Ela encontrou-o. Depois de quase uma hora à procura daquele bolso escondido na mala de Nolan, ela tinha-o com ela. O envelope com os papéis que eram supostamente para destruir Zacarias. Agora a segunda e mais complicada parte do plano estava em andamento. Levantou-se, sacudindo o vestido branco com flores vermelhas que Nolan a obrigara a usar naquele dia, e nem sequer se deu ao trabalho de guardar a roupa, não seria necessário.Convencida do que iria fazer, deu meia volta e saiu do quarto. Ela não tinha dúvidas. Zacarias tinha sido sempre muito bom para ela. Desde a primeira vez que se conheceram. Agora era altura de ela fazer algo por ele.Nolan estava a falar com um homem de negócios por cima da borda do seu copo de vinho. O sorriso largo da vitória estampava-se nos seus lábios. Não só tinha o seu parceiro de destino ao seu lado, como também iria afastar do seu caminho o alfa que não lhe tinha tocado com um dedo. Destruiria de uma vez por todas o tipo que tinha ficado com os louros
Quando Falcão encontrou Zacarias dois meses mais tarde no aeroporto, o que encontrou foi uma pessoa completamente irreconhecível. Ele não teve escolha a não ser correr até ele e agarrá-lo pelos ombros. Ele olhou-o de cima a baixo.O alfa que tinha partido não era nada parecido com o que estava à sua frente. O Zacarias de agora tinha engordado, talvez não tanto para alarmar ou perder massa muscular, mas preocupante para alguém que valorizava a sua figura. O seu cabelo tinha crescido fora do seu corte habitual e estava ressequido, havia a sombra de uma barba no seu rosto. Mas se isso era o pior, era o seu rosto sem vida.Tinha olheiras enormes debaixo dos olhos, que já eram pouco luminosos. Era como se nada à sua volta o estimulasse.-Zacarias Falcão chamou-o.Silver chegou um pouco mais tarde e ficou ao lado dele, colocando uma mão no braço do alfa. Ela compreendia o que ele estava a passar. Levou quase dois dias para se recompor e foi graças a Falcão que lhe deu um empurrão para se re
-A pergunta de Falcão fez com que Silver saísse dos seus pensamentos.-Ir visitar os sogros é sempre um motivo de preocupação e ainda mais quando se parte uma semana mais tarde do que eles pretendiam, não achas? sorriu calmamente.Tinham partido nessa tarde para a mansão onde vivia a família de Falcão. A viagem demoraria cerca de três horas e chegariam ao fim da tarde. Jantariam, provavelmente teriam de dormir lá por causa das exigências de um certo ómega, e regressariam logo de manhã. Era esse o plano que tinham feito.Por um momento, Silver pensou que Falcão não se dava bem com os pais dela, mas ela não quis perguntar. Talvez ele estivesse a fazer isso para que ela não se sentisse desconfortável. Afinal de contas, o seu primeiro encontro com Ofélia tinha sido com lanças erguidas e sem armadura, o primeiro a ceder seria derrotado. Pena que Silver não fosse de deitar a toalha ao chão tão facilmente.Pelo contrário, diverte-se com a situação. Os desafios eram sempre bem-vindos na sua v
Falcão não era daqueles alfas que se irritam com frequência, muito menos daqueles que abrem as presas e fazem os olhos mudar de cor. Mas quando ele viu cacos de vidro no guardanapo ao lado da comida e gotas de sangue, ele quase enlouqueceu. As suas feromonas espalharam-se em todas as direcções, de forma agressiva mas protetora, à volta de Silver.Levantou a cabeça na direção dos pais, com uma expressão tal que até Ofélia engoliu em seco. Reish não falou, apenas olhou de lado para a mulher em desacordo. Ele sabia como ela era, mas nunca esperou que chegasse a tais extremos.Ofélia, afasta-te- usou a voz com o ómega num tom áspero, dando a entender que estava mesmo irritado. Havia um limite para tudo.-Mas...- Ofélia ia protestar, mas o olhar do seu alfa e a voz do seu filho fizeram-na cerrar os lábios.-Não pai,- rosnou Falcão sem levantar a voz, mas mostrando todas as presas, impedindo-se de os desrespeitar como o filho bem criado que era, -somos nós que vamos embora. Se eu soubesse q
