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Todos os capítulos do Você mudou tudo: Capítulo 1 - Capítulo 10
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O término
O telefone tocou, e Clara correu ansiosamente pelo quarto à sua procura, já que aquele não era um horário comum para receber ligações. Ao encontrá-lo dentro da bolsa, sobre a cômoda, percebeu que já havia parado de tocar e que a tela do aparelho mostrava a chamada perdida e o nome do namorado. No mesmo instante retornou a ligação, precisava descobrir o que o motivara a ligar tão tarde da noite.Manuel e Clara namoravam há quatro anos, mais precisamente desde o dia em que perderam a virgindade juntos. Eram amigos inseparáveis de infância e quando cresceram, se apaixonaram. O começo da relação trouxe mais proximidade e intimidade entre os dois, então falavam sobre tudo. Faculdade, casamento e até quantos filhos teriam eram assuntos corriqueiros. Suas famílias já faziam grandes planos para o tão sonhado dia em que seus fil
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A mentira
Clara e seus amigos chegaram em Torres à noite, e Jaque os buscou na rodoviária.— Oi, meninas! Como estão? — perguntou assim que avistou os três amigos aguardando para pegar as malas ao lado do ônibus.— Jaque! — Sabrina gritou, correndo em sua direção. Ambas eram muito amigas, e a meses não se falavam.— Sah! Que saudade! — ela a abraçou e a ergueu do chão.— Edy, você já conhece a minha tia — Sabrina apontou, e Jaque abraçou Edson. — Tia, essa é a minha melhor amiga, Clara, que eu tanto falava — Sabrina passou o braço por cima do ombro de Clara enquanto a apresentava animadamente.— É um prazer finalmente conhecer a tão famosa Clara. Fico feliz que tenha se juntado a nós esse ano — Jaque a abraçou com ternura. — Vamos, que o Paulo está
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A liberdade
A raiva de Clara ultrapassava todos os limites já experimentados. Ser carregada à força por um moleque, que de alguma forma achava ter direitos sobre ela, era um absurdo.— Não acredito que fez isso comigo. Saia da minha frente agora! — Clara gritou e o empurrou para que saísse do seu caminho. Danilo a ignorou mais uma vez, e tomado pelo desejo de calar sua boca, segurou os braços de Clara, a empurrando até a parede do estacionamento, entre duas largas colunas, e a deixando em choque diante da atitude inusitada.— Shh! Por que você gosta de complicar tanto? Eu sabia que você seria minha desde que me encarou naquela sala! — Danilo mantinha os braços da menina presos no alto de sua cabeça, apertando-a de leve contra a parede fria de concreto.As respirações descompensadas, vistas turvas diante da escuridão, lábios secos, mãos suadas
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Dia inesquecível
— Você não me respondeu se aceitaria passar o dia comigo. Deixa eu te mostrar a cidade? Até um guia turístico teria esse direito — Danilo perguntou à Clara enquanto ambos se vestiam após outro banho.— Um guia turístico não estaria me vendo nua! — Clara sorriu, se cobrindo com a blusa.— Um guia turístico com benefícios, então? — disse, apontando para si mesmo e se curvando de maneira debochada.— Ok! Encontramos um meio-termo. Pode me mostrar a cidade, mas primeiro preciso ligar para os meus amigos, que devem estar preocupados — Clara se rendeu, e foi até a mesa de uma pequena sala no ambiente ao lado do quarto, para pegar seu celular.Danilo a observava sair, não se sentia tão animado há muito tempo.Geralmente usava o hotel para curtir o carnaval com mulheres fáceis. Ter levadoClar
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O passado retorna
— Clara, essa é a melhor padaria de Torres. Danilo escolheu muito bem. Você vai amar. — Luiza disse, pouco antes de escolherem a mesa.— Pelo jeito, alguém quer roubar meu lugar de guia turístico — Danilo debochou antes de sentar.— Idiota! Só estou confirmando que sua escolha foi ótima — Luiza respondeu, sentando em frente ao irmão.— Realmente estou faminta! Comeria em qualquer lugar, mas obrigada por escolher a melhor — Clara tomou seu assento, observando o local com mesas e cadeiras de madeira rústica, ambiente climatizado e balcões recheados de tortas e salgados de todos os tipos.— Olhar o cardápio não é a mesma coisa que olhar direto no balcão. Posso? — Danilo levantou, estendendo a mão à Clara para acompanhá-lo até os balcões da perdição.Assim
