Fábio. Esse era o nome do meu marido, o pai dos meus filhos e do meu destino. Fábio, Fábio, Fábio. Durante muito tempo, não consegui pronunciá-lo sem que a culpa acompanhasse as palavras.Parado na minha frente, indefeso e inseguro, seus lábios revelavam sua doença. Minha mente misturava as informações do presente com as imagens do nosso passado. Um filme antigo mostrava nossos melhores momentos: o casamento, as crianças, o futuro e tudo aquilo que parecia suspenso, ou melhor, retirado de nossas vidas.Fábio repetia as palavras do médico, porém, as questões que se formavam em minha mente me impediam de assimilar o relato. Por quê? Ele sairia ileso daquela doença? E os nossos filhos? Eles precisavam de um pai, precisavam do Fábio. A impotência pesava em meu estômago, assim com a raiva, o nojo, o arrependimento e, por fim, a vergonha. C
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