Ramon permanecia indiferente:— Não se preocupe com ela.Assim disse Ramon e subiu as escadas.Berta, sem ousar tomar decisões por conta própria, suspirou profundamente. Embora sentisse pena de Daniela, não ousava desobedecer a Ramon.Além disso, ela também achava que Daniela tinha errado primeiro."Como ela pode simplesmente fugir assim? É normal que Ramon esteja irritado."Durante os meses de ausência de Daniela, Sandra encontrou uma oportunidade para se fazer agradável a Ramon.Embora Ramon mal a notasse, ela ainda assim trazia comida todos os dias, tentando agradá-lo, com a esperança de um dia poder morar na mansão e se tornar a senhora da casa.Hoje, como de costume, Sandra apareceu, e Berta já estava habituada à sua presença.Berta pegou as coisas e disse:— Srta. Sandra, você sabe que o Sr. Ramon não deseja te ver, por favor, vá embora.Sandra insistiu:— Isso foi você quem disse ou foi Ramon?— O Sr. Ramon já disse várias vezes, ainda precisa perguntar? — Berta a confrontou de
Sandra ficou pálida de medo subitamente e gaguejou:— Você... Como você veio aqui?Ramon deu um passo à frente e a empurrou com força, olhando ela de forma sinistra:— Você ousou me enganar!Sandra caiu desajeitadamente e, em pânico, se levantou novamente:— Eu não te enganei...Ela falou, mas Ramon ouviu tudo. Sandra ainda tentava esconder algo!Antes, ele ainda recordava aquela noite com Sandra, mas agora...Ele só desejava que essa mulher desaparecesse imediatamente!— Dona Berta, vigie Sandra! — Ramon telefonou para Nilton, pedindo que ele viesse lidar com Sandra.Depois de desligar o telefone, Ramon olhou para Daniela, que jazia no chão com sinais vitais fracos, hesitou por um momento, então rapidamente se agachou ao lado dela, levantou a mão hesitante, e somente após um instante tocou seu rosto, chamando ela com uma voz trêmula:— Daniela.Ele nunca imaginou que a pessoa com quem esteve naquela noite fosse Daniela.Seu coração estremeceu.A imagem diante dos olhos de Daniela grad
Ramon era o homem que a empurrou do prédio com tanta ferocidade, ela ainda se sentia amedrontada.— Daniela. — Ramon chamou seu nome suavemente. — Eu quero saber, na noite de 6 de julho, você estava no Hospital da Piedade?Daniela pareceu distraída por um momento.— Eu ainda trabalhava como médica no Hospital da Piedade naquela época. Não é normal estar no hospital? — Daniela respondeu com uma voz rouca.Ela não compreendia por que Ramon mencionava aquela noite específica.— Então, você estava no hospital naquela noite. Você não tinha plantão, mas substituiu Sandra, correto? — Ramon, já ciente da verdade por meio de Sandra, ainda assim questionou Daniela, buscando evitar mais mal-entendidos.Daniela, com os lábios rachados, respondeu honestamente: — Sim, eu me lembro claramente porque aquela noite foi nossa primeira noite de casamento. Você não foi para a mansão, e eu recebi uma mensagem de Sandra dizendo que ela tinha um compromisso de última hora, então eu fui ao hospital...Ramon p
Ramon rapidamente empurrou a porta do quarto do hospital e viu Daniela com uma perna ainda engessada, debruçada na cama. Ele franziu a testa: — O que você está fazendo? — Ainda antes de terminar a frase, ele já estava ao lado da cama, ajudando ela a se levantar, contendo sua irritação, perguntou. — Com a perna assim, você ainda pensa em correr? Daniela balançou a cabeça suavemente, agora ela mal tinha forças para se mover, mesmo que suas pernas estivessem boas. A dor da amamentação a deixava com o peito dormente: — Eu só estava com sede. Foi então que Ramon notou os lábios dela, rachados e sangrando. Ele baixou os olhos, falando com uma voz suave: — Eu vou pegar água para você. Daniela se deitou de volta, olhando para o teto, sem forças, perguntou: — Ramon, por que você não me deixa em paz? Ramon hesitou enquanto pegava a água, ele tinha sentimentos por Daniela, ele sabia. Mas, por causa das relações que ela teve com outros homens, ele não queria abaixar sua dig
