Ele entrou e se sentou, forçando um sorriso ao dizer: — Presidente Mendes, quanto tempo não nos vemos.A iluminação do compartimento estava tênue, e Ramon se recostava preguiçosamente na escuridão, onde ninguém podia discernir sua expressão ou emoção.Fausto perguntou: — Você queria falar comigo?Ramon respondeu: — Ouvi dizer que o senhor e o Grupo Alvorada Crescente estavam colaborando, mas também ouvi que o chefe do grupo se arrependeu. — A voz de Ramon não era nem alta nem baixa, mas fez Fausto sentir como se tivesse sido golpeado!Ele sabia que Ramon tinha feito isso de propósito e se sentia extremamente furioso, mas mantinha uma aparência calma: — Era apenas uma colaboração, acabou e acabou.Ramon deu uma risadinha: — O senhor é magnânimo, uma colaboração falhada, quem sabe quanto o Sr. Fausto perderá?O rosto de Fausto começou a mostrar que ele estava tendo dificuldade em manter a compostura, Ramon estava claramente o provocando.Ele sabia que Ramon era decisivo e eficaz, ma
Daniela estava inquieta com a chegada de Ramon à Cidade da Serra Azul e já se preparava mentalmente.— Então, você está se preparando para me entregar ao Ramon? — Perguntou Daniela.— Como assim? — Fausto estava furioso, determinado a confrontar Ramon. — Quanto mais ele tenta te encontrar, mais eu faço para que não consiga...Falava, quando de repente se deu conta de que, ao chegar hoje, não tinha visto Jandaia nem a criança.— Onde está sua mãe? E seu filho? — Perguntou Fausto.Daniela não escondeu:— Eles fugiram ontem à noite.Durante os meses que passou na mansão, ela agiu com discrição e se familiarizou com os seguranças, Fausto também não estava tão vigilante, o que lhe deu a oportunidade.— Você não confia em mim? — O rosto de Fausto se contorceu, se sentindo traído por Daniela.Afinal, ele tinha sido bom para Daniela nesses meses!Daniela o encarava:— Não é que eu não confie em você, é que, com a chegada do Ramon, eu tive que me preparar. — Daniela fez uma pausa antes de conti
Nilton chegou querendo intervir, mas já era tarde demais. Daniela caiu do andar de cima. Ramon ordenou, indiferente: — Leve ela embora. Assim que terminou de falar, se virou e saiu do quarto. Nilton olhou para baixo pela janela, embora fosse apenas o segundo andar, não muito alto, ser jogado ainda poderia resultar em ferimentos. Ele sentia um pingo de compaixão, mas não por Daniela, afinal, foi ela quem desafiou Ramon primeiro. Quem mandou ela fugir secretamente depois de tudo? Tiveram que procurá-la por meses! Lá embaixo, Daniela estava encolhida no chão, com dores por todo o corpo, mas as pernas doíam mais. Ela tremia enquanto tocava o osso da perna, ciente de que provavelmente estava quebrado. Nilton ordenou que a levantassem, sem nenhum cuidado, de maneira bruta e simples. Daniela, sem forças para resistir, parecia uma boneca de pano sem ossos, sendo arrastada ao bel-prazer deles. Embora esse fosse o território de Fausto, Ramon foi preparado, com mais homens, e
Ramon permanecia indiferente:— Não se preocupe com ela.Assim disse Ramon e subiu as escadas.Berta, sem ousar tomar decisões por conta própria, suspirou profundamente. Embora sentisse pena de Daniela, não ousava desobedecer a Ramon.Além disso, ela também achava que Daniela tinha errado primeiro."Como ela pode simplesmente fugir assim? É normal que Ramon esteja irritado."Durante os meses de ausência de Daniela, Sandra encontrou uma oportunidade para se fazer agradável a Ramon.Embora Ramon mal a notasse, ela ainda assim trazia comida todos os dias, tentando agradá-lo, com a esperança de um dia poder morar na mansão e se tornar a senhora da casa.Hoje, como de costume, Sandra apareceu, e Berta já estava habituada à sua presença.Berta pegou as coisas e disse:— Srta. Sandra, você sabe que o Sr. Ramon não deseja te ver, por favor, vá embora.Sandra insistiu:— Isso foi você quem disse ou foi Ramon?— O Sr. Ramon já disse várias vezes, ainda precisa perguntar? — Berta a confrontou de
