um pouco cansada ainda, foi uma semana puxada.” Ela colocou o cabelo atrás da orelha, ansiosa. “Rudá, eu queria conversar com você sobre...”“Eu te trai.”“O quê?&rdquo
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“Eu tive uma ideia, recentemente.” Ele atraiu a atenção da esposa. “Mandar a Maju estudar fora.”“Fora? Fora do país?” Se espantou Carola.“Sim. Carola, a Maju está no quentinho. Ela faz tudo o que faz porque nós protegemos, limpamos as cagadas dela! Talvez, enfrentando o mundo como ele é, sem alguém para limpar as merdas dela e livrar ela das consequências, a Maju amadureça.” Darlan explicou sua ideia, vendo a esposa se afastar, tensa.“Isso não é sermos omissos, Dan? Entregar nossa filha para o mundo?”“Nós já estamos entregando, Carola. A diferença é que não temos deixado que a Maju colha as consequências.”Lembrou o marido. “Não precisa dizer nada agora. O a
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“Ele é filho do seu pai, querida, não tem o que fazer.” Riu a mãe, lembrando do estilo casual e desleixado que o marido cultivava até os dias atuais. “Mas... O quê?”As duas viram com espanto quando uma das vendedoras se aproximou de Ryan e começou a gritar com ele, apontando a saída. Apertaram o passo, tensas, e começaram a ouvir a gritaria.“Sai daqui, garoto, aqui não é lugar para você.” Mandava a vendedora, irritada.“Mas...” Ryan tentava falar, sem conseguir brecha.“Ainda por cima com um sorvete. Se você sujar alguma dessas roupas, sua mãe vai ter que vender a casa para pagar. Isso se tiver mãe, né?” Desdenhou a vendedora, o olhando com repulsa. “Molequinho encardido.”“O que e
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A vida foi, aos poucos, voltando aos eixos após a morte de Dom. Todos sabiam que o primeiro ano seria o mais difícil de todos, e tendo quatro crianças para sentirem à perda do pai, Valéria precisaria de muita ajuda.Durante os primeiros meses, praticamente, os trigêmeos não dormiram em casa. A presença do pai era muito forte ali, e por mais que tentassem, não conseguiam aguentar.Rudá e Leon quase sempre dormiam na casa das namoradas, vez ou outra ficavam com Eric ou Luan. Já Susi foi quase de mala e cuia para o apartamento dos Gandia, e não era difícil que Eric pernoitasse na casa dos tios, lhe fazendo companhia.Kaio se entregou de vez a fé judaica, com o apoio da mãe, em sua própria forma de lidar com o luto e a ausência do pai. Rudá voltou a escrever com frequência, na sua melhor forma de externar a dor. Se não fosse por El
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Era mais um dos dias difíceis de Roberto. Lilian ligou para Pablo e Marcela assim que o dia amanheceu, avisando que o marido havia saído pela rua de pijamas, bradando que não estava em sua casa e recitando o antigo endereço.Pablo, então, se dispôs a passar o dia com os dois, para ajudar a conter Roberto se necessário. Levou Gabe junto, para que Aline fosse para o trabalho, e combinaram de almoçar todos juntos.A doença de Roberto, infelizmente, progredia muito mais rápido do que tinham imaginado, e não era incomum que ele não reconhecesse os filhos. Por vezes, chamava Luna e Eric de Aline e Mariano, perguntando aonde Pablo e Marcela estavam escondidos.“Precisa de ajuda, mãe?” Pablo entrou na cozinha, encontrando Lilian preparando o almoço.“Seu pai?”

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“Sai da minha frente, Luan! Eu vou matar o Rudá!” Luna rosnou para o namorado, assim que ele abriu a porta.“Vamos matar, você quis dizer.” Nita e Susi estavam junto com a amiga, Eric e Leon mais atrás, confusos.“Se acalmem e escutem ele, antes de tudo.”“Não tem o que escutar! Meu irmão... Ele não merece nem ser chamado de meu irmão!” Gritou Susi, entrando no apartamento dos Cavalieri. “RUDÁ, SEU DESGRAÇADO, VEM AQUI!”Todos marcharam pelo apartamento até o quarto de Luan, encontrando Rudá na cama do amigo. Encolhido e chorando, inconsolável.“Chorar não vai adianta em nada, Rudá!” Rosnou Nita. “Como... Como você pôde fazer isso? Como pôde trair a Elis? Dizer aquelas c
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“Luna?” A porta foi aberta, revelando Luna, Bina e Lily, com Gabe agarrado na mão da irmã mais velha.“Oi, Luna?” A mais velha encarou a porta, tentando disfarçar a cara de choro.“Vocês estão tristes porque todo mundo foi viajar e vocês ficaram aqui?” Perguntou Lily, envergonhada.“Não, pequena... Nós só estamos cansados.” Luan tentou sorrir para a irmã.“Eu sei que não está sendo legal... O tio Dom morreu, a Elis foi morar longe, a Maju fica aprontando, o vovô Roberto tá doente. Mas hoje é aniversário de vocês.” Bina sentou na perna do irmão, que se sentou e a abraçou. “O papai e a mamãe estão tristes de ver vocês tristes, e a gente também.”“Nós também estamos tristes, pequenas. Vem cá.” L
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