Pov Erin

O cheiro de medicamentos invadiu minhas narinas. Eu estava irritada com isso, balançando a minha cabeça para afugentar o odor. Devido à irritação meus olhos se abriram instantaneamente. 

Encontrei-me encarando um teto diferente do que eu estava familiarizada.

— Onde eu esntou? — Eu proferi, ainda olhando.

Um som de bip atraiu a minha atenção. Olhei para o lado e me vi presa a um soro e um suporte vital.

— Isto é um hospital. — Percebi, forçando-me a sentar.

Foi quando a porta se abriur e uma médica entrou.

— Oh, Luna, você acordou. Como você está se sentindo? — Ela perguntou, aproximando-se de mim.

— Doutora Brielle. — Eu a chamei, reconhecendo-a.

Ela é a médica da alcateia, foi ela quem me mandou a mensagem revelando a minha gravidez. Ela colocou a mão na minha testa e sugeriu que eu me deitasse um pouco para descansar.

— Você teve uma queda dura e perdeu muito sangue. Mas você ficará bem, apenas descanse. — Ela sugeriu, lentamente me deitando.

Quando eu ouvi o que ela disse sobre eu estar sangrando, minha mente imediatamente foi para o bebê em meu útero. 

Preocupada perguntei. — E o meu bebê? Ele está bem?

A doutora Brielle me encarou sem palavras, a expressão em seu rosto começou a me assustar, quando ela suspirou e disse. — Sinto muito Luna, mas não conseguimos salvar o seu bebê.

— O quê? — Meu olhos se arregalara ao ouvir a sua afirmação.

Ela me explicou como a queda provocou um aborto espontâneo, matando o meu bebê intantaneamente.

— Sei que é desanimador para voce, Luna. Até o seu marido ficou destroçado ao ouvir a nitícia. Ele teve que sair, sinto muito. — Ela pediu desculpas, acariciando meu ombro.

Quando ela mencionou o nome de Deron, eu voltei à cena, me lembrando do olhar dele quando eu estava no pé da escada sangrando.

O olhar em seus olhos... Aquele sorriso...

Segurei a leteral da cama, deslizando lentamente a minha mão até a minha barriga para sentir o local onde eu sempre sentia aquele peso.

Esse era o meu bebê.

Mas agora, ele não está mais lá.

Se foi.

Meus lábios começaram a tremer e meus olhos se encheram de lágrimas. Incapaz de controlar a mim mesma, comecei a chorar desesperadamente.

A médica tentou me acalmar, abraçando-me. Consegui me acalmar um pouco, ouvindo a médica, que sugeriu novamente que eu descansasse por duas horas antes de receber alta. Segundo ela, Deron não queria que eu ficasse lá por muito tempo, ele queria que eu fosse para casa para que ele pudesse me consolar e cuidar de mim.

— Vocês precisam do amor um do outro para passar por ente momento difícil. Por favor, descanse.

Ela logo me deixou sozinha para afogar-me em minha dor. Eu pensei em Deron e seu pai, o falecido Alpha.

Apesar de ser uma orfã sem lobo, aquele velho homem me escolheu e fez de mim a Luna de seu filho. Ele me fez prometer em seu leito de morte que eu não deixaria o seu filho e o faria sempre feliz.

Agora estou começando a me arrepender profundamente de ter concordado com aquela promessa.

Me arrependo.

Depois de descansar no hospital, fui levada de volta para casa por um dos guardas de Deron em um de seus carros. Em meu estado frágil, cheguei à mansão para encontrar Deron e Flora à minha espera.

Eles estavam ambos à entrada, me recebendo de volta com zombaria em suas vozes, perguntando sobre o bebê e o que o médico havia dito.

Quando nada falei, mas tentei ignorá-los, Flora saiu rindo, falando sobre o meu bebê morto.

— Aquele bastardo teve o que merecia. — Ela ria, batendo palmas.

Houve uma pancada no meu peito quando ela insultou o meu filho morto. Eu queria responder, mais não consegui. Eu estava simplesmente muito fraca.

— Pegue isto. — Disse Deron, jogando um papel no meu rosto. — São os papéis do divórcio.

Arrepios percorreram minha espinha quando ouvi Deron. Levantei os olhos para olhar seu rosto enquanto ele me dizia para assinar antes de vinte e quatro horas.

— Meu advogado voltará para pegá-lo assim que o seu tempo acabar. É melhor não atrasar. — Ele me avisou, agarrando Flora perto quando subiram às escadas, ficando aconchegados.

Segurei os papéis nas mãos, encarando-os em estado de choque. Abri cada página e vi que Deron já havia assinado. Tudo o que estava era a minha assinatura para finalizar o divórcio. 

Despedaçada por isso, corri para o meu quarto e me tranquei. Caí no chão, chorando amargamente.

— Depois de tudo, deusa, é isso que eu recebo? — Eu solucei, deixando as lágrimas caírem.

Com o que eu enfrentei nas mãos de Deron, decidi agradá-lo e partir de vez. Peguei uma caneta e estava pronta para assinar as páginas quando algo aconteceu.

— Não assine esses papéis, Erin. — Uma voz forte e feminina ordenou, plantando medo em meu coração.

Levantei-me imediatamente, procurando quem havia falado.

— Quem está aí? — Eu questionei, tremendo em meu lugar enquanto me virava.

No momento em que meu olhar caiu sobre o espelho, encontrei dois olhos verdes me encarando. Gritei de medo, recuando, apenas para sentir algo dentro do meu corpo, retumbando intensamente.

Caí de joelhos, sentindo dor dentro de mim, era como se meu estômago estivesse prestes a explodir. Nesse momento, uma luz verde ondulante saiu de mim, formando algo hipnotizante diante dos meus olhos.

Eu fiquei olhando para isto até me deixar em choque total, o que eu vi me deixou desconcertada. 

Havia um poderoso lobo preto com olhos verdes, olhando diretamente para mim.

Ela deu um sorriso e disse com o seu tom feminino. — Não assine isso, Erin. Essa não é a maneira dos IVYS.

Seus olhos brilhavam enquanto ela sorria. Eu estava abalada com a sua presença, a aura vindo dela era aterrorizante, até os olhos eram suficiente para deixar você horrorizado. 

Mas um lobo com olhos verdes?