Quando Darlan retornou na manhã seguinte, Penélope já estava acordada o esperando com um enorme sorriso no rosto, parecia extremamente disposta, mais leve, como se um peso enorme tivesse sido tirado de suas costas.
Conrado retirou a faixa com ervas, mostrando que os braços dela estavam bem melhores, as manchas escuras haviam sumido, restaram pequenos pontinhos envolto em uma leve coloração avermelhada.
— Mais uma noite e não restará veneno algum. — Conrado informa.
— Já estou me sentindo muito melhor, eu agradeço!
Darlan não podia negar que estava feliz por vê-la bem mais comunicativa e sorridente.
— Melhor irmos, deve estar cansado. — o encarou se aproximando.
Não demorou muito para chegarem ao quarto, onde Darlan nem conseguiu preparar o banho, simplesmente jogou-se sobre a cama.
Rindo, Penélope o cobriu e verificou se ele estava confortável, antes de se dirigir a varanda.
O dia estava amanhecendo, porém o sol decidiu
No dia seguinte, após a cerimônia de Aisha, parte da alcateia, e alguns feiticeiros, se puseram em momento de luto, o qual deveria durar o dia todo, a outra parte, iria se revezar ao anoitecer, assim não ficavam desprotegidos. O tempo estava fechado, um vento frio soprava forte do lado de fora do refúgio, e a parte interna se encontrava insuportavelmente fria, muitos estavam em suas formas de lobo, por não aguentarem mais o ar gélido lhes castigando. Darlan não sabia que horas eram, estava escuro desde cedo, o tempo parecia não passar. Um barulho alto e forte se escutou vindo da entrada, o fazendo correr até o local, onde presenciou a cena mais inconveniente que poderiam ter naquele momento, vampiros invadindo, dezenas deles entravam sem medo. Rapidamente pôs-se a atacar quantos conseguiu. O luto fora interrompido, todos deviam ajudar a defender seu lar e suas famílias, o susto inicial os tinha deixado letárgico, por um tempo, mas logo a ferocidade lhes tomou conta, estraçalhavam
Conrado entregou a Penélope o caldo quente, com as ervas anestésicas, a moça bebeu sem muito esforço, estava com tanta dor, que nem se importava em queimar a língua no processo. — Virei amanhã cedo, para trazer mais. — informou antes de se retirar. Havia anoitecido há pouco, mas não fazia diferença, estava tudo escuro. Uma grande tempestade de neve caíra sobre eles, não tinham como sair das casas, a ordem dos alfas era de que todos permaneces em seus lares, aquecidos e protegidos. Penélope ainda estava muito sonolenta, mas a dor estava passando, apenas isso importava. Conseguia respirar normalmente e falar sem sentir pontadas de dor, Darlan tinha colocado pelo menos três grossas peles sobre ela, para garantir que iria aguentar o frio, ascendeu a lareira e se transformou em lobo, deitando próximo, para lhe fornecer calor. Estava quentinho e confortável, quis encolher-se, mas suas pernas ainda não respondiam. Não sentia sua língua, por c
A noite chegara e Penélope continuava inerte, sobre a cama. Darlan caminhava de um lado para o outro, inquieto, porém, silencioso, esperava que a moça acordasse em breve, queria muito estar junto, abraçar e sentir o calor do corpo, ver o sorriso e os olhos curiosos. Zara estava sentada, ao lado do corpo da filha, aparentemente paciente, mas em seu interior um turbilhão de emoções se formava, já sentia a angustia se multiplicando, tinha esperança de uma nova chance com Pérola, entretanto, preparava-se para o pior, simplesmente ter perdido a oportunidade que lhe fora dada. — Irei buscar algo quente para bebermos... — levantou se virando — Não irei demorar. Ele assentiu e permaneceu onde estava, ansioso. Do lado de fora, a tempestade ainda assolava o refúgio, uma situação bastante preocupante, os lobos já eram poucos, em relação a quantidade de vampiros, caso perdessem membros da alcateia, a desvantagem seria ainda mais absurda! Penélope
Zara retornara como prometido, tinha contado as horas até poder ver sua filha de novo, era como se tivessem tirado um enorme peso das costas. A tempestade finalmente dera uma trégua, após tanto tempo os assolando, Darlan aproveitou para ir ajudar Conrado e os Alfas, tudo estava um caos, muita neve por todos os lados, soterrando as casas e a entrada do refúgio. A cada passo, Pérola afundava mais na neve, Zara apenas ria. — Tem certeza que podemos treinar agora? — questionou. — Com certeza, você está bem agasalhada, não preciso me preocupar. Enquanto sua mãe usava apenas uma calça grossa, botas de cano alto e camisa de botões, ela estava com dois casacos, luvas e toca. — Tenho certeza que não precisava de tudo isso. — Pérola resmungou. — Ainda está muito frio. — Pra mim, não é? Zara se aproximou retirando um dos casacos dela. — Eu estou aprendendo a ser mãe. — rebateu — Melhor? — Posso mexer os bra
