Ramon rapidamente empurrou a porta do quarto do hospital e viu Daniela com uma perna ainda engessada, debruçada na cama. Ele franziu a testa: — O que você está fazendo? — Ainda antes de terminar a frase, ele já estava ao lado da cama, ajudando ela a se levantar, contendo sua irritação, perguntou. — Com a perna assim, você ainda pensa em correr? Daniela balançou a cabeça suavemente, agora ela mal tinha forças para se mover, mesmo que suas pernas estivessem boas. A dor da amamentação a deixava com o peito dormente: — Eu só estava com sede. Foi então que Ramon notou os lábios dela, rachados e sangrando. Ele baixou os olhos, falando com uma voz suave: — Eu vou pegar água para você. Daniela se deitou de volta, olhando para o teto, sem forças, perguntou: — Ramon, por que você não me deixa em paz? Ramon hesitou enquanto pegava a água, ele tinha sentimentos por Daniela, ele sabia. Mas, por causa das relações que ela teve com outros homens, ele não queria abaixar sua dig
Ramon lançou um olhar às pernas dela e se justificou:— Eu estava irritado naquele momento.Por isso, ele a empurrou.Daniela estremeceu, apenas porque ele estava irritado, isso justificava colocar a vida dela em risco ao empurrá-la janela abaixo?Daniela indagou:— E se eu tivesse morrido?— Você não morreria, daquela altura, no máximo ficaria incapacitada. — Disse Ramon, pegando uma colher de canja, testando a temperatura junto aos lábios antes de levar até a boca dela.Daniela realmente não estava acostumada com esse lado dele.— Você colocou veneno na comida? — Não era paranoia dela, mas sim que ela realmente não conseguia compreender a atitude de Ramon.Ramon a observou por alguns segundos.Ele era percebido por ela como um vilão extremamente malévolo?— Eu ainda preciso de você, para te atormentar, ainda não estou pronto para te deixar morrer. — Ele afirmou, tentando parecer mais ameaçador.Essa atitude de Ramon, por mais estranha que parecesse, deixou Daniela um pouco mais tranq
Calisto não desistia, mas, diante da falta de perguntas de Ramon, seu humor estava visivelmente abalado, com as pálpebras caídas, exibindo uma expressão de descontentamento. Ramon sentiu que a presença de Calisto estava afetando a recuperação de Daniela e disse: — Venha comigo pra fora.Calisto o seguiu desanimadamente.Ramon franziu a testa e passou o celular para ele: — Olha só para você, parecendo incapaz.Calisto nem pensou antes de retrucar:— Se você é tão bom, então por que estava desesperado procurando Daniela? Há mulheres por toda parte, muitas delas gostam de você. Por que parece que você precisava encontrar ela a todo custo...Ele ainda estava reclamando quando sentiu uma atmosfera fria e sua voz parou abruptamente.Ramon pretendia dizer que o celular poderia recuperar os registros de chamadas, mesmo que deletados, mas Calisto, sem saber das intenções de Ramon, revelou algo extremamente sensível!Ele guardou o celular rapidamente, dizendo friamente: — Você não é ginecolo
Ele lamentava ter causado confusão entre as pessoas e, ainda mais, ter perdido o filho. O preço era alto demais, difícil de suportar.— Ela perdeu a criança, nunca mais mencione filhos na frente dela para não a entristecer. — Sua voz era baixa, escondendo um leve tremor rouco.Calisto não se surpreendeu, apenas suspirou suavemente:— Dos gêmeos, um foi abortado, e o outro já era difícil de manter. Apesar de ela ter feito tudo possível para salvá-lo, o risco de infecção era alto, nenhum médico ginecologista poderia garantir que o aborto não prejudicaria o útero, então não é surpresa que não tenha sobrevivido. — Calisto fez uma pausa antes de continuar. — Mas talvez seja melhor assim. Eu já tinha aconselhado ela a não ter o bebê, afinal ela nem sabe quem é o pai da criança, mas ainda assim insistiu em ter e criar sozinha. Não entendo o que ela estava pensando.Ramon sentiu dor ao ouvir isso, mesmo a detestando, ela ainda queria salvar a criança, mostrando sua determinação e coragem.Cali
