DaianaOs dias vão passando, ora tranquilos, ora cheios de tensão. Enquanto a chegada do bebê se aproxima, a sombra de Brianna e as suspeitas sobre suas intenções nunca saem de nossas cabeças. Hoje, acordei cedo para uma consulta de rotina com o médico. Oliver queria muito estar comigo, mas uma viagem urgente para uma das empresas exigiu sua presença, então fui sozinha. Ao chegar no consultório, sinto uma leve ansiedade, mas a recepcionista me cumprimenta com um sorriso caloroso, o que ajuda a acalmar os nervos.Quando o médico finalmente me atende, ele realiza os exames de praxe e escuta atentamente os batimentos do bebê. Tudo parece estar dentro do esperado.— O bebê está se desenvolvendo muito bem, Daiana. — Ele diz, me olhando por cima dos óculos. — Você está saudável e pode voltar às suas atividades normais, contanto que continue se cuidando e evitando qualquer tipo de estresse excessivo.— Fico feliz em ouvir isso, doutor. — Respondo, aliviada. — Sinto que preciso voltar à minh
Oliver Estou exausto e incapaz de acreditar que ocorreu um início de incêndio na minha empresa, colocando em risco a vida dos meus funcionários. Passo a mão impaciente pelo rosto, incomodado com a demora do elevador em chegar ao ultimo andar. Preciso mudar ligo daqui com Daiana, e tem que ser antes da chegada do nosso bebê. Quando o elevador apita indicando a chegada, rapidamente saiu e entro no apartamento, a sensação de alívio é imediata ao ver Daiana deitada no sofá, descansando. A luz suave do fim de tarde atravessa as cortinas, criando uma atmosfera tranquila, mas algo no meu peito ainda está apertado, um peso que não consigo afastar. O que aconteceu na empresa hoje foi um golpe inesperado, algo que não estávamos preparados para enfrentar. Assim que fecho a porta, Daiana se levanta rapidamente, com os olhos cheios de preocupação. — O que aconteceu, Oliver? — Ela pergunta, andando até mim. — Você me enviou uma mensagem e mais nada, estou preocupada. Respiro fundo, tenta
OliverDepois Daiana disse que não havia mais riscos em termos relações sexuais, pude tocar novamente o corpo dela, da melhor maneira que sei fazer. Pude beijar e acariciar sua barriga que já começa a crescer. O quarto está tranquilo, e Daiana está no banho, relaxando após o dia intenso. A água corrente e o leve som da música que ela colocou para tocar criam um ambiente de calma, e tudo o que eu quero é me deitar ao lado dela, abraçá-la e esquecer por algumas horas tudo o que está acontecendo lá fora.Estou prestes a me deitar, ajeitando os travesseiros, quando meu telefone vibra na mesa de cabeceira. Olho para a tela e vejo um número desconhecido. Meu corpo imediatamente se tensa. Algo me diz que essa ligação não é boa.Atendo sem dizer nada, esperando ouvir a voz do outro lado. A linha fica em silêncio por alguns segundos, apenas o som abafado de uma respiração irregular.— Quem é? — Pergunto, a voz mais firme do que eu pretendia.Uma risada baixa, quase debochada, quebra o silênci
DaianaTudo bem ele não querer me preocupar agora, mas sei que tem algo errado, Oliver não é de pensar em sair da cidade quando existe coisas importantes para se fazer aqui, como o novo projeto de empresa dele. Mas tudo bem ele quer assim, mas meu sexto sentido diz que isso não uma simples sugestão. — Sim, claro. — Ele responde rápido demais, quase automático. — Só alguns problemas no escritório que preciso resolver. Ele beija minha testa, me fazendo fechar os olhos brevemente, Oliver se afasta, indo em direção a porta do quarto. — Preciso descer para o escritório, ver alguns assuntos urgentes da empresa. — Ele diz, sem me encarar diretamente nos olhos. — Mas estarei aqui embaixo, no home office. Qualquer coisa, me chama, ok? Eu o observo por um momento, tentando entender o que está acontecendo. É raro ele agir dessa forma, tão evasivo. Mas decido não pressioná-lo. Se é algo relacionado ao trabalho, ele vai resolver. Sempre resolve. — Claro. — Respondo com um pequeno sorriso, me