Sandra ficou pálida de medo subitamente e gaguejou:— Você... Como você veio aqui?Ramon deu um passo à frente e a empurrou com força, olhando ela de forma sinistra:— Você ousou me enganar!Sandra caiu desajeitadamente e, em pânico, se levantou novamente:— Eu não te enganei...Ela falou, mas Ramon ouviu tudo. Sandra ainda tentava esconder algo!Antes, ele ainda recordava aquela noite com Sandra, mas agora...Ele só desejava que essa mulher desaparecesse imediatamente!— Dona Berta, vigie Sandra! — Ramon telefonou para Nilton, pedindo que ele viesse lidar com Sandra.Depois de desligar o telefone, Ramon olhou para Daniela, que jazia no chão com sinais vitais fracos, hesitou por um momento, então rapidamente se agachou ao lado dela, levantou a mão hesitante, e somente após um instante tocou seu rosto, chamando ela com uma voz trêmula:— Daniela.Ele nunca imaginou que a pessoa com quem esteve naquela noite fosse Daniela.Seu coração estremeceu.A imagem diante dos olhos de Daniela grad
Ramon era o homem que a empurrou do prédio com tanta ferocidade, ela ainda se sentia amedrontada.— Daniela. — Ramon chamou seu nome suavemente. — Eu quero saber, na noite de 6 de julho, você estava no Hospital da Piedade?Daniela pareceu distraída por um momento.— Eu ainda trabalhava como médica no Hospital da Piedade naquela época. Não é normal estar no hospital? — Daniela respondeu com uma voz rouca.Ela não compreendia por que Ramon mencionava aquela noite específica.— Então, você estava no hospital naquela noite. Você não tinha plantão, mas substituiu Sandra, correto? — Ramon, já ciente da verdade por meio de Sandra, ainda assim questionou Daniela, buscando evitar mais mal-entendidos.Daniela, com os lábios rachados, respondeu honestamente: — Sim, eu me lembro claramente porque aquela noite foi nossa primeira noite de casamento. Você não foi para a mansão, e eu recebi uma mensagem de Sandra dizendo que ela tinha um compromisso de última hora, então eu fui ao hospital...Ramon p
Ramon rapidamente empurrou a porta do quarto do hospital e viu Daniela com uma perna ainda engessada, debruçada na cama. Ele franziu a testa: — O que você está fazendo? — Ainda antes de terminar a frase, ele já estava ao lado da cama, ajudando ela a se levantar, contendo sua irritação, perguntou. — Com a perna assim, você ainda pensa em correr? Daniela balançou a cabeça suavemente, agora ela mal tinha forças para se mover, mesmo que suas pernas estivessem boas. A dor da amamentação a deixava com o peito dormente: — Eu só estava com sede. Foi então que Ramon notou os lábios dela, rachados e sangrando. Ele baixou os olhos, falando com uma voz suave: — Eu vou pegar água para você. Daniela se deitou de volta, olhando para o teto, sem forças, perguntou: — Ramon, por que você não me deixa em paz? Ramon hesitou enquanto pegava a água, ele tinha sentimentos por Daniela, ele sabia. Mas, por causa das relações que ela teve com outros homens, ele não queria abaixar sua dig
Ramon lançou um olhar às pernas dela e se justificou:— Eu estava irritado naquele momento.Por isso, ele a empurrou.Daniela estremeceu, apenas porque ele estava irritado, isso justificava colocar a vida dela em risco ao empurrá-la janela abaixo?Daniela indagou:— E se eu tivesse morrido?— Você não morreria, daquela altura, no máximo ficaria incapacitada. — Disse Ramon, pegando uma colher de canja, testando a temperatura junto aos lábios antes de levar até a boca dela.Daniela realmente não estava acostumada com esse lado dele.— Você colocou veneno na comida? — Não era paranoia dela, mas sim que ela realmente não conseguia compreender a atitude de Ramon.Ramon a observou por alguns segundos.Ele era percebido por ela como um vilão extremamente malévolo?— Eu ainda preciso de você, para te atormentar, ainda não estou pronto para te deixar morrer. — Ele afirmou, tentando parecer mais ameaçador.Essa atitude de Ramon, por mais estranha que parecesse, deixou Daniela um pouco mais tranq