Pérola abriu os olhos lentamente, então, em um grande impulso, se jogou para fora da cama, levantando em seguida rumo a porta do quarto. Antes mesmo de dar dois passos à frente, Dartganan a agarrou prendendo-a contra o seu corpo. Os olhos dele exalavam fúria, não deixaria ela escapar novamente, fora uma grande sorte a alcateia estar desprotegida em um momento tão oportuno. — Sentiu saudades? — questionou com um sorriso maquiavélico. — Não vai conseguir me levar dessa vez. — engoliu em seco. — Ah, e quem vai me impedir? — sua voz esbanjava sarcasmo — Soube que descobriram sobre você, mas isso não importa mais... Ninguém vai te salvar, Penélope, nem mesmo Zara! Ela observou o quarto freneticamente a procura de sua mãe, mas não teve um vislumbre sequer. — O que fez com ela? — Nada que não fosse merecido... Antes que Pérola conseguisse revidar, Dartagnan crava seus dentes no pescoço dela, sugando todo o seu sangue, sem deix
As paredes da cela eram totalmente feitas de pedras, como tudo na construção, então Pérola teve a grande ideia de usar as unhas para ir cavando ao redor de uma pedra em um canto da parede, que provavelmente dava para o lado de fora. O dia estava perto de amanhecer quando ela conseguiu abrir um buraco pequeno na parede, como muito esforço foi capaz de retirar duas pedras para que conseguisse passar. Do outro lado não conseguia ver muita coisa, então julgou ser seguro sair. Lentamente foi se espremendo pela estreita passagem saindo em um corredor mal iluminado, ainda estava dentro da fortaleza, Dartagnan devia tê-la prendido em uma das celas afastadas por precaução contra fugas. Levantou com cuidado dando lentos passos, permaneceu encostada a parede enquanto observava bem o seu redor, estava ansiosa demais, a mente agitou-se. Tentou controlar sua respiração, ao chegar no final e se depara com dois caminhos, esticou o pescoço levemente para poder ver qua
O plano de Conrado era simples, parte dos lobos iriam armar uma distração pelo lado oposto ao qual os outros iriam entrar cautelosos para não serem vistos. Foram poucos segundos para se organizarem, primeiro o grupo designado a distração iria chamar atenção ao caminhar pela neve de forma que os vampiros os vissem e ficassem atentos, e assim o fizeram, caminhavam como se não percebessem que eram seguidos, para então atacar um grupo de vampiros parados em uma das extremidades do alto muro. Ao escutar o barulho da confusão, Darlan guiou os outros cautelosamente pelo lado oposto, adentraram a fortaleza com facilidade, até demais, eles pensavam antes de encontrar o motivo. Havia uma “barreira” de vampiros entre eles e um mausoléu. Centenas de vampiros atentos, como se algo grande estivesse perto de acontecer, nenhum deles parecia reparar na presença dos lobos em sua retaguarda, estavam concentrados demais a sua frente. Antes que pudessem pensar em fazer algo ou de
Enrico Dartagnan corria desesperado para salvar sua vida, saíra da estrada na noite anterior, para evitar ser encontrado por Pérola, mesmo ferido realmente conseguira despistar a loba vermelha. Pensou no primeiro momento em ir para a fortaleza de Silas Aquiles ou a de Irina Samhain, porém não acreditou que seriam capazes de parar a loba de pelagem vermelha, já que ela estava furiosa e não pararia até conseguir matá-lo. O tempo fechado e o vento forte que iniciara há pouco dificultava seu progresso, mas ele não iria desistir de chegar ao Templo de Sangue, próximo a cidade dos vampiros, onde seria mais seguro para ele, pois tanto a cidade quanto o templo possuíam enormes e afiadas estacas cheias de espinhos, feitas de aço negro. Esse material nada mais era do que o aço misturado com o sumo da raiz lúpus negra, de uma árvore muito antiga a qual era venenosa e mortal para os lobos, o simples toque queimava a pele, fazia os pelos caírem e impedia que crescesse de