Receber a notícia de que minha melhor amiga iria embora do convento me deixou arrasada, mas eu não demonstrei. Como sempre. Embora eu tivesse somente dez anos na época em que meus pais morreram, eu ainda conseguia me lembrar deles e definitivamente me lembrava de como eles me criavam para ser uma criança forte e independente. Aprendi e engolir minha dor. O primeiro baque veio com a notícia da morte deles, me desesperei, gritei, chorei até que não houvesse mais lágrimas. Então eu me fechei no mundo, não falava, não brincava, não respondia ninguém. Minha família, ou melhor, meus parentes conviveram com isso durante alguns meses, mas logo depois me jogaram nesse fim de mundo que chamamos de convento. Eu era somente a garota estranha, a que não falava ou brincava com ninguém, até que a Rose chegou. Não sei se ela se lembra do primeiro dia em que nos conhecemos de verdade, mas eu sim. Estava
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