Mariana, temendo, cobriu os ouvidos e balançou a cabeça sem parar. - Não quero ouvir, pare de falar! - Gritou ela.- Está com medo? - Zombou Isabela, sorrindo com desdém. - Pensei que você não tinha medo de fantasmas, afinal, você matou tantas pessoas com tanta convicção. Como é que agora começou a ter medo? Mariana, você já contou quantas pessoas você matou? Cuidado... - Ah! Saia daqui! - Exclamou Mariana, assustada, afastando Isabela, se levantou abruptamente e gritou. - Eu não tenho medo, eu não tenho medo, eu posso matar eles, eu não tenho medo dos espíritos deles! - Se você não tem medo, por que está tão nervosa? - Questionou Isabela.- Eu... - Mariana apertou a coxa, se forçando a acalmar, mas o medo já tinha invadido seu cérebro, fazendo com que tremesse involuntariamente. De repente, ela olhou para Isabela com os olhos vermelho. - Você não está curiosa para saber se Gabriel já transou comigo? Isabela ficou atordoada por um momento, por instinto, apertando os punhos.Vendo q
Ao ver ela em silêncio, Gabriel ficou um pouco ansioso, segurando a mão dela. - É difícil conseguir um táxi aqui. Vamos, entre no carro primeiro, está bem? - Pediu Gabriel.Isabela olhou ao redor e viu que havia pouco tráfego de carros. Então, ela soltou a mão dele e entrou no carro.Gabriel estava prestes a se aproximar, mas ela se moveu para o lugar mais distante. - Não chegue perto! - Disse Isabela.- O que está acontecendo? - Perguntou Gabriel, seu corpo ficando tenso.- Eu acho você sujo! - Expressou Isabela.O coração de Gabriel se contraiu, olhando com perplexidade para ela, se afastando um pouco.Essa era a sensação de ser rejeitado.Não sabia por que, mas ele sentia que Isabela estava se tornando mais parecida com o antigo ele. Era estranho que ele não ficasse irritado ou desconfortável, mas sim sentiu que merecia isso.- Para onde quer ir? - Perguntou Gabriel. - Quero visitar meus pais. - Respondeu Isabela, depois de permanecer em silêncio por um longo tempo.- Ok. - Gabri
Ao sair do cemitério, Isabela permaneceu em silêncio durante todo o caminho até estarem quase chegando ao Jardim Azul. - Eu não quero voltar para casa. - Falou Isabela, de repente.- Para onde quer ir? - Perguntou Gabriel.- Para o Botequim Maluco. - Respondeu Isabela.Gabriel fez um