Vendo o rosto pálido de Isabela e as gotas de suor em sua testa, Carina pegou um lenço para ela se limpar. - Felícia, você está bem? Aquele Sr. M é importante para você? - Perguntou Carina.Isabela recuperou a compostura, olhando para Carina um tanto atordoada. Para ela, o Sr. M era realmente importante, mas Caio... Parecia alguém que ela acabava de conhecer. No entanto, com Tomás ao lado de Caio, como ele não poderia ser o Sr. M? Além disso, Gabriel havia mencionado que ele era o Sr. M...Ela estava completamente confusa.- Felícia? Você está bem? Meus pensamentos podem ser um pouco tendenciosos e subjetivos, então se houver... - Disse Carina.Antes que Carina pudesse terminar, Isabela balançou a cabeça. - Estou bem, o que você disse foi uma análise razoável. Sou eu que... Fiquei muito subjetiva. - Disse Isabela.- Felícia... - Disse Carina.Embora ela dissesse isso, Carina sabia que Isabela estava à beira de um colapso. No final, Isabela suspirou profundamente e se levantou da c
Após chegarem à delegacia, Isabela e Carina foram separadas para prestar depoimento. O conteúdo era simples. Explicando a situação daquela noite. Isabela não queria mentir e optou por ser honesta, exceto pelas partes como Gabriel perfurando a mão de Daniel com uma faca e a ligação posterior com Rodrigo no carro.- Srta. Felícia, há algo mais privado que precisamos perguntar. - Disse o policial, olhando com seriedade para ela. - Qual é a sua relação com o Sr. Gabriel? Em outras palavras, Gabriel mataria por você por conta do incidente com Daniel? - Na verdade, é como todos viram. O Sr. Gabriel é um amigo do meu marido. - Respondeu Isabela, fingindo estar com calma, apertando as mãos sob a mesa.- Mas de acordo com o que dizem, seu marido, Sr. André, parece ter se desentendido com o Sr. Gabriel há quatro anos. - Disse o policial.Ouvindo isso, Isabela fingiu rir de forma descontraída.- Policial, você deve saber que o advogado do Sr. Gabriel agora é meu marido, certo? - Respondeu Isabe
- Por que você balançou a cabeça? Não pode ajudar ele? - Perguntou Isabela.André fez um gesto para Isabela, indicando que ela se aproximasse um pouco mais. Sabendo que estavam na delegacia, onde certas informações não podiam ser discutidas em voz alta, Isabela se inclinou para perto.- Essa situação está complicada. Alguém fez uma denúncia formal contra Gabriel. - Respondeu André.Ao ouvir isso, o rosto de Isabela mudou e ela olhou ao redor. - O quê? Denúncia formal? Mas há alguma evidência? - Sussurrou Isabela, perplexa.- Não há evidência concreta, mas há fotos do Rodrigo pisoteando Daniel e levando ele embora. - Disse André.- Mas isso não prova que Gabriel matou alguém. - Comentou Isabela.- Sim, mas também não prova que ele não matou, especialmente sem evidências de que ele não instruiu Rodrigo a cometer o assassinato. - Disse André.- Então, você está confiante? - Perguntou Isabela, apertando os lábios.- Apesar da complicação, tenho confiança. A questão principal agora é o mo
Ao pensar nisso, André já tinha uma compreensão clara. No entanto...- Carina, você também suspeita do Caio? - Perguntou André.- Sim, eu sinto que algo está errado com esse homem. Ele mentiu várias vezes sobre o que aconteceu na noite passada, todas as mentiras eram dirigidas à Felícia, como se estivesse construindo uma imagem específica para ela... - Explicou Carina, assentindo. Em seguida, ela fez um gesto de negação. - Eu não sei, mas minha intuição diz que não posso confiar totalmente nesse homem.André se virou olhando para Isabela, suspirando de leve.Na verdade, ele também não confiava em Caio. Em termos de linha do tempo, Caio era a pessoa mais suspeita. E... Ele não acreditava que Caio fosse o Sr. M, afinal, sua presença era muito coincidente. Tudo parecia muito coincidente.Durante o almoço, Isabela ficou com a cabeça baixa, quase não falou, mal tocou na comida. Isso preocupou André, mas ele ficou sem jeito para falar alguma coisa, então fez sinal para Carina ficar mais t
