Heloísa

1 mês atrás.

PH- Tem certeza que é isso que tu quer Helo ? Não tô te obrigando a ir, decisão somente tua. Tu sabe que ele não vai facilitar pra tu né? - Já era a quinta vez que PH fazia a mesma pergunta, eu não tinha outra opção.

Heloísa - Não tenho outra opção PH, eu necessito desse dinheiro, minha família precisa de mim . - Falei a verdade pra ele.

Eu só tinha duas opções, ou eu fazia essas visitas íntimas ao dono do morro e ganhava essa grana, ou eu passava fome junto com a minha família.

PH - Tua visita vai ser daqui a um mês, se mudar de ideia manda o papo pra nós. - Ele insistiu, querendo me fazer mudar de ideia.

Heloísa - Valeu PH, eu realmente preciso, se eu não precisasse com certeza eu não me submeteria a isso. - Sair da boca com milhares de olhares curiosos me olhando, alguns era das vizinhas fofoqueiras, outros era dos traficante me comendo viva só com um olhar.

Sabe quando você não tem outra opção a não ser se submeter a isso ?

Era minha realidade.

Eu trabalhava como faxineira em 2 casas na barra da Tijuca, porém eu ganhava miséria de dinheiro, não dava pra sustentar meus pais e meus 3 irmãos pequenos.

Eu era a única pessoa que trabalhava dentro de casa, minha mãe se dedicava a cuidar dos meus irmãos, e meu pai, infelizmente tinha câncer .

Todo mês sempre passávamos pelo mesmo perrengue. Conta de água pra pagar, conta de luz, supermercado pra fazer, e claro, papai estava em um do seus piores estágios do câncer, e eu queria muito colocar ele em uma clínica melhor para seu tratamento.

Pelo meu pai eu me submeteria muito mais que isso, ele precisava de mim e eu não poderia perder ele contra essa doença m*****a.

Quando Ph me explicou sobre as visitas que eu precisaria fazer ao Júlio, dono do morro, pensei muito antes de fazer isso, porém essa era minha chance de mudar a realidade da minha família, e dar mais conforto principalmente para os meus irmãos.

Creio eu que não seria tão ruim assim, nunca fui próxima de Júlio, aliás nunca nem cheguei perto dele quando ele passava pelas ruas do morro, ele parecia ser uma pessoa que não gostava muito de tá sorrindo pelos quatro canto do mundo, e eu também nunca forcei intimidade com ninguém.

Júlio foi preso em um assalto em um dos bancos aqui do Rio de Janeiro, desde então PH explicou que precisava de alguém pra ficar fazendo visitas a ele.

E eu estava disposta a fazer isso, custe o que custar, mas eu precisava da minha família bem.