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Todos os capítulos do A Flor da Esperança - Livro I: Capítulo 11 - Capítulo 20
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CAPÍTULO DEZ
No primeiro lar para crianças que encontraram, as funcionárias não tinham a menor ideia de quem era Anthony ou a criança. Não recebiam um bebê recém-nascido há meses. Ravenna inspecionou todos os bebês do orfanato e não achou a filha entre eles. Já estavam na estrada há 3 dias, paravam em estalagens para dormir, alimentar-se e trocar os cavalos, e no dia seguinte seguiam viagem até o próximo lugar da lista. Passaram sete dias viajando atrás de todos os orfanatos próximos até chegarem ao orfanato St. Joseph. Ravenna estava exausta e malnutrida, não comia uma refeição decente há mais de duas semanas, não conseguia pregar os olhos a noite e chorava sempre que estava sozinha. Jaden e Meredith eram seu braço direito e esquerdo, e a esperança de encontrar a filha era o que a mantinha de pé ali.
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CAPÍTULO ONZE
A cidade continuava a mesma de sempre, cinza e suja, cavalos e carruagens empesteando as ruas que, mesmo na baixa temporada, já possuíam um odor característico de Londres. Algumas pessoas andavam pelas calçadas como se não houvesse amanhã enquanto outras sorriam e pensavam estar em algum tipo de passeio pitoresco. Em todos os casos, todas aquelas pessoas eram insignificantes, poderiam cair ao chão sem vida naquele instante e Ravenna acharia algo natural e talvez, até agradável.  Ansiava apenas por chegar em casa o mais depressa que pudesse para ver a mãe, a carta não explicava que doença ela havia contraído, apenas dizia que não havia muito tempo, o que deixara Ravenna com o coração apertado de preocupação. A viagem de volta transcorrera sem qualquer agitação, Meredith dormia durante a maior parte da viagem, enquanto Ravenna observava a pai
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CAPÍTULO DOZE
A aristocracia inglesa não passava de uma grande hipocrisia disfarçada de bons costumes. Os nobres expunham uma vida de moral imaculada, de acordo com a visão da atual soberana, quase passíveis de canonização. Mas por trás das cortinas escondiam toda a sua depravação, imundice e pecados.  Governados por alguém que considerava as mulheres inferiores aos homens, a nobreza era um verdadeiro show de horrores para Ravenna. Enquanto divagava perdida em seus pensamentos, ouviu alguém bater à porta e Darcy logo se agitou em seu colo. — Entre — ela ordenou, imaginava que Meredith viria trazer seu chá e checar o novo residente antes de ir dormir. — Milady...  — Meredith lhe chamou, a hesitação aparente em sua voz — Nós temos algo importante para lhe falar. Ravenna girou o corpo no
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CAPÍTULO TREZE
Seymour House. Londres, 1844 Killian Harvey Crawford Seymour, Visconde de Combermere, primogênito de Michael Harvey Crawford Seymour e Samantha Harvey Crawford Seymour, era o herdeiro do título de Conde de Beaumont, e único irmão de Hellen. Aos vinte e quatro anos o jovem cavalheiro já visitara quase toda a Europa e também a América. Passava mais tempo pelo mundo do que próximo à família. Killian não sentia-se em casa na Inglaterra e muito menos dividindo a residência com seus pais, por isso os evitava ao máximo. Desde criança aprendera a nunca questionar a autoridade de seu pai — o oitavo Conde de Beaumont era um homem frio como um inverno congelante — e a jamais cometer um erro sequer em sua presença. Michael era o típico nobre inglês que visava apenas a riqueza e a glória. Um
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CAPÍTULO QUATORZE
Paris, 1846 Dois anos em Paris não servira para amenizar o remorso de Killian, que seguia em sua missão de afogar sua culpa por sua irresponsabilidade indo a festas e se embriagando. Killian voltava para casa ao amanhecer após uma noite inteira regada a mulheres e bebida, seguia cambaleante pelas escadas quase derrubando seu valete ao tentar lhe entregar a bengala e o chapéu. O criado o avisou sobre as correspondências do dia e enfatizou que a condessa enviara uma carta urgente para o filho. Killian desconfiou ao ouvir que sua mãe escrevera para ele, a mulher nunca nem sequer notara a existência do filho, o ignorava bem como ignorava Hellen. Como não estava em condições de interpretar qualquer mensagem escrita por qualquer um, decidiu ler a missiva quando estivesse minimamente sóbrio.Já era quase noite quando Killian, enfim, acordou. A