Ramon lançou um olhar às pernas dela e se justificou:— Eu estava irritado naquele momento.Por isso, ele a empurrou.Daniela estremeceu, apenas porque ele estava irritado, isso justificava colocar a vida dela em risco ao empurrá-la janela abaixo?Daniela indagou:— E se eu tivesse morrido?— Você não morreria, daquela altura, no máximo ficaria incapacitada. — Disse Ramon, pegando uma colher de canja, testando a temperatura junto aos lábios antes de levar até a boca dela.Daniela realmente não estava acostumada com esse lado dele.— Você colocou veneno na comida? — Não era paranoia dela, mas sim que ela realmente não conseguia compreender a atitude de Ramon.Ramon a observou por alguns segundos.Ele era percebido por ela como um vilão extremamente malévolo?— Eu ainda preciso de você, para te atormentar, ainda não estou pronto para te deixar morrer. — Ele afirmou, tentando parecer mais ameaçador.Essa atitude de Ramon, por mais estranha que parecesse, deixou Daniela um pouco mais tranq
Calisto não desistia, mas, diante da falta de perguntas de Ramon, seu humor estava visivelmente abalado, com as pálpebras caídas, exibindo uma expressão de descontentamento. Ramon sentiu que a presença de Calisto estava afetando a recuperação de Daniela e disse: — Venha comigo pra fora.Calisto o seguiu desanimadamente.Ramon franziu a testa e passou o celular para ele: — Olha só para você, parecendo incapaz.Calisto nem pensou antes de retrucar:— Se você é tão bom, então por que estava desesperado procurando Daniela? Há mulheres por toda parte, muitas delas gostam de você. Por que parece que você precisava encontrar ela a todo custo...Ele ainda estava reclamando quando sentiu uma atmosfera fria e sua voz parou abruptamente.Ramon pretendia dizer que o celular poderia recuperar os registros de chamadas, mesmo que deletados, mas Calisto, sem saber das intenções de Ramon, revelou algo extremamente sensível!Ele guardou o celular rapidamente, dizendo friamente: — Você não é ginecolo
Ele lamentava ter causado confusão entre as pessoas e, ainda mais, ter perdido o filho. O preço era alto demais, difícil de suportar.— Ela perdeu a criança, nunca mais mencione filhos na frente dela para não a entristecer. — Sua voz era baixa, escondendo um leve tremor rouco.Calisto não se surpreendeu, apenas suspirou suavemente:— Dos gêmeos, um foi abortado, e o outro já era difícil de manter. Apesar de ela ter feito tudo possível para salvá-lo, o risco de infecção era alto, nenhum médico ginecologista poderia garantir que o aborto não prejudicaria o útero, então não é surpresa que não tenha sobrevivido. — Calisto fez uma pausa antes de continuar. — Mas talvez seja melhor assim. Eu já tinha aconselhado ela a não ter o bebê, afinal ela nem sabe quem é o pai da criança, mas ainda assim insistiu em ter e criar sozinha. Não entendo o que ela estava pensando.Ramon sentiu dor ao ouvir isso, mesmo a detestando, ela ainda queria salvar a criança, mostrando sua determinação e coragem.Cali
Calisto ouviu aquela voz que há muito não escutava e, também, perdeu o fôlego. Tentou falar, mas sua garganta estava seca, e não conseguia emitir som algum. Bianca, pensando que Daniela não tinha ouvido, chamou novamente: — Dani? Calisto ajustou a respiração e disse: — Não sou a Daniela. Bianca paralisou e, no segundo seguinte, se apressou em desligar. Ela segurava o celular, confusa e sem saber o que fazer. Jandaia a observava, achando sua reação exagerada, e perguntou ansiosa: — O que aconteceu? A Dani está em perigo? Ela ainda não sabia que Daniela havia sido levada de volta por Ramon para a Cidade da Queda das Folhas e pensou que Daniela ainda estava com Fausto. Bianca balançou a cabeça. — Então o que houve... — Jandaia não terminou a frase, pois o celular de Bianca tocou novamente. Desta vez, Bianca não atendeu, apenas observou a tela piscando incessantemente. Jandaia, intrigada, perguntou: — Por que você não atende o telefone? Bianca disse: — Não é