Os seus fios devem ter sido cruzados e todas as estrelas devem ter estado em sincronia para que ele chegasse precisamente naquele momento e o ómega estivesse no cio. Ele não sabia se devia rir ou chorar. Havia alguém lá em cima que não o queria. Mas não era altura para pensar nisso.Entrou rapidamente e fechou a porta, embora o seu corpo vacilasse e ele se agarrasse à porta. As feromonas ómega eram demasiado fortes e estimulavam demasiado o seu instinto alfa. Era natural que ele reagisse e o tomasse como todos os da sua espécie, passando-se completamente. Os anos de treino tinham-lhe exigido muita resistência e ele via-a a vacilar.Ele rangeu os dentes até eles doerem. As suas presas tinham crescido um pouco mais. Isso era perigoso. Talvez fosse porque ela não estava preparada para o que estava prestes a encontrar, mas a realidade era que ela o tinha apanhado com as defesas em baixo.Ele respirou fundo e fechou os olhos. Ele tinha discutido com a Erika, mas isso não tirava o facto de
O corpo de Zacarias estava banhado em suor e ele ofegava enquanto empurrava uma e outra vez para dentro da cavidade molhada e apertada que o recebia com prazer. Ele beijou, deixando marcas visíveis, as costas esbeltas debaixo dele. Delicioso, lindo.Quantas vezes tinha atingido o orgasmo desde que tinha chegado àquela casa. Já nem sequer sabia. Havia demasiados preservativos usados no chão e ele estava exausto, mas não queria parar. As feromonas ómega estavam a deixá-lo louco. Se não fosse a proteção de látex, tinha a certeza de que o útero da mulherzinha já estaria fecundado, porque ele tinha dado inúmeros nós.Ele só se tinha levantado da cama quando ela estava a desmaiar para os hidratar e alimentar. Também não era de ferro. Mas voltava sempre, minutos depois de lhes encher o estômago, para retomar a tarefa de aliviar o cio ávido.Além disso, não conseguia ver a parte de trás da cabeça sem o ómega à frente dos olhos.Nunca hesitara perante nada, sobretudo quando estava tão determin
Zacarias estava a circular como um tigre furioso enjaulado no seu laboratório. Expelia no ar feromonas tão sufocantes que todos os cientistas que lá tinham estado antes tiveram de sair e ninguém se atrevia a entrar. Mas a coisa mais perigosa nele era o seu olhar. Parecia que podia cortar a garganta de qualquer pessoa a qualquer momento.Até uma das belas enfermeiras tinha tentado convencê-lo, a pedido de um dos funcionários, e agora ele estava deitado numa maca, inconsciente. A razão de tudo isto: Zacarias não tinha conseguido falar com Erika. Primeiro, porque ela não o tinha contactado depois de ter deixado a mensagem. E em segundo lugar. Porque a chamada estava a voltar. Uma e outra vez.Eu tinha-o bloqueado.Para ele.Eu tinha-o bloqueado.Ele ainda não conseguia acreditar.Foi o que pensou no início, mas quando ligou a Falcão para dizer ao seu ómega para lhe ligar em vez dela, aconteceu a mesma coisa. Ele também a tinha bloqueado. Isso era irracional, porque é que ela faria algo t
-Nolan,- a voz de Erika ecoou atrás do alfa, que se virou.-Um momento,- disse ele para o telemóvel e concentrou-se no ómega, -Querida, dá-me algum espaço, estou a falar de negócios,- soprou-lhe um beijo e virou-se, de costas para o ómega novamente.Ela nem sequer tremeu. Em vez disso, o seu olhar estava fixo no cruzador que era visível do outro lado das grandes janelas da estação. Um sorriso esboçou-se nos seus lábios antes de desaparecer novamente. Nolan desligou finalmente e encarou-a.-Não imaginas como estou feliz por estares ao meu lado neste momento- acariciou a bochecha de Erika, -Desta vez vamos ser mesmo felizes. Comprei uma casa nova nos arredores da cidade, onde não serás incomodada.Erika baixou a cabeça. Uma casa nova para a manter como um pássaro numa gaiola de vidro onde estaria sempre à espera dele todas as noites. Com todas as suas memórias intactas, essa era a única conclusão a que podia chegar.Quando lá chegarmos, compro-te um telemóvel novo, bem como algumas roup
