Todos os capítulos do O Segredo do Vale - Vol 1 - Série Os Viajantes: Capítulo 31 - Capítulo 40
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Caraca! Ela é uma velha!
   Depois que os três desapareceram, Iana jogou-se no sofá, cruzou os braços e ficou me encarando. Eu continuei em pé. Queria saber logo o que acontecia naquela cidade, quem eram eles realmente e por que eu tive aqueles sonhos.   — E aí? Vai me contar alguma coisa?   Iana revirou os olhos e bufou.   — Tudo bem. — Inclinou o corpo para frente e colocou os braços cruzados sobre as pernas. Eu sentei na poltrona em frente ao sofá. — Não sei explicar muita coisa. Um viajante não costuma ter um lugar fixo para morar. Enquanto vaga pelo mundo acaba conhecendo outros viajantes mais velhos e experientes e com isso conseguem desenvolver melhor seus poderes. Eu não tenho conhecimento. Nunca saí do vale. Vivo aqui há cento e vinte seis anos…   Não deixei Iana acabar de falar. Soltei um palavr&at
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Mais perguntas sem resposta
   Quando voltamos para casa o sol já estava alto e sua luz banhava a sala. Krica estava dormindo na poltrona em posição fetal. Iana não estava à vista.   — Vou levar Krica para cima — falei baixo para que ela não acordasse e a peguei em meus braços sem nenhuma dificuldade. — Depois vou ver onde Iana está e nos reuniremos aqui na sala para conversar.   Como ninguém disse nada, desapareci e reapareci no quarto. Estava tão forte que não houve sequer uma pequena alteração em meu corpo quando usei o poder carregando Krica. Coloquei-a devagar na cama. Ela se moveu ajeitando-se e abriu os olhos confusa.   — Pode voltar a dormir. Daqui a pouco venho ver se precisa de algo.   — Tudo bem. Tô acabando de consertar minha moto.   Eu ri ao ver que ela falava comigo ainda d
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Muito pra minha cabeça
   Acordei arfando. Tive outro pesadelo. As sumaúmas estavam pegando fogo e explodiam jogando um líquido azul para todos os lados. O mesmo líquido estranho que vi no outro sonho. Um corpo se formou. Ficava cada vez mais translúcido à medida que virava um tipo de névoa e suas feições iam ficando mais definidas. Ele me segurou pelos punhos. E antes que eu pudesse identificar seu rosto ele soltou um grito horrível que me fez acordar. Olhei em volta. Eu sabia que havia dormido no sofá e duvidava que Iana iria perder seu tempo me trazendo para o quarto. Sorri ao pensar que devia ter sido Arion quem me trouxe. As cortinas grossas estavam fechadas, mas pelo fino feixe de luz dava para ver que havia sol.   Fui procurar por eles. Desci as escadas. Estavam todos sentados na sala conversando. Gerd me viu e deu um sorriso. Logo todos estavam me olhando. Iana com cara de tédio, como se eu fos
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Mais uma revelação
   Não me virei, mas sabia que ela havia ido embora. Ela me perturbava. Olhei para o deserto vermelho tentando tirá-la de minha mente.   Senti a presença de Iana aparecendo logo atrás de mim.   — Sozinho?   — Estou. Por quê?   — Onde está a rebelde? Não desgruda mais dela. Achei que estivessem juntos aqui contemplando a paisagem.   — O que você quer Iana? — perguntei impaciente.   Iana deu uma risadinha.   — Ela irritou você também?   — O. Que. Você. Quer, Iana? — repeti as palavras pausadamente entredentes.   — Essa garota é mesmo extremamente irritante.   Respirei fundo exagerando para que Iana ouvisse.   — Tudo bem. Esquece. Temos um assu
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Agora não sou mais normal?