O toque normal, tão comum que mal se percebia, parecia agora um sino fúnebre vindo do inferno, ecoando sem parar no quarto...Isabela encarava fixamente na direção da porta, suas unhas pressionando na carne enquanto se forçava a ficar de pé. Cada passo parecia pesado e cheio de medo enquanto descia as escadas.Ela sempre estava fugindo, com medo de desvendar a verdade sobre Caio, relutante em discutir, relutante em acreditar. Mas agora, parecia que ela não tinha mais para onde correr, não havia mais escapatória, apenas poderia aceitar essa realidade cruel.No entanto... Por quê?Carina apoiava ela ao lado, vendo seu rosto pálido, com pequenas gotas de suor na testa. - Felícia, não se force. Devemos procurar ajuda, só você não será capaz de encontrar eles. - Falou Carina.Isabela não respondeu, se arrastando com dificuldade até a porta. Com a mão trêmula, agarrou a maçaneta.Mordendo os lábios, ela respirou profundamente, empurrando a porta com força para fora.Do lado de fora, Caio,
Isabela levantou a mão e abriu a palma, se acalmando de repente: - Eu não pretendia te ofender.- Isso é ainda melhor. - Cláudio, meio irritado, disse. - Agora há pouco, o segurança do condomínio veio correndo dizer que havia um problema com a represa aqui perto, que ela poderia desabar. Então, pediram para todos se reunirem em um abrigo temporário.- E agora?- Agora estão dizendo que foi um erro no sistema, então se enganaram. Na verdade, não há perigo, está tudo seguro. Nos Mandaram voltar.Isabela franziu a testa, enxugando as lágrimas do rosto: - Tem uma represa perto daqui?Cláudio pegou o celular, abriu o mapa, encontrou o local e mostrou para ela: - Aqui. Não é muito perto, mas está dentro do alcance.Isabela respondeu com um aceno. Se Lembrando de Caio, perguntou: - E aquele senhor, por que estava aqui?- Ele veio te procurar e acabou sendo levado pelo segurança para o abrigo. Lá dentro, por coincidência, encontrou conosco. Você não deve se preocupar tanto, ainda há mais p
Depois de entrar em casa, Isabela começou a arrumar tudo com a tia Iara e, em seguida, acalmou as crianças, mandando-as trocar de roupa no andar de cima. Foi somente depois desses afazeres que ela percebeu o desaparecimento de Carina.Ao vê-la procurando por todos os cantos, Cláudio, sentado no sofá, disse calmamente: - Não precisa procurar, ela está no quarto e não saiu.Isabela desviou o olhar e se sentou diante de Cláudio: - Você a viu entrar lá?Cláudio acenou com a cabeça: - Ela estava me espiando pela fresta da porta, para ver se eu ia embora.- O que você fez com ela, afinal?Cláudio parecia confuso: - O que eu poderia ter feito? Quando ela estava no hospital, eu mal a visitava, e quando o fazia, eram apenas cumprimentos formais. Se alguém não soubesse que somos primos, poderia pensar que temos apenas uma relação médico-paciente.Isabela revirou os olhos: - Pelo jeito que você fala, parece até que se orgulha disso.Cláudio suspirou: - Você sabe como é minha prima. Brincáv
- Isa, não comece a imaginar coisas, talvez não seja tão complicado assim.Isabela, apavorada, balançava a cabeça. - Não, tenho um pressentimento, é aquela pessoa. - Após dizer isso, ela apertou mais forte o braço de Cláudio. - Mariana foi internada num hospital psiquiátrico, e logo depois isso aconteceu. Você não acha muita coincidência?Realmente, era uma coincidência, algo que Cláudio não podia negar.- Mas, teoricamente, ele não tem nenhum motivo para guardar rancor contra você. Por que ele faria algo assim?- Por causa do meu depoimento. - Isabela se esforçava para se manter calma. - No meu depoimento, mencionei que suspeitava de que outra pessoa tinha armado uma cilada. Ele quer me avisar com isso, me fazer entender que, se eu continuar falando demais, se eu continuar ajudando Gabriel, ele vai me fazer perder meus dois filhos...Antes que ela terminasse, o telefone de Isabela tocou.Ela atendeu com as mãos tremendo: - Reginaldo?- Senhora, por favor, prepare suas malas, vou bus