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Todos os capítulos do Iudicii Signum - A canção eterna: Capítulo 11 - Capítulo 20
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CAPÍTULO 10: O HISTORIADOR
CAPÍTULO 10: O HISTORIADOR Depois que a situação de rebelião passou, Felipe IV é apresentado a um historiador e dramaturgo chamado Michelet. Este sujeito o aconselha a tomar uma decisão melhor para lidar com os problemas políticos. – Vossa Majestade! Com todo o respeito! Mas eu só trago boas novas em meio à tanta obscuridade... – disse o dramaturgo se curvando à imagem do soberano.– É mesmo, meu caro Michelet?– Isso mesmo, ó grande rei! Ao reunir alguns arquivos da minha existência, viajando por toda a França, me deparei com algo que deixaria qualquer um de queixo caído e de boca aberta! O teatro tem sido tão desvalorizado por muitos, que a vida e a morte nem mais fazem mais tanto sentido para mim... E pense bem, olhe para essas almas se vivem ou apenas existem? Mal s
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CAPÍTULO 11: O FESTIM
CAPÍTULO 11: O FESTIM   Era um grande feriado após o Natal. Uma multidão se reúne na frente da Catedral de Notre-Dame de Paris, toda enfeitada de guirlandas de flores e faixas coloridas, repleta de velas acesas para uma comemoração. Estavam presentes todas as classes do reino, junto com o rei e seus conselheiros. Mendigos vinham de longe espiar para ver se não conseguiriam algumas sobras do banquete. Os eclesiásticos vestiam seus trajes vermelhos.  – Respeitáveis senhores que me dão ouvidos, é com alegria que neste dia faremos uma homenagem ao jumentinho que carregou Jesus na sua entrada em Jerusalém! Vamos celebrar! Sejam bem-vindos à festa dos bobos! – diz o padre. Havia um coro cantando em júbilo cantos gregorianos para a encenação teatral. Apareceu um jumento carregando um sujeito representando Jesus. – Eis que Deus derruba os poderosos de seus tronos para coroar os humildes de coração! – disse u
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CAPÍTULO 12: O TEMPLO
CAPÍTULO 12: O TEMPLO A guerra havia dizimado muitos, fez derramar sangue inocente. Foi cruel a ponto de devastar cidades e deixá-las na miséria. Uma das catedrais francesas havia sido alvo de conflitos. Ela tinha sido incendiada como uma forma de repúdio dos inimigos. Só sobraram suas ruínas. Suas pedras destruídas indicavam que aquele templo havia sido um palco de massacre. As cores do local antes intensas e vibrantes agora estavam pálidas e cinzentas. O grande vitral, fruto de tanto esforço, sensibilidade e imaginação estava em pedaços. Em seu belo desenho cheio de imagens religiosas havia uma enorme ruptura que deixaria cicatrizes profundas na memória do povo. Aquele ambiente destruído afetaria o bem-estar mental de muitos. Um símbolo fora perdido no tempo, só restaria sua imagem fantasmagórica. Suas canções seriam lembradas caso os monges conseguissem recuperar os livros de hinos. Até algumas estátuas ainda estavam de pé. Algumas cruzes estavam ainda ali do lado de fora
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CAPÍTULO 13: BATALHA DAS ESPORAS DE OURO
CAPÍTULO 13: BATALHA DAS ESPORAS DE OURO   O Rei de Ferro realmente ainda possuía um coração duro como metal. A vida realmente não lhe era um conto de fadas. Surge a batalha das esporas de ouro por um motivo simples: a propagação da fé católica. Felipe queria conquistar novos territórios alheios para ter seus tesouros usando a fé cristã como desculpa. Queria acumular mais riquezas e espalhar novas Igrejas pelos territórios para aumentar o seu poder. Ele agia sem escrúpulos, como se fosse invencível e acreditava que tinha que deixar muito sangue derramado pelas suas ambições. Realmente, aqui uma sabedoria é pregada: se existisse um bicho de sete cabeças, um monstro tenebroso que guardasse um reino repleto de tesouros brilhantes, o homem se reuniria com outros de seu mesmo nível de pensamento para fazer a carnificina da besta e comemoraria ao cortar a sua cabeça. O ser pecaminoso se volta para a cobiça e não há quem o poss
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CAPÍTULO 14: EM AGNANI
CAPÍTULO 14: EM AGNANI   Era já o início da primavera. Mas aquele dia não era um dia de muitas cores muito vibrante, mas de tons empalidecidos. Estava até agradável a atmosfera, tranquila e calma naquela cidade silenciosa, que mal fazia parte do mapa, de tão vazia que parecia. Uma carruagem de homens armados se adentra no condado de Anagni, sigilosamente. Não havia movimento, mal se ouvi o chilrear dos pássaros naquele lugar. Era como se uma lenda sobre uma maldição tivesse se firmado naquele local. As árvores estavam com caules tão desgastados, que aparentemente o local envelhecia. Poderia ter sido auge de muitas guerras passadas ou de pestilências e muito terror. Uma senhoria de aparência humilde observa tudo de dentro de sua casa do povoado através de uma janelinha. Ela fica paralisada de curiosidade ao se deparar com aqueles cavalos de pelagem negra cintilante, tão belos e bem cuidados, cheios de ornamentos. Aquilo e