Silver deixou-se cair lentamente sobre o membro do seu alfa. Como sempre, ele era grande e lutou um pouco no início, mas a resistência durou apenas alguns segundos, e ele estava a acasalar perfeitamente. Era uma loucura o que estavam a fazer. Fazer sexo no meio daquela casa, mas ela sabia que Falcão precisava de enfatizar a sua possessividade sobre ela.Ela não tinha exigido isso dele, mas pelo que tinha estudado sobre alfas, isso fazia parte do instinto. E ela não lhe iria negar isso. Nunca tinha visto o seu companheiro tão fora de si, nem mesmo o banho o tinha ajudado a relaxar. Pelo contrário, ele estava ainda mais alerta, tinha até trancado a porta. Ele parecia paranoico, mas ele só estava fazendo isso para protegê-la, e isso tocou Silver.Finalmente, atraiu-o para a cama e acariciou-o até ele começar a morder-lhe o pescoço, deixando marcas visíveis na sua pele. Lentamente, e como tinha aprendido, ela libertava as suas feromonas lentamente, não queria que ele perdesse o pouco cont
Falcão remexeu-se na cama, descobrindo que o peso habitual no seu braço tinha desaparecido. Os seus olhos abriram-se e ele levantou-se demasiado depressa na cama. Olhou à volta do quarto e descobriu que só estava ele.-Prata?- franziu o sobrolho.Levantou-se rapidamente da cama e procurou na casa de banho, mas o resultado foi o mesmo.-Merda- grunhiu ele, vestiu umas calças e uma camisa meio abotoada e saiu a correr.Depois do que aconteceu ontem à noite, a ideia de o seu ómega estar longe dele deixava-o louco. Aquela casa, onde ele tinha vivido durante tantos anos e que considerava o seu lar, não era agora um sítio seguro. Não com a sua mãe por perto. Correu pelo corredor à procura dela, seguindo o seu cheiro até que, no primeiro andar, encontrou o pai no átrio, que parecia estar de saída.-Falcão, bom dia- cumprimentou com uma calma inata.-Viste o meu ómega?- o alfa estava tenso e a sua respiração saía em baforadas da boca enquanto fazia uma pausa.O pai baixou a cabeça.-É suposto
Zacarias sai do seu carro estacionado numa das zonas mais afastadas do centro da cidade. A brisa do mar soprava e ele parou com o olhar perdido no horizonte. Lembra-se da primeira vez que levou Erika à praia, a primeira vez que a viu sorrir desde que a conheceu.Depois de muito pensar, apercebeu-se de que tinha sido nesse momento que se tinha apaixonado por ela, só que tinha levado muito tempo a reconhecê-lo. E era demasiado tarde.O mesmo mar que tinha molhado os seus pezinhos delicados e os seus saltos que a tinham feito feliz, era o mesmo mar que a tinha levado.Fechou os olhos e respirou fundo. Sentiu a pressão no peito aumentar de novo com a agonia. Sempre que se lembrava, era como se o seu mundo ficasse negro. Tinha-se afogado na bebida, já que o sexo não lhe agradava, mas de pouco serviu. A vida era uma porcaria.-Sr. Zacarias,- a voz de alguém tirou-o dos seus pensamentos.À sua frente, encontra um dos homens de Sander em frente a um velho armazém. Que gostos tinha o seu amigo
Há alguns anos.William odiava o seu trabalho. Qualquer pessoa ficaria feliz se recebesse um bom dinheiro apenas para preencher uma agenda e fazer recados, incluindo um sítio para dormir e um bom prato de comida. Especialmente quando se é um ómega pobre, com uma mãe doente e sem dinheiro para comprar medicamentos e supressores.Sim, qualquer um, mas certamente que lhes tiraria o sorriso se, para além de tudo isso, tivessem de esperar com medo todas as noites que a porta do vosso quarto se fechasse atrás da porta de uma pessoa que só queria usar o vosso corpo como um buraco para desabafar. Pois essa era a vida que Will levava desde os 16 anos, quando entrou naquela mansão que ele achava que resolveria todos os seus problemas. Mas não, era apenas o início dos seus pesadelos.A família Roset tinha muito dinheiro. A sua proveniência, duvidosa, ou pelo menos era o que deduzia sempre que preenchia o famoso diário e participava nas reuniões com o chefe da família. Mas apesar de tudo e das vá