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25 chapters
LIVRO 2 ---> Continuação
Mia Redwiges sempre teve uma relação amigável com contos e crônicas. Desde a infância, a autora os escreve em seus caderninhos velhos e hoje em dia, após a modernidade, em seu computador. Muitos contos foram escritos em folhas avulsas e acabaram se perdendo ao longo do tempo, no entanto, os contos e crônicas que foram guardados se transformaram nessa linda coletânea "Com Amor, Mia", que se chama assim pois representam todo o amor da autora em forma de palavras, coisas que ela não conseguiria dizer falando. O livro que você acabou de ler é o primeiro da coletânea, no qual é repleto de história, sempre com um personagem novo a cada capítulo. Já o livro 2 traz contos somente da vida da própria autora, seguindo uma ordem cronológica dos seus 8 até os 30 anos. A vida não tão colorida de Mia Redwiges será explorada nessa obra, passeando pela sua infância adorável, seguindo pela perda de seus pais e finalizando no impacto da sua viuvez precoce (com apenas 22 anos) sobre o seu m
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Real
Muros. Daquela sala de guerra, eu podia ver somente uma fina linha do céu que sobrepujava os muros. Nunca pensei que eu, princesa Maressa, frequentaria um lugar como esse, rodeada por grandes líderes do reino.  Lembro-me de ser criança e estar assentada sobre o meu pequeno trono que mandaram fazer somente para mim. Ficava a direita do trono do meu pai, que era muito maior e bem mais cheio de detalhes de ouro. Era a Cerimônia das Rosas, de todos os anos, em que festejávamos por uma semana o fim das estações. As casas humildes dos condados imitavam o castelo, todo decorado com flores nas paredes e nos portais, mas como eles não podiam cambiar tantas assim, somente decoravam as janelas com cantoneiras de jasmin, flores encontradas pelo território de nosso país. Todos vinham a morada real comer e dançar, inclusive a corte, papai fazia questão de ter o povo conosco. Diante do meu trono,
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O vestido de tricô
É estranho quando alguém me pergunta: "Para onde você vai?" E eu respondo: "Para casa." Eu não estou indo para casa, porque eu não moro em uma. Depois que nasci, papai comprou um apartamento em um bairro mais moderno e seguro. Ele queria me proporcionar um bom lugar para crescer. Então eu não deveria dizer "estou indo para casa", mas sim "estou indo para meu apartamento"? É tão estranho as convenções linguísticas que nós temos. Eu nunca entendi. Como quando chamamos de Doutor Samuel o vizinho que mora no andar debaixo. Ele é só médico, não tem doutorado em alguma coisa, então deveria ser chamado de Médico Samuel, não? Mamãe me manda parar com essas tolices de querer saber o porquê de todas as coisas, mas é mais forte que eu. Se eu vejo algo desconhecido, devo querer saber sua procedência, correto? Ora, vamos lá, eu sou uma criança e mereço ser curiosa!Ler mais
Faíscas
O ar daquela noite sobrepujava o hálito da felicidade de qualquer outra. Não era muitas as vezes em que eu gostava do festins que minha avó organizava em sua fazenda, este, porém, era uma exceção. Nunca entendi porque ela não fazia suas festas na casa da cidade, visto que lá era grande o suficiente para isso. No entanto, as festas de ano novo da dona Amanda exigiam uma pompa sem igual. Era por isso que todos conheciam e vinham. Ela não economizava nas bebidas e muito menos, nas comidas. Alugava um palco pequeno para os espetáculos e shows que ocorriam o dia inteiro. Sobre as cabeças, estendia varais com luzes amareladas, o que conferia um ar mais jovial a decoração retrô de fitas velhas, fotos antigas e flores brancas. Distribuia mesas redondas com toalhas creme que arrastavam até o chão e cadeiras de metal. Tudo isso no quintal gramado nos fundos da velha casa de madeira e alvenaria.Ler mais
Amante de Chocolates
A feirinha de domingo era tão... Radiante. As frutas e legumes coloriam o espaço improvisado na praça da cidade. Alguns pombos sobrevoavam as cabeças quando alguém brincava de espanta-los. Autofalantes emitiam vozes secas e fanhas completando o ar nostálgico de domingo. Havia dias em que caminhões com suas carrocerias cheias de mangas e laranjas estacionavam na esquina da feira e anunciavam ter vindo do "Nordeste". Queria eu saber que lugar majestoso era esse de frutas tão saborosas. A barraca do seu Zé vendia melancias vermelhas e doces. A da dona Anastácia vendia mudinhas de flores e plantas medicinais – ela era uma velhinha carrancuda e mal-humorada, o que me fez temer a jardinagem por muitos anos, pois tinha medo de me tornar tão ranzinza quanto ela. Murilo, um menino pouco mais alto e mais velho que eu e que não pesava mais que uma pena, e seu pai que eu nunca soube o nome, vendiam
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