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CAPÍTULO 15: AS LENDAS
CAPÍTULO 15: AS LENDAS   Dentro da corte brilhante, Felipe se reúne com alguns artistas, seus conselheiros e amigos mais próximos para que contem algumas historietas para se entreterem. Aquilo parecia um ritual, uma roda indígena onde se contavam lendas sobre os antepassados. Felipe amava o luxo e a festa e tinha pedido para o encontro ser preparado com muito requinte e um bom banquete regado à bebidas como vinho e hidromel, assim como boas frutas e bons pratos quentes para se deliciar naquela noite e ouvir boa música, em que a lua parecia querer se esconder nos céus. Não era o bastante, mal ele sabia que aquele encontro despertaria seu interior de uma forma que sua aura seria tocada. Aquelas histórias reais ou não lhe transmitiriam uma mensagem que quem sabe o levaria para algum lugar. Ele não sabia o quanto ele ainda ia ver, quanta magia estava prestes a sentir. Felipe não era tão agradecido pelas boas experiências, era insatisfeito de
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CAPÍTULO 16: A ÁRVORE
CAPÍTULO 16: A ÁRVORE   O rei decide perder o medo e se adentrar de novo a descobrir mais sobre o que há na parte subterrânea do castelo. Ele sabia que havia deixado uma das portas abertas desde a última vez que lá entrara. E com aqueles ruídos estranhos e eventos inexplicáveis que lhe ocorreram, ele parecia ter encarado um lobo faminto numa mata fechada e tinha se amedrontado mesmo estando vestido com armaduras de cavaleiro. Desta vez as vozes não haviam lhe chamado. Foi sua própria vontade que foi despertada para entender aquele enigma. Ele pensava: “Como pode um castelo desses ser amaldiçoado? Eu devo estar vendo coisas... Com certeza o homem não tem todas as explicações para aquilo que foge do entendimento natural das coisas”. Felipe sabia que aquilo poderia lhe trazer complicações, por isso não revelava a ninguém o seu segredo para não sentir mais pânico. Não poderia confiar em ninguém, nem mesmo e
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CAPÍTULO 17: A CATACUMBA
CAPÍTULO 17: A CATACUMBA   O rei se via como um alvo do mundo depois da revolta do reino contra ele. Precisava se acertar consigo mesmo. Precisava enxergar a sua vitimização. Mas os sons que desta vez tinham cor não eram mais apenas sons, eram espécies de guias mentais, lhe pedindo para o conduzirem para um lugar onde ele já via como um refúgio. Para Felipe, viver na corte trazia uma ilusão maravilhosa, de que ele era feliz com quanto mais coisas palpáveis tinha, pois tinha tudo o que queria, mas ele também pagava um preço alto pelo que conquistava. Agia como uma criança mimada e egoísta que só queria todos os brinquedos do mundo para si, que ao invés de espírito de fraternidade com os demais, queria que os outros os servissem, ao invés de os outros servir, como o exemplo de Jesus. Acontece é que ele tinha uma grande sensação de vazio em sua vida e apesar de ter tudo e mais um pouco, nada o satisfazia. Ás vezes passava p
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CAPÍTULO 18: A NAU
CAPÍTULO 18: A NAU   Era outra tarde de primavera em que as flores pareciam estar implorando no jardim do castelo para serem beijadas pelos pequenos beija-flores. Algumas abelhinhas zanzavam por ali querendo provar do seu doce néctar. Os criadinhos faziam a jardinagem podando os galhinhos longos dos arbustinhos. A fonte parecia cantar um som sábio ao deixar escorrer suas águas. Os passarinhos entravam na melodia simpática da natureza e se alimentavam das sementes jogadas pelos servos do rei. Enquanto isso, Felipe cochilava em seu quarto. Sonhava com uma embarcação antiga em meio à uma mar bem cujas ondas eram tão avermelhadas que aquilo parecia até fogo debaixo de um céu bem acinzentado, ou lágrimas de sangue pinceladas pelas mãos de Deus naquela paisagem com tons sombrios. Ela estava envolta por rochas também carmesim e havia uma névoa. Havia uma sutil luz vinda do clarão dos céus, e havia uma luzinha vermelha vinda no
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CAPÍTULO 19: A FLORESTA ESQUECIDA
CAPÍTULO 19: A FLORESTA ESQUECIDA               “Iudicii Signum” ... – uma voz bem clara é ouvida dentro da mente de Felipe, enquanto ele dorme. Era quase como um sussurro etéreo e pueril. Depois de ter a impressão de ter estado em outro lugar e não saber como havia parado lá, ele levanta da cama e pensa estar sonhando acordado. A primeiro pensamento que lhe vem à mente é que ele deve entrar na passagem secreta do castelo e desvendar o que há por detrás da última porta que ainda não havia sido aberta. Ao entrar naquele corredor todo escuro, vê aquela passagem com uma grade de ferro e um pesado cadeado a trancando. Ilumina com a sua lamparina melhor e vê um aviso dizendo nela “entrada proibida”.             Logo seu coração palpita um pouco e ele sente um nervosismo. Um receio invade seu estado de espírit
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