Calisto ouviu aquela voz que há muito não escutava e, também, perdeu o fôlego. Tentou falar, mas sua garganta estava seca, e não conseguia emitir som algum. Bianca, pensando que Daniela não tinha ouvido, chamou novamente: — Dani? Calisto ajustou a respiração e disse: — Não sou a Daniela. Bianca paralisou e, no segundo seguinte, se apressou em desligar. Ela segurava o celular, confusa e sem saber o que fazer. Jandaia a observava, achando sua reação exagerada, e perguntou ansiosa: — O que aconteceu? A Dani está em perigo? Ela ainda não sabia que Daniela havia sido levada de volta por Ramon para a Cidade da Queda das Folhas e pensou que Daniela ainda estava com Fausto. Bianca balançou a cabeça. — Então o que houve... — Jandaia não terminou a frase, pois o celular de Bianca tocou novamente. Desta vez, Bianca não atendeu, apenas observou a tela piscando incessantemente. Jandaia, intrigada, perguntou: — Por que você não atende o telefone? Bianca disse: — Não é
Bianca sorriu e disse: — Tudo bem, não precisa ser tão formal comigo, me trate como se eu fosse a Dani.Jandaia, segurando Anjinho nos braços e o balançando suavemente para fazê-lo dormir, olhou para Bianca: — Dani já teve um filho, você também deveria encontrar alguém para se casar de verdade, não um casamento falso.Lágrimas brilharam nos olhos de Bianca, mas ela não considerou que Jandaia estava sendo intrometida, pelo contrário, se sentiu tocada.Sua mãe, quando ainda estava viva, também lhe dizia coisas assim, mas ela nunca mais ouviria sua mãe falar.Ela sorriu, sem responder....Calisto chegou o mais rápido que pôde à Cidade da Serra Azul.Ainda estava escuro quando ele chegou, e ele esperou o amanhecer para então se dirigir ao local que havia combinado com Bianca.Quando chegou a hora, Bianca apareceu segurando Anjinho.Calisto, que não tinha dormido durante a noite, parecia exausto, com olheiras profundas.Ao ver Bianca com o filho, ele não se dirigiu à criança, mas concent
Ela franziu a testa porque o nome assinado era Fausto."Fausto está organizando uma exposição de arte. Organizar uma exposição já é algo significativo, mas ele fez questão de me enviar um convite. O que ele pretende com isso? O que ele está tentando alcançar?"Ela estava visivelmente confusa.— O que você está pensando? — Ramon entrou pela porta e percebeu o que Daniela segurava, estendendo a mão para pegá-lo. — O que é isso?Daniela não escondeu:— É um convite, enviado por Fausto.Ao ouvir o nome de Fausto, a expressão de Ramon mudou instantaneamente.Ele franziu a testa enquanto abria o convite e, após ler, perguntou:— Você quer ir?Daniela realmente não queria ir, visto que sua relação com Fausto não era tão boa.No entanto, para fazer com que Ramon se desagradasse dela intencionalmente e concordasse rapidamente com o divórcio para que ela pudesse ir embora, ela disse propositalmente:— Eu quero ir.Ramon apertou os lábios firmemente, confuso sobre o que Daniela estava pensando. C
A expressão de Daniela voltou a ser fria.Ramon perguntou a ela:— Você está com frio?— Não. — Daniela respondeu sucintamente, como se não quisesse falar mais do que isso.Ramon enfrentou o tom frio dela, se sentindo um pouco desapontado, mas a complacência e a compreensão predominavam.Ela havia perdido um filho, estava em recuperação física e, além do mais, ele a tinha empurrado da escada, causando a ela ressentimento. Ele entendia, estava disposto a gastar mais tempo para consolá-la.Ele entrou no carro pelo outro lado....O carro chegou ao destino, o motorista parou e saiu para pegar a cadeira de rodas no porta-malas.Ramon saiu primeiro do carro, pegou Daniela no colo, colocou ela na cadeira de rodas e cobriu suas pernas com um cobertor fino.Daniela olhou para cima, notando que Fausto havia escolhido um bom lugar, era o antigo cartão postal da Cidade da Queda das Folhas, um monumento histórico protegido, muito bem preservado, que exalava história apenas por estar ali.Ramon a