— Não se preocupe querida — ela falou com deboche. — São apenas exames básicos. O comprador que adquiri-la vai querer usá-la sem pudor. Nós entregamos a mercadoria com certeza que esteja pronta para uso. Oh meu deus, eu estou passando mal… estou passando muito mal. Eu cambaleei para o lado, e apoiei os braços em uma prateleira qualquer. Tinha certeza que estava branca como neve. Não conseguia respirar… oh céus… não consigo respirar… me senti tonta, minhas mãos estavam tremendo, estava suando frio. — Dê água a ela Salvatore, não queremos que ela morra antes de ser vendida. — Sua mãe revirou os olhos. Logo Salvatore se aproximou de mim com um copo de água. Minha boca estava seca, então bebi tudo rapidamente, para logo depois vomitar tudo. Sujei o chão e o Oxford bem engraxado de Salvatore. Meu estômago se contorcia de dor. — Sua puta nojenta — ele gritou e se afastou com nojo. — Há quanto tempo essa menina não come? — Sua mãe perguntou, me olhando como se fosse um rato
— Eu vou matar você! — gritei. — Eu vou te matar! — Eu juro que não vão faltar oportunidades — resmungou entredentes, com o punho fechado. — Você não tem ideia — ele sacudiu sua cabeça para os lados e deu um sorriso doentio —, dos meus planos para você. Você não faz ideia das formas que eu imaginei matar você. — Ele apontou a adaga que estava na sua outra mão para o meu pescoço, aplicando uma suave pressão. — Eu poderia acabar com isso tão rápido. — Sua voz pareceu melódica, calma, mas seus olhos eram pura ira. Estiquei meu pescoço na tentativa de afastar a pressão da adaga, que parecia bem afiada. Não queria ser degolado, no entanto não iria implorar, se eu tivesse que morrer, que fosse com orgulho. Podia até sentir um fio de sangue descendo por meu pescoço e peito. Mas então ele afastou a adaga. — A gente pode fazer isso de duas formas, você me ajuda a resgatar Alice, e se der sorte, pode sair disso tudo vivo, ou você não me ajuda, e morre de qualquer forma. O que prefere?
Quatro dedos, seis dentes, e um cheiro infernal de carne queimada. O homem desmaiou incontáveis vezes, mas Jamie sempre o acordava, o homem tinha estômago, era um sádico doente. Minhas entranhas doíam só de pensar em Alice com ele, e o inferno que passou. Diversas vezes passou um filme na minha cabeça, onde eu o matava. Mas sabia que precisava do cara. Ele tinha contatos e informações que eu precisava para achar Alice. Mas eu só o manteria vivo até resgatá-la, um homem como ele não merecia viver, ele era tão monstruoso quanto os homens que levaram Alice. — AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHH — O grito agoniado do homem cortou o cômodo. — Eu falo… — ele disse com a voz entrecortada — por favor, eu falo o que eu sei! — Lágrimas saltavam dos seus olhos inchados. — Por favor, não faça mais. — Ele se encolheu ao ver Jamie aproximar o maçarico do seu rosto. — Vamos, desembucha. — Jamie não perdeu tempo. — E-e-eu só levo as mulheres até ao ponto de encontro. Elas veem em contêineres, d
— O filho da puta a comprou! — ele disse enojado. — Ela não fala muito bem o seu idioma, é italiana. Diz que veio em um contêiner com mais dez mulheres, foi comprada por Adrian em um leilão há quase dois meses. Não sabe o endereço, veio vendada. Mas garante que ele sabe. — Não… Isso não é verdade! — disse desesperado. — Essa Mulher é só uma prostituta! — Não, ela não é! — Jamie atravessou a sala como um raio e acertou o rosto do homem com o punho da arma. O rosto do homem sangrou. — Onde acontece esse evento? — Eu não tenho certeza! — Ele assumiu, com a voz trêmula. — Sempre são dois endereços, mas em apenas um acontece o leilão. — Isso é mentira! — Jamie gritou nervosamente. — Por que eles dariam endereços falsos? — A polícia! — disse. — Estavam tendo problemas com a polícia. Então eles passaram a mudar sempre o endereço, são sempre dois endereços, mas apenas um é verdadeiro. Sempre levo um representante, para que um de nós dois possa conseguir efetuar a compra. Ouv
