Dorotéia Chego no meu apartamento um pouco depois das nove da noite. Quase morro de susto pela segunda vez na noite, depois que me situo no mais completo escuro e chego até à cozinha. Faminta, abro a geladeira e pego alguns frios, suco de laranja e uma lata dessas de brigadeiro que Maria usa para recheio de bolo — coisa desnecessária, já que ela é uma cozinheira de mão-cheia —, bato com força, sem querer, a porta do armário, depois que peguei o pacote de pão de forma. — Merda! Tomara que Maria não acorde — sussurro, andando praticamente na ponta dos pés para não fazer muito barulho. Depois que termino de fazer o sanduíche, uma mistura de queijo, presunto e frango, sigo para sala. Quando ia me acomodar no tapete, Maria, que pelo visto estava sentada na sala desde o momento em que eu cheguei, acende a luz do abajur de uma vez fazendo minha alma sair fora do corpo e voltar novamente. — Porr
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