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CAPÍTULO QUINZE
Londres, 1846 Ravenna adorava visitar a casa da senhorita O’Hara, ou como gostava de chamá-la: srta. Mela.           A família O’Hara possuía um grande casarão em uma das ruas mais prestigiadas de Londres, além de uma majestosa propriedade no campo. Ravenna adorava o bom gosto e requinte com o qual tio Dom decorava cada cômodo da casa. A rainha poderia pedir-lhe conselhos sobre moda se não fosse tão esnobe. Ravenna aguardava a amiga em uma sala ampla decorada por quadros de paisagens ao ar livre, alguns retratavam praias e mares de diferentes lugares do mundo. Ravenna sabia da paixão de Eva pelo Brasil e acostumara-se a ver sempre algo na casa que remetia ao país, um dos quadros retratava o que Ravenna imaginava serem as praias do Rio de Janeiro. As paredes eram de um t
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CAPÍTULO DEZESSEIS
— KILLIAN HARVEY CRAWFORD SEYMOUR! — Uma voz irritada e indicando um péssimo humor, o berrou enquanto sacodia o corpo de Killian, que sentiu a claridade invadir o cômodo segundos depois. Mas qual cômodo? Killian pensou. — Eu não ficarei aqui a manhã toda, seu bêbado miserável! COMO PÔDE VOLTAR PARA CASA, EXPULSAR NOSSA MÃE E NEM SEQUER VIR FALAR COMIGO? — A garota continuava berrando aos quatro ventos fazendo até com que Pierre, o valete, fizesse cara de quem estava prestes a ter os tímpanos estourados. — Hellen, por favor não grite ou você me matará antes mesmo que eu consiga levantar desta cama. — Killian respondeu e abriu os olhos relutante inspirando profundamente.— Não estaria assim se não tivesse bebido até desmaiar! Seus amigos precisaram carregar voc&e
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CAPÍTULO DEZESSETE
Crawford House, 1849 Após três longos anos residindo no campo, Killian e a irmã criaram uma rotina confortável, onde apenas o conde viajava para Londres afim de tratar de assuntos políticos na câmara dos Lordes, e voltava assim que suas obrigações chegavam ao fim. Hellen permanecia em Crawford House em tempo integral, nas horas vagas aprendia por conta própria a tocar violoncelo na companhia da Srta. Reed, sua preceptora. Emilly Reed era sua melhor amiga, sua confidente e aquela que a ensinava a controlar seus impulsos. Killian fazia sua parte e tratava a irmã com carinho e lhe dava toda a proteção que ela poderia precisar, contudo, haviam determinados assuntos que apenas a Srta. Reed entendia. Como por exemplo, as regras de Hellen, que começaram logo após sua vinda para o campo. Ela não poderia conversar sobre aquele assunto com Killian, de jeito nenh
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CAPÍTULO DEZOITO
Hellen ficou assustada ao ver a mulher desmaiar em pleno salão de baile, ela rodopiava em um segundo e no outro estava caída aos pés de Killian banhado em ponche. Teria achado graça da cena se não estivesse nervosa pelos olhares que Lorde Desmonds lhe oferecia. Não entendeu qual fora o motivo para Killian confiar sua segurança ao barão, mas ela confiava no julgamento do irmão, então se deixou levar pelo homem que a guiava por uma das portas francesas que levavam aos jardins.                          — Não se preocupe, seu irmão nos encontrará assim que terminar de socorrer a dama desacordada. Mas, diga-me, Lady Seymour. Por que decidiu debutar este ano? Uma beldade como você podia ter debutado desde os dezesseis. — Chestter disse en
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PARTE DOIS - PER RICOMINCIARE
Roma, 1851 Dois anos em Ravena; um ano em Berlin; um ano em Paris; um ano em Roma. Essa fora a jornada de Ravenna até agora. Manter-se longe da Inglaterra era um bálsamo para sua alma — se é que ela ainda possuía uma— e para sua mente. Vinte e seis anos. Ela completava mais uma primavera nesta noite. Estava cansada de completar primaveras, todavia, parecia impossível que permitissem a ela finalizar este ciclo. Ela vivia o tempo roubado de outra pessoa, alguém que merecia respirar, enquanto ela merecia nada mais do que vermes rasgando sua pele. Que ironia do destino, permitir que pessoas desalmadas andassem por este mundo enquanto os bons partiam para o além. Seu pai mantinha os olhos sobre ela, mesmo em outro país. Desde seu regresso da Escócia, ele a vigiava de perto para garantir que estava tudo bem. At&eac
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