Oliver Fecho a porta do home office e respiro fundo, sentindo o peso de tudo o que aconteceu esta noite. A ligação ainda ecoa na minha mente, as palavras ameaçadoras se repetindo como um aviso sinistro. Eu não posso deixar que Daiana saiba. Pelo menos não agora. Ela já está lidando com tanto, e o último que ela precisa é de mais preocupação. Me sento na cadeira, encarando a tela do computador, mas minha mente está longe. Não consigo me concentrar em trabalho. As palavras do homem na ligação estão me consumindo, me fazendo pensar em todas as possibilidades e em como alguém poderia estar nos observando. Ele sabia demais. Sabia sobre o bebê. Sabia sobre nós. E isso só pode significar uma coisa: estamos sendo vigiados. Olho para o telefone na minha mão e penso em quem poderia me ajudar. Tenho contatos em várias áreas, mas neste momento preciso de alguém de confiança, alguém que possa me orientar sobre o que fazer e, se necessário, agir nas sombras. Alguém que entende esse tipo de ameaç
Daiana O abraço de Oliver me envolve, mas a tensão em seu corpo não passa despercebida. Sinto que ele está me segurando com força, como se quisesse me proteger de algo, e isso apenas intensifica o pavor que me corrói por dentro. Ainda estou estremecendo, com o pesadelo vívido na mente, a imagem de Brianna rindo enquanto segurava meu bebê grudada na minha memória.Soluço, tentando recuperar o fôlego enquanto ele acaricia meus braços, tentando me aquecer.— Eu... tive um pesadelo, Oliver. — Digo, minha voz tremendo. — Foi horrível... Era Brianna... ela estava levando o bebê... eu não conseguia me mover. Ela dizia que ele era dela, e eu... — Minha voz falha, e lágrimas descem pelo meu rosto.Ele respira fundo, e vejo uma sombra de preocupação escurecer seu rosto. — Shhh, Deusa. — Ele murmura, apertando-me ainda mais em seu abraço. — Foi só um sonho. Brianna não pode nos fazer mal. Você está segura. Nosso bebê está seguro.Mas as palavras dele não me confortam. Há algo na maneira como el
DaianaDe repente, ouço passos, leves, quase abafados, vindos de algum lugar na escuridão. Meu corpo inteiro se enrijece, o pavor apertando meu peito.— Oliver, é você? — Tento manter a voz firme, mas o tremor na minha voz revela o quanto estou assustada. Espero, tentando decifrar se é ele, mas não ouço resposta. Apenas o som dos passos, se aproximando lentamente.Decido descer, cada passo me deixando mais tensa. Minha mente está a mil, pensando em tudo o que Oliver acabou de me contar, em cada segredo que ele guarda, em cada ameaça que paira sobre nós. E, ainda assim, ele tentou me proteger de tudo isso. Agora, no entanto, sinto que estamos no centro de algo muito maior, e que talvez não haja escapatória.Finalmente, chego ao andar de baixo. O silêncio é quase ensurdecedor. Caminho até o escritório, a porta entreaberta, e toco a madeira fria antes de empurrá-la. A escuridão continua ali, impenetrável.— Oliver? — Chamo mais uma vez, e dessa vez ouço algo.Um ruído abafado, vindo de a
OliverOs últimos meses foram calmos, surpreendentemente calmos. Desde que as ameaças cessaram, a vida ao lado de Daiana pareceu entrar em um ritmo mais tranquilo, focado nos preparativos para a chegada do bebê. Optamos por não saber o sexo, deixando esse mistério para o grande dia, algo que me ajudava a imaginar um futuro mais leve. Eu estava começando a acreditar, pela primeira vez, que nosso passado estava realmente ficando para trás.Mas a última semana da gravidez de Daiana trouxe de volta um tipo de ansiedade que eu não sentia há muito tempo. Em um canto da minha mente, algo me dizia que nossa paz era frágil, e que um perigo invisível ainda nos cercava.O grande dia, finalmente, chegou.9 meses completos....O som de Daiana me chamando no meio da madrugada me tira do sono de maneira abrupta. Ainda meio desorientado, levo um segundo para entender o que está acontecendo, mas a expressão dela, as mãos segurando o lençol com força, a respiração pesada e urgente… não deixam dúvidas.