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Nosso paraíso
Danilo abriu a porta do carro para Clara, que ficava cada vez mais curiosa e animada, tentando imaginar aonde iriam.— Você podia me dar pelo menos uma pista, não acha?— Não! Eu também gosto de surpreender — sorriu enquanto fechava aporta.— Cheio de mistérios, esse homem! — Clara resmungou sozinha.— Você pode carregar o seu celular aqui. Eu tenho um cabo USB, vê se é o mesmo — Danilo apontou para o painel do carro ao entrar.— Ah! Obrigado! — Clara se lembrou de indagar sua mãe a respeito de Manuel.— Está tudo bem? — Danilo perguntou ao notar o olhar distante da jovem. — Se eu estiver forçando demais, me avisa.— Não! Tudo o que quero é sumir por um tempo! — Danilo ficou cabisbaixo ao sentir um estranho medo de tudo ser só uma aventura para Cl
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Um turbilhão de emoções
Após a intensa entrega, Danilo e Clara foram almoçar em um restaurante próximo da Praia da Guarita. Não conseguiam parar de sorrir.O que tinha acontecido naquele paredão?, Clara tentava entender durante o trajeto.— Quer sobremesa? — Danilo perguntou à Clara, a examinando. Diante da luz vinda da beira do mar, seus olhos estavam ainda mais claros.— Sim! Por favor.— Vou pedir o cardápio.— Não precisa. Estou olhando agora mesmo para a sobremesa que eu quero e tenho certeza que não tem no cardápio. Vamos sair daqui? — Clara se sentia finalmente livre para ser atrevida.— O que você está fazendo comigo, mulher? É impossível ser seu guia turístico, eu me demito! — disse e sorriu, satisfeito diante daquele convite. Emseguida, acariciou o rosto de Clara e repousou o polegar nos l&aacu
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O sumiço
— Porra! É sério que não vai me dar o endereço dele, Paulo? — Clara indagava, furiosa, apontando o dedo na direção do rosto do amigo.— Ele foi bem claro quando me disse que não quer saber de você. Viajou para o Rio de Janeiro com os pais logo em seguida. O que quer que eu faça? Elemeu amigo. Sinto muito, mas tenho que respeitá-lo — Paulo repetiu pela milésima vez à Clara, que saiu batendo os pés no piso de madeira em direção ao quarto.Uma grande sensação de perda a dominou de uma maneira que não podia expressar em palavras, pois jamais seria compreendida.Como poderia ter sentimentos tão intensos por alguém que acabara de conhecer?, Clara indagava a si mesma, enquanto se cobria com o lençol para esconder seu semblante desanimado. Ouvia as gargalhadas de Edson e Sabrina, deitados nas re
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O desfile
A escola de samba era muito divertida, cheia de emoções e com uma batida contagiante. Mulheres, homens, famílias e crianças desfilavam cheios de orgulho do carnaval de sua cidade. Clara se apaixonou pelo encanto da união de todos ao seu redor. Sambava pela avenida de cabeça erguida, tentando esquecer tudo o que havia vivido nos últimos dias. Bebia um coquetel atrás do outro e já estava ficando bêbada.Sabrina e Edson estavam na mesma fileira que Clara e sambavam sorrindo para todos os lados, à procura de suas próximas vítimas. No Carnaval, as pessoas se beijavam e depois saíam andando como se nada tivesse acontecido. Era a coisa mais normal do mundo! Portanto, os dois já tinham beijado algumas pessoas durante o trajeto da escola de samba. Estavam chegando à beira-mar, e a festa começaria em frente aos quiosques.Clara, por outro lado, estava mais recata
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A entrega
— Sintam-se em casa. Vou buscar toalhas e roupas — Luiza saiu do quarto de hóspedes da casa de seus pais, deixando Clara, Sabrina e Edson a sós sentados em uma cama enorme. O ar estava pesado e os olhares buscavam respostas por todos os lados. Um sentimento preenchia o silêncio: aflição.Luiza caminhava inconsolável pelo corredor, um turbilhão de emoções percorria seu corpo, trêmulo em resposta. No caminho para a o quarto de Danilo, ouviu sua voz banhada de cólera e desespero, parou em frente à porta, e a visão foi de cortar o coração da pessoa mais fria do mundo. Seu irmão, que sempre fora tão doce e tranquilo, gritava ao telefone:— Eu quero que você destrua esse cara! — Danilo se virou e, ao encontrar os olhos da irmã, abaixou a cabeça, nitidamente abalado — Sim, ele mesmo!Luiza encarou por alg
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