Nem sabia mais por quanto tempo estava correndo. Já nem sentia mais meus pés, estavam tão doloridos que pareciam ter sido anestesiados. Eu ainda ouvia alguns sons estranhos ao meu encalço, mas naquele momento sabia que podia ser minha imaginação. Corri até um parque botânico que ficava quase no fim da cidade, me escondi dentro das árvores. Ainda muito ofegante, meu peito subia e descia. Escorreguei contra uma árvore, até cair no chão. Minha cabeça estava girando, e eu continuei ouvindo os sons estranhos ao meu redor. Mal vi o que havia ao meu redor, minha cabeça estava falhando aos poucos. - não... Não... Acorde! - bati em minha própria cabeça e respirei fundo. Uma forte náusea me atingiu, e meu corpo todo teve um solavanco. Quando sem demora, eu pus toda a comida que eu havia ingerido para fora. Comecei a vomitar sem parar, até mesmo a água eu pus para fora. Quando parei, comecei a tremer com muito frio. Me encolhi em meus próprios joelhos, tentando me aquecer. mas uma brisa mai
Eu estava no fim da cidade, dentro da floresta. Olhando para todas as direções possíveis, esperando o momento de ser atacada por alguma coisa. Ouvi som de galhos quebrando, peguei um pedaço de madeira que estava próximo de mim e ergui pronta para tudo. Me sobressaltei e senti um forte alívio, quando avistei Verônica e Kyle. Corri ao encontro de minha irmã, e lhe dei um forte abraço apertado. - você está bem? - ela me questionou nervosa enquanto checava cada pedaço do meu corpo. - eu estou, e você? - também. - Kyle se aproximou segurando uma mala, o fitei. Verônica se pôs ao meu lado. - precisamos sair daqui agora, Daikan vai colocar todos os lupinos da cidade atrás de você. - engoli em seco. - certo. - Verônica franziu o cenho. - esperem, mas para onde vamos? - Kyle conhece um lugar bem afastado daqui onde podemos ficar. - ela sorriu com escárnio. - ele? Você confia nele agora? - o macho se aproximou furioso. - escuta aqui fêmea, eu estou aqui ajudando, não estou? O que mai
Me empertiguei ao lado de minha irmã, aquele macho tinha um terrível ar confuso para mim. Não consegui entender o que ele realmente queria, mas com certeza não iria pagar para ver. Notei que Verônica já estava se acordando, e me voltei para ele. Que ainda olhava para mim. - vocês... - quem é você, e o que quer? Olhei rápido para os lados, mas onde estava Kyle? Ele sorriu de leve. - já disse, sou Evil. E o que quero... Teria um pouco de água? Estou andando há algumas horas e estou sedento. - ele estendeu as mãos para se esquentar na fogueira, olhei de relance para Verônica. Que estava com os olhos arregalados, apenas fiz um gesto com a cabeça para que ela não fizesse nada errado. - tem lagos por aqui, por quê não bebeu por lá? - eu vi a fogueira, achei que vocês poderiam ter água potável, sabe como é. - seus olhos verdes continuaram em mim. Olhei para a mala que estava ao lado, logo tirei de lá uma pequena garrafa e joguei para ele. Que pegou sem dificuldade. - sua água, pode i
Caminhamos por algumas longas horas, entre a floresta e os bosques. A noite se tornou dia, e Kyle parecia cada vez mais furioso com Evil em seu ombro. Engoli em seco, eu precisava saber se aquele macho estava falando a verdade. - o nome desse infeliz, como é mesmo? - Evil. - está brincando comigo. - o encarei. - não, não estou. Ele disse que era Evil. - "Evil" "maldade" fala sério. Não pude evitar sorrir um pouco com seu comentário. - eu também acho estranho, mas... Cada um com seu gosto. - logo avistei grandes rochas à nossa frente. - ali, ele disse que era depois de rochas. - isso pode significar qualquer coisa Mallena. - franzi o cenho, ele se colocou ao meu lado e sem demora pôs Evil ainda desacordado, no chão. - fiquem aqui com ele, eu vou na frente para checar se não há guardas ou qualquer coisa do tipo. Ele não pode viver completamente sozinho, se é que está falando a verdade. - revirei os olhos e assenti, logo o macho partiu na frente. Fiquei ao lado do corpo de Evi
Evil parecia extremamente animado para nos mostrar a cidade, animado até demais. Eu sabia que Kyle estava detestando a situação, eu mesma não estava adorando. Mas precisávamos tentar. O lugar era grande, não tão proeminente como a cidade lupina. Haviam algumas casas, estava mais para um vilarejo do que para uma cidade. Evil nos levou para um grande casarão antigo que ficava no centro da cidade, era um dos únicos lugares ali, que não parecia tão velho e destruído. Estava em ótimas condições. A casa tinha um cheiro bom de morangos, aspirei. Evil me encarou prontamente. - eu deixei uma torta no fogo, entrem. - logo ele sumiu, Kyle se pôs ao meu lado. Enquanto Verônica entrava lentamente, olhando para todos os cômodos da casa. - não gosto desse lugar. - você não gosta de nada. - observei um belo quadro de uma paisagem que havia no canto da sala. Ele se aproximou prontamente, se colocando ao meu lado. - você parece estar muito confortável Mallena, sabe que isso pode ser uma armadilha
𝙺𝚢𝚕𝚎* Eu não havia notado a quanto tempo nós estávamos fazendo aquilo, apenas quando a neve começou a cair do céu e o tempo começou a mudar. Que eu entendi. Já fazia quase um mês que eu havia abandonado Daikan, traído meu alfa, meu amigo. Fugido com Mallena, e... Verônica. Mal conseguia dormir a noite, a voz dele em minha mente sussurrava o quão traidor eu estava sendo. E por que? Por que diabos eu estava fazendo aquilo? Apertei meus punhos fortemente, tentando controlar minha raiva que só crescia a cada dia. Eu sempre parecia estar muito bravo, o ódio e o descontrole lutando dentro de mim. Mas não, eu não poderia me descontrolar ali. Não com elas, não com... Verônica. Eu tinha que aguentar, eu precisava. lavei meu rosto no lago, que já estava quase congelado. E escutei um barulho estranho na mata, será que aquele macho estranho estava me seguindo? Olhei ao redor, quando logo senti o cheiro dela. Forte, doce e... Terrivelmente viciante. Fechei os olhos por um breve momento, a
Acordei cedo demais naquela manhã, o sol mal havia nascido. E o frio, estava congelando meus ossos. Olhei ao redor, Verônica ainda estava adormecida ao meu lado na cama. E Kyle, estava no fim do quarto. Deitado na poltrona, roncando. Lentamente, vesti uma roupa quente, e tratei de descer até o andar de baixo. Estava pronta para fazer um café, quando encontrei Evil já servindo as xícaras. Ele me fitou prontamente. - já de pé? - está frio demais para dormir. - e frio demais para ficar acordado. - concordei enquanto me aproximava. - mas de certa forma, já estou acostumada com o frio. - já é? - acha que não? - ele sorriu. - acho que você tem um baita de um passado. - engoli em seco, enquanto pegava a xícara. Ele se recostou ao lado do balcão, tomando sua xícara também. - me responda uma coisa, você... É Mallena de quê? - Mallena garyon. - seus olhos se iluminaram. - filha de Edmund garyon? Ouvir o nome de meu pai saindo da boca daquele estranho, daquela forma. Foi um choque e
- nem pensar Malle. - Verônica exclamou enquanto lhe contava tudo o que eu e Evil, havíamos conversado. - fale baixo. - fui até a porta do quarto, fechando-a em seguida. - Verônica você não entendeu. - sim eu entendi, você vai ter que morrer para poder despertar o poder da liderança. - eu não vou ter que morrer. - então você não escutou o que Evil disse. - cruzei os braços. - eu vou sobreviver, e vou ter o que é meu. - quem garante isso Mallena? É muito perigoso. Não! - Verônica eu já estou decidida. - sentei na cama, ela continuou me encarando de onde estava. Brava, de braços cruzados e rosto sério. - você não pode simplesmente confiar na palavra desse macho. - ele conhecia nosso pai. - ela parou bruscamente, e me fitou. - o que? - tome. - lhe entreguei a foto prontamente, que logo ela segurou com força. Encarando aquele frágil pedaço de papel, seus olhos lacrimejaram. - deuses... - ele pode não ser o mais confiável dos machos, mas ele está disposto a ajudar. E eu... Es