25 de julho, sábado, Duas semanas e meia antes do lançamento. Durante aquela noite, após deixar o edifício A às pressas sem informar ninguém — com o nó da gravata frouxo e as meias na pasta —, Estefen parou em sua própria sala de estar, em seu apartamento na cobertura de um condomínio da Zona Alta, e observou através da janela o movimento do tráfego na rua. Martirizava-se pelas últimas horas; um sentimento frio, comparado apenas ao estertor de um condenado à forca, aderira-se aos seus ossos como velcro, e neles se demorava. No caminho para casa, projetara uma série de cenários; dentre eles, algumas ideias de como se esquivar das consequências terríveis que se preparavam para descender sobre ele como chuva ácida. No fim, apenas se posicionara ali, onde já estava há mais de meia hora, de braço cruzado à altura da barriga, mordiscando a ponta do indicador. Não estava calmo. Sentia-se o oposto disso. Mas havia algo
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