# Cristhopher Ela saiu correndo igual uma louca no meio da rua e depois de quase ter sido atropelada, puxei a garota pelo braço e a segurei com força.— Vem comigo, vamos para um hotel vou te fazer uma proposta irrecusável.Vi a confusão tomando conta do seu olhar enquanto ela parecia estar perdida. E que olhar! Seus olhos eram lindos, a cor era um azul turquesa semelhante ao céu quando se está sem nuvens. Porém, apesar de bonitos, não tinha brilho nenhum.— Sério vem comigo, entra no meu carro agora!—Me solta senhor — Pediu — Eu não sou quem você pensa, nao sou uma qualquer! Me solta agora!Ela gritou comigo e eu a soltei com tudo. Automaticamente ela foi ao chão. —Quer saber sua vadi@? Eu duvido que você é virgem! Você é uma mentirosa que está se fazendo de coitada. Você não vale nada igual as outras dessa casa de libertinagem.Ela me olhou furiosa, cuspindo fogo antes de soltar a voz em um grito altivo.—Quem você pensa que é? Seu troglodita, seu monstro sem noção!Ela veio na
# Ana Já fazem duas semanas que eu não apareço na boate e decidi que nunca mais irei voltar lá. O cara de olhos escuros, que quase tirou a minha virgindade não sai da minha cabeça e desde aquele dia, não paro de ter sonhos eróticos com ele. Nunca me senti assim por homem nenhum. Ele conseguiu me deixar excitada só pelo olhar e pela sua voz grossa, rouca e sensual, mas o nojento me chamou de vadia e duvidou da minha virgindade. Ontem tive um encontro com o advogado, o Dr Eduard Collins. Ele não me cobrou nada para pegar o caso, falou que adora desafios e que vai cobrar os honorários dele assim que eu ganhar a guarda definitiva da minha irmãzinha. Eduard me orientou a apresentar um noivo ao juiz pois, se eu estivesse de casamento marcado, seria mais fácil ganhar a causa. Imediatamente respondi que não tinha namorado e ele rebateu, dizendo que deveria chover pretendentes para mim. De início achei estranha a sua resposta, mas senti meu coração se enchendo de esperança quando ele me gar
# Ana Júlia Tem exatamente um mês que estou trabalhando na casa da família Glecory e graças a Deus, nunca mais me deparei com o troglodita do filho da minha patroa. Dona Brenda é uma pediatra muito ocupada e raramente dá atenção aos filhos. O filho caçula, que não é biológico, estuda em um colégio interno e até mesmo com a Milleny, ela é seca. Mas com relação ao trabalho, eu não posso reclamar: ela é uma boa patroa e graças ao meu primeiro salário de cinco mil dólares, consegui pagar as três prestações atrasadas do meu apartamento e a mensalidade do colégio da Juliana. Falando na minha irmã, hoje estou de folga e tirei o dia inteirinho só para ficar com ela. Eu tinha muitos planos para nós duas, confesso, e o primeiro deles era levá-la até o parque. Depois de alguns minutos sentada ao longe, observei a sua felicidade se desfazer e decidi ir ao seu encontro para descobrir o motivo.— Princesa linda da irmã, porque você está triste? Eu sei que não tô tendo muito tempo pra você, mas h
# Cristhopher Eu sempre vivi inconformado com a minha vida. Fui criado sem amor, morei em colégios internos e fui um adolescente realmente revoltado e um jovem perturbado com a ideia de que eu nunca seria amado.É tão ruim querer estar onde não se pode estar! Estar em um lar, uma família unida que cuida de você e de querer o que não se pode ter. Todas as pessoas acham que dinheiro traz felicidade mas eu posso afirmar com convicção que não traz!Determinei-me em aceitar o que a vida tem me oferecido. É certo que nem sempre o sol brilha o tempo todo e nem sempre tenho motivos para sorrir. Nem sempre o meu esforço e a minha dedicação aos negócios serão revertidos para que eu seja reconhecido como o CEO mais jovem e bem sucedido na área de indústrias farmacêuticas dos Estados Unidos.A única coisa que me faz tentar esquecer aquela mulher é ficar focado nos meus negócios. Não tenho amigos verdadeiros e as pessoas só se aproximam de mim por causa do meu dinheiro.Mas a Ana Júlia é