— Estamos em uma região que nos dá acesso em seis horas ao local onde Alice pode estar. — O quê? Vamos para lá, precisamos saber… — Thomas, não vamos passar por uma situação mal pensada. Se estou aqui, é justamente para evitar esse tipo de comportamento que poderá por tudo a perder. — Por tudo a perder? Alice está sabe-se lá onde! Sofrendo o que não me atrevo a nem pensar. Se estamos tão perto, porque não entramos? — Você acha que eu não quero resgatá-la, porra? — Ethan gritou e apertou o volante com as mãos. Pude ver os nós dos dedos ficarem brancos. — Eu larguei tudo, tudo para estar aqui. Nicole me implorou para que trouxesse a amiga dela de volta. Está arrasada. E eu nunca me perdoaria por tê-la deixado ir. Eu só quero fazer isso da forma correta, um passo em falso, e nós cairemos feio! Não posso arriscar. Instantaneamente me senti mal por Nicole. Era uma grande amiga de Alice. Devia estar arrasada. E ainda estava no hospital, podia pedir que Ethan estivesse lá co
Montamos um plano perfeito, embora, claro, pudesse dar muito errado. — Esperem, só um minuto. Preciso atender o telefone — Ethan falou. De repente sua voz se tornou macia e melódica, e soube instantaneamente que ele falava com Nicole. Ele se afastou indo para os fundos. Eu estava sentando limpando a minha pistola, quando sem mais paciência afirmei: — Isso tudo poderia ter sido evitado se você a tivesse deixado ir! Você a obrigou a estar com você, só Deus sabe o que ela passou ao seu lado. — Cale sua maldita boca, antes que eu o faça calar. — Jamie deu dois passos em minha direção e apontou o dedo para mim. — Você não sabe nada sobre nós! Eu nunca abusei de Alice, não a obriguei a estar comigo, dei-lhe uma escolha, e ela o fez. — Ah, claro — disse com sarcasmo levantando e cruzando os braços sobre o peito. — Você a fez prometer que se casaria com você, ou deixaria seus pais morrerem na sarjeta, com um pai doente e perdendo a casa, o que você acha que ela escolheria?
Thomas Assim que desci do avião, fui recebido por uma equipe fortemente armada. Logo entreguei meu convite para eles, eles avaliaram e em seguida enviaram uma mensagem no rádio. Quando a resposta veio, mandaram que eu seguisse um segurança pelo caminho. Eu os segui a pé, deixando John no avião. Um grande casarão vitoriano se estendeu à minha frente. Grandes pilastras brancas ornamentavam sua beleza, grandes janelas de carvalho. Em volta um jardim com flores coloridas. Logo que entrei, fui recepcionado por uma jovem mulher, seus cabelos eram negros, cheios, enfeitavam seu belo rosto. Tentei disfarçar embora estivesse totalmente apreensivo, já esperando o que encontraria. Certo de que tiraria Alice dali o mais rápido possível. — É uma honra lhe receber! Senhor… — Lucca Parrishi. — Me apresentei, mal olhando para ela, tentando captar qualquer sinal duvidoso, e uma provável rota de fuga. — Bom, como eu ia dizendo, é uma honra receber um dos nossos melhores clientes VIPs.
— Sim, eu sei — disse sério. — Mas se não se importar tenho pressa, Sr. Kovosk quer aproveitar ao máximo a sua mercadoria. — Ah, claro — ela acenou para um dos homens armados, e eles retiraram as mulheres. Deixando apenas eu, Alice, a mulher e dois seguranças fortemente armados. — Vamos, eles vão acompanhar vocês até a saída. Foi uma ótima compra. Espero que o Sr. Kovosk use ao máximo a sua mercadoria. — Seu olhar era maldoso. Alice parecia apreensiva, e instantaneamente deu passos para perto de mim. — Foi uma ótima aquisição sr. Hills. — Ela apertou a minha mão, e eu fiz questão de apertá-la um pouco mais. Se ela sentiu o desconforto, não deixou transparecer. Ela seguiu por outro canto da sala, sumindo por um dos cômodos, enquanto os dois homens armados passaram à nossa frente. Ainda continuava sem olhar para Alice enquanto andávamos lado a lado. Certa vez, nossas mãos quase se tocaram, e ela enroscou seu dedo mindinho ao meu. A sensação de familiaridade me fez fechar os