   — Que susto, garoto! Tá doido? Como aparece no meu quarto assim?   — Quer, por favor, falar baixo.   — O que tá fazendo aqui? Veio me criticar mais? Vai falar o quê agora? Sobre meu modo de vestir?   Ele aproximou-se de mim.   — Para. Desculpe-me, ok. — E sentando-se na beirada da cama continuou: — Vim buscar você. Gerd acha perigoso você ficar sozinha aqui.   — Ah. Veio porque o Gerd mandou.   Ele me olhou sério.   — Eu também acho perigoso. Não sabe o que senti... — Ele parou de falar e baixou a cabeça. Eu fiquei olhando para ele sem entender.   — Tudo bem. Eu volto pra mansão. Mas antes quero que me explique tudo. — Fiquei olhando para ele até que levantasse a cabeça. E entã
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A chave do portal
   Os sonhos de Krica não faziam sentido. Nem mesmo para Gerd.   — Bem, pelo que sei, seus sonhos irão ficar mais recorrentes e depois começará a ter visões até mesmo acordada.   Krica arregalou os olhos.   — Fala sério! Não quero ficar tendo visões! Vou ficar doida antes de conseguir sair desse vale.   Iana apareceu na sala e sentou-se na poltrona de frente para onde estávamos.   — A energia continua pairando sobre ela. Não ocorreu nenhuma alteração.   — Certo — Gerd falou. — Arion poderia ficar um pouco com ela agora. — E virando-se para mim perguntou: — Tudo bem?   —Claro — respondi e olhei para Krica que estava sentada no sofá.   — Vem comigo?   Ela
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Devo ser muito anta. Vou voltar para o território inimigo.
   Aparecemos na sala, mas estava vazia. Sem soltar minha mão, Arion me olhou.   — Vamos dar uma volta pela cidade. — Ele disse puxando-me em direção à porta.   Achei estranho usarmos a porta já que poderíamos aparecer no meio da cidade em menos de um segundo.   — Nós vamos andar? — eu perguntei confusa.   Ele sorriu.   — Quer procurar por eles aparecendo e desaparecendo por toda cidade?   — Acho que não. Tudo bem, andar um pouco serve.   Ele riu e sacudiu a cabeça.   Não sei se ele esqueceu do detalhe, mas não soltou minha mão e caminhamos assim, em silêncio, por um bom tempo. Descemos a colina e fomos em direção ao mirante, mas eles não estavam lá. Somente quando passávam
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Não estou gostando disso
   Não estava gostando nem um pouco de pensar em Krica sozinha dentro da casa do pastor Jonas. Era muito difícil para mim, lembrar a última vez em que ela esteve lá. Por mais que eu quisesse apagar meu sentimento por ela, ele só crescia. Ficava cada vez mais complicado controlar. Eu teria que ficar por perto. Não poderia deixá-la sozinha. Ficamos o dia todo discutindo estratégias para tentarmos fazer direito, mas mesmo assim…   Gerd virou-se para nós, desviando meus pensamentos.   — Então Krica ficará dentro da casa. É melhor que Iana fique com Dami. Arion pode ficar na casa onde Isadora deu o sinal e Ansur ficará por perto da casa de Jonas. Eu ficarei fazendo ronda. Aparecerei a cada hora em um local para ajudar quem precisar.   — Eu quero ficar perto da casa de Jonas — eu disse dando um passo à fr
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Eu sou mesmo uma anta...
   Aparecemos do lado de fora da casa do pastor Jonas. Precisei puxar minha mão para que Ansur a largasse.   — Pode me soltar, Ansur. Não vai dizer que tá preocupado em ter que me salvar de lá também.   — Não, desculpe, tudo bem. Eu só estava distraído pensando porque Arion anda tão irritado ultimamente.   — Pra mim ele sempre foi irritado. E irritante.   — Deixa pra lá. Vamos esperar para ver se Jonas e a família saem de casa.   Ficamos sentados por trás do tronco de uma árvore na área de piquenique.   — Sabe, eu até que estou gostando que tudo isso esteja acontecendo. Não que esteja feliz com gente morrendo. Não, de jeito nenhum. É que há muitos anos estamos só rondando, vigiando, esperando. Nada a
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Eanes
   — Ansur! Onde está Krica?   — Ele a pegou, Arion. Não pude fazer nada.   — Eu sabia! Ela não deveria ter ido! Ansur parecia muito assustado e confuso.   — Eanes? O que ela tá fazendo aqui?   Nesse momento ouvimos Gerd gritando assim que se tornou visível.   — Ansur! O que aconteceu? Krica está presa na casa de Jonas!   Ansur olhou de um para outro atônito e gritou para Gerd:   — Eu sei, Gerd! Por isso vim pra cá. — E olhando de volta para mim, — O que Eanes está fazendo aqui? Como ela conseguiu entrar na mansão?   — Eu tentei impedi-la de matar a Mariana. Joguei-me em cima dela e o primeiro lugar que pensei foi esse. Pra onde mais eu a levaria?   Ansur começou a andar de um lado para
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