A vida foi, aos poucos, voltando aos eixos após a morte de Dom. Todos sabiam que o primeiro ano seria o mais difícil de todos, e tendo quatro crianças para sentirem à perda do pai, Valéria precisaria de muita ajuda.
Durante os primeiros meses, praticamente, os trigêmeos não dormiram em casa. A presença do pai era muito forte ali, e por mais que tentassem, não conseguiam aguentar.
Rudá e Leon quase sempre dormiam na casa das namoradas, vez ou outra ficavam com Eric ou Luan. Já Susi foi quase de mala e cuia para o apartamento dos Gandia, e não era difícil que Eric pernoitasse na casa dos tios, lhe fazendo companhia.
Kaio se entregou de vez a fé judaica, com o apoio da mãe, em sua própria forma de lidar com o luto e a ausência do pai. Rudá voltou a escrever com frequência, na sua melhor forma de externar a dor. Se não fosse por El
Era mais um dos dias difíceis de Roberto. Lilian ligou para Pablo e Marcela assim que o dia amanheceu, avisando que o marido havia saído pela rua de pijamas, bradando que não estava em sua casa e recitando o antigo endereço.Pablo, então, se dispôs a passar o dia com os dois, para ajudar a conter Roberto se necessário. Levou Gabe junto, para que Aline fosse para o trabalho, e combinaram de almoçar todos juntos.A doença de Roberto, infelizmente, progredia muito mais rápido do que tinham imaginado, e não era incomum que ele não reconhecesse os filhos. Por vezes, chamava Luna e Eric de Aline e Mariano, perguntando aonde Pablo e Marcela estavam escondidos.“Precisa de ajuda, mãe?” Pablo entrou na cozinha, encontrando Lilian preparando o almoço.“Seu pai?”
“Sai da minha frente, Luan! Eu vou matar o Rudá!” Luna rosnou para o namorado, assim que ele abriu a porta.“Vamos matar, você quis dizer.” Nita e Susi estavam junto com a amiga, Eric e Leon mais atrás, confusos.“Se acalmem e escutem ele, antes de tudo.”“Não tem o que escutar! Meu irmão... Ele não merece nem ser chamado de meu irmão!” Gritou Susi, entrando no apartamento dos Cavalieri. “RUDÁ, SEU DESGRAÇADO, VEM AQUI!”Todos marcharam pelo apartamento até o quarto de Luan, encontrando Rudá na cama do amigo. Encolhido e chorando, inconsolável.“Chorar não vai adianta em nada, Rudá!” Rosnou Nita. “Como... Como você pôde fazer isso? Como pôde trair a Elis? Dizer aquelas c
“Luna?” A porta foi aberta, revelando Luna, Bina e Lily, com Gabe agarrado na mão da irmã mais velha.“Oi, Luna?” A mais velha encarou a porta, tentando disfarçar a cara de choro.“Vocês estão tristes porque todo mundo foi viajar e vocês ficaram aqui?” Perguntou Lily, envergonhada.“Não, pequena... Nós só estamos cansados.” Luan tentou sorrir para a irmã.“Eu sei que não está sendo legal... O tio Dom morreu, a Elis foi morar longe, a Maju fica aprontando, o vovô Roberto tá doente. Mas hoje é aniversário de vocês.” Bina sentou na perna do irmão, que se sentou e a abraçou. “O papai e a mamãe estão tristes de ver vocês tristes, e a gente também.”“Nós também estamos tristes, pequenas. Vem cá.” L
“Cadê o Ryan?” Darlan entrou na casa dos Rivera possuído.“Calma, tio, ele ainda está assustado.” Pediu Elis para o padrinho do irmão. “Meus pais estão com ele no jardim, mas ele não está bem.”“Eu vou lá.” Avisou o homem, marchando para o fundo da casa.“Seu tio nunca se conformou quando isso aconteceu com o seu pai. Fica ainda pior quando é com o nosso afilhado.” Explicou Carola, dando um beijo na menina. “Eu vou lá com eles.”“Pode ir, tia.” Elis abraçou Nita, deixando os mais velhos irem cuidar de seu irmão. “Cadê o Nico?”“Meus pais deixaram ele com a minha avó, acharam que o clima estaria muito tenso para ele vir para cá.” Explicou a Zendaya. &ldq
“Hey.” Elis chamou Rudá, que estava sentado na escada. “Entediado?”“Sem sinal de celular. E o wifi da casa foi jogado na piscina.” Ele contou, lembrando da bagunça de momentos antes. “E você?”“Cansei de segurar vela. A Luna e a Susi estavam louca para se atracar com o Luan e o Eric, e seu irmão já deu um perdido com a Nita faz tempo.” Ela sentou ao lado de Rudá, os dois em silêncio. “Eu sinto a sua falta.”“Eu também.” Ele encarava o colo.“Eu sei a verdade.”“Eu sei que sabe.”“Você não tinha esse direito... Soldadinho.”“Desculpa, bailarina, eu só... Queria que você fosse livre. Minha prisão é eterna, mas a sua não precisa ser.” Os olhos dele estavam cheios de lágrimas ao dizer aquilo.&l
O grupo de adolescentes corria pelo estacionamento do hospital, aflito. Leon e Elis praticamente carregavam Rudá, diante do desespero de Eric e do fato de Luan quase carregar Luna, que chorava aflita pelo padrinho.Irromperam na emergência do hospital, avistando seus pais.“Mãe.” Eric gritou e correu, se jogando sobre Marcela e abraçando, aos prantos.“Calma, meu tesouro, calma.” Marcela também chorava, mas tentava tranquilizar o filho.“Padrinho...” Luan chamou Pablo, indicando Luna. O Gandia caminhou até a filha, a pegando no colo e indo se sentar.“Como o tio Mariano está?” Perguntou Elis, agarrada em Rudá.“O papai está lá dentro, acompanhando-o. Não sabemos muita coisa, filha.” Megan estava ao lado d
“Como está se sentindo, tio Mariano?” Perguntou Susi, sentada na beira da cama do homem, já em casa.“Bem melhor, querida, obrigado.” O homem sorriu. “Desculpe o susto.”“Ah, essa família gosta de emoção, né?” Os dois riram. “Ele não sai daqui, né?”“Tem dormido no chão, todos os dias.” Mariano encarou o filho, que naquele momento dormia no local que a mãe ocupava na cama. “O Eric não é superprotetor, sabe? Mas de uns tempos para cá, virou um leão com todos nós.”“Desde que meu pai morreu.” Lembrou Susi. “Ele tomou como missão pessoal cuidar de mim.”“Tem muito a ver com o nome dele, sabe? O príncipe do lar, que cuida de todos n&oa
“Jura por Deus que você está vindo buscar a Luna a essa hora, Pablo?” Junior ria da cara do compadre, enquanto Aline revirava os olhos.“Eu ainda não acredito que ele me convenceu a tirar o Gabe de cara a essa hora.”Ela indicou o filho, que brincava com a cara de Marlene.“Um pai não pode sentir saudade da filha e querer que ela durma em casa? De preferência no nosso quarto, sob a minha vista e longe do namorado?” Se defendeu o Gandia.“Eu realmente não sei se te amo ou te mato, Pablo.” Aline revirou os olhos, enquanto esperavam o amigo loiro destrancar a porta. “Ele está pesado, Marga?”“Que nada, amiga, está tranquilo. Eu sinto falta de um pequeno assim.” A Cavalieri abraçou a criança, que sorriu e começou a beij