diferent
# Ana Eu fiquei em choque com a pegada forte do Christopher. Me senti encurralada, tive flashes da minha infância de quando meu pai chegava bêbado em casa e minha mãe estava trabalhando. De quando ele tentava me abraçar e me pedia pra sentar no colo dele, situações das quais eu não gosto nem de lembrar. Só de pensar nisso, entrei em desespero e comecei a chorar. Cristhopher não forçou nada comigo, mas me fez aquela proposta irrecusável de um casamento por contrato como se ela fosse a solução dos nossos problemas. Não aceitei, óbvio, e nem pretendo aceitar! Vou tentar arrumar outro emprego e irei pedir as contas da casa de sua mãe pois não quero mais ter que olhar para aqueles olhos sombrios. Sinto arrepios só de imaginar que ele pode ser um psicopata e não tenho coragem para topar uma proposta tão insana quanto essa que ele me fez. Não consegui dormir a noite inteira e fiquei relembrando a cena do nosso beijo. Aquela pegada, aquela respiração sob a minha face e aquelas mãos passean
Saí do quarto de hóspedes depois de deixar a Ana Júlia descansando. Ela teve uma forte crise de ansiedade e eu sabia muito bem o que era isso pois a minha irmã tem depressão, ansiedade e síndrome do pânico. Um pacote completo graças àquele terrível acidente que até hoje eu me sinto culpado.Fui para meu quarto dormir e não demorei a pegar no sono. Eu estava em uma cachoeira linda que parecia muito com um lugar que marcou a minha infância, o Niágara Falls. Corri atrás de uma mulher maravilhosa, dona de um corpo escultural e que usava um vestido semelhante aos da minha bisavó. Quando ela se virou, vi que era a Ana Júlia e não encontrei nada além daqueles olhos assustados em minha direção. Acariciei a sua face e a puxei para os meus braços.— Ana não foge de mim, nunca vou te fazer mal! — Falei — Nosso casamento foi forçado por nossas famílias, mas eu sempre te desejei, sempre te amei, te amo e nunca vou deixar de te amar!— Quem é você?— Perguntou, confusa.— Ana sou eu, seu marido!—
# Ana Acordei atordoada com aquela maldita enxaqueca causada pela crise de ansiedade. Eu não queria abrir os olhos e ter que enfrentar novamente todas as minhas preocupações, queria continuar ali, dormindo, já que pelo menos assim a minha mente era silenciada e a ansiedade esquecida. Ainda sonolenta, girei o corpo sob a cama e dei de cara com o Christopher, parado, bem na minha frente me admirando. Dei um pulo assustada e fiz um enorme esforço para colocar as ideias no lugar. Fiquei com medo dele ter feito alguma coisa comigo já que eu não me lembrava de nada. A única lembrança que eu tinha era do meu choro constante e do seus braços ao redor do meu corpo tentando me acalmar. —Ana Júlia, que cara é essa? — Perguntou — Calma, eu posso ser frio e calculista, mas eu não consigo ser insensível. Vem, confia em mim, a única coisa que quero nesse momento é poder te acalmar, fazer você parar de chorar. — O que aconteceu? Ele se aproximou, com um olhar diferente, e sentou na beir
# Christopher — Mãe, olha o que você fez! — Gritou minha irmã. Saí correndo atrás da Ana desesperado para alcançá-la. Há exatos 5 minutos, ela saiu em um carro, uma velharia ambulante motorizada levando consigo todos os seus pertences. E aquele sentimento, aquela angústia que pressionava o meu peito me fez correr atrás dela em uma verdadeira maratona olímpica. Eu não queria perder o meu tempo chamando o motorista e muito menos ter que escolher entre os meus 15 carros, então corri o mais rápido que pude e consegui chegar em seu prédio antes dela. Graças a Deus, o destino me ajudou e Ana acabou optando por passar em um supermercado antes de ir pra casa. Observei ela se aproximar com as sacolas cheias em ambas as mãos e me apressei para ajudá-la. — Christopher não! Já foi muita humilhação em um dia só e eu não quero mais conversa com você! — Falou — Sua mãe me odeia e ela nunca irá me aceitar na sua família mesmo sendo um casamento por contrato, de conveniência!Eu a interrompi