Ela encontrou-o. Depois de quase uma hora à procura daquele bolso escondido na mala de Nolan, ela tinha-o com ela. O envelope com os papéis que eram supostamente para destruir Zacarias. Agora a segunda e mais complicada parte do plano estava em andamento. Levantou-se, sacudindo o vestido branco com flores vermelhas que Nolan a obrigara a usar naquele dia, e nem sequer se deu ao trabalho de guardar a roupa, não seria necessário.Convencida do que iria fazer, deu meia volta e saiu do quarto. Ela não tinha dúvidas. Zacarias tinha sido sempre muito bom para ela. Desde a primeira vez que se conheceram. Agora era altura de ela fazer algo por ele.Nolan estava a falar com um homem de negócios por cima da borda do seu copo de vinho. O sorriso largo da vitória estampava-se nos seus lábios. Não só tinha o seu parceiro de destino ao seu lado, como também iria afastar do seu caminho o alfa que não lhe tinha tocado com um dedo. Destruiria de uma vez por todas o tipo que tinha ficado com os louros
Quando Falcão encontrou Zacarias dois meses mais tarde no aeroporto, o que encontrou foi uma pessoa completamente irreconhecível. Ele não teve escolha a não ser correr até ele e agarrá-lo pelos ombros. Ele olhou-o de cima a baixo.O alfa que tinha partido não era nada parecido com o que estava à sua frente. O Zacarias de agora tinha engordado, talvez não tanto para alarmar ou perder massa muscular, mas preocupante para alguém que valorizava a sua figura. O seu cabelo tinha crescido fora do seu corte habitual e estava ressequido, havia a sombra de uma barba no seu rosto. Mas se isso era o pior, era o seu rosto sem vida.Tinha olheiras enormes debaixo dos olhos, que já eram pouco luminosos. Era como se nada à sua volta o estimulasse.-Zacarias Falcão chamou-o.Silver chegou um pouco mais tarde e ficou ao lado dele, colocando uma mão no braço do alfa. Ela compreendia o que ele estava a passar. Levou quase dois dias para se recompor e foi graças a Falcão que lhe deu um empurrão para se re
-A pergunta de Falcão fez com que Silver saísse dos seus pensamentos.-Ir visitar os sogros é sempre um motivo de preocupação e ainda mais quando se parte uma semana mais tarde do que eles pretendiam, não achas? sorriu calmamente.Tinham partido nessa tarde para a mansão onde vivia a família de Falcão. A viagem demoraria cerca de três horas e chegariam ao fim da tarde. Jantariam, provavelmente teriam de dormir lá por causa das exigências de um certo ómega, e regressariam logo de manhã. Era esse o plano que tinham feito.Por um momento, Silver pensou que Falcão não se dava bem com os pais dela, mas ela não quis perguntar. Talvez ele estivesse a fazer isso para que ela não se sentisse desconfortável. Afinal de contas, o seu primeiro encontro com Ofélia tinha sido com lanças erguidas e sem armadura, o primeiro a ceder seria derrotado. Pena que Silver não fosse de deitar a toalha ao chão tão facilmente.Pelo contrário, diverte-se com a situação. Os desafios eram sempre bem-vindos na sua v
Falcão não era daqueles alfas que se irritam com frequência, muito menos daqueles que abrem as presas e fazem os olhos mudar de cor. Mas quando ele viu cacos de vidro no guardanapo ao lado da comida e gotas de sangue, ele quase enlouqueceu. As suas feromonas espalharam-se em todas as direcções, de forma agressiva mas protetora, à volta de Silver.Levantou a cabeça na direção dos pais, com uma expressão tal que até Ofélia engoliu em seco. Reish não falou, apenas olhou de lado para a mulher em desacordo. Ele sabia como ela era, mas nunca esperou que chegasse a tais extremos.Ofélia, afasta-te- usou a voz com o ómega num tom áspero, dando a entender que estava mesmo irritado. Havia um limite para tudo.-Mas...- Ofélia ia protestar, mas o olhar do seu alfa e a voz do seu filho fizeram-na cerrar os lábios.-Não pai,- rosnou Falcão sem levantar a voz, mas mostrando todas as presas, impedindo-se de os desrespeitar como o filho bem criado que era, -somos nós que vamos embora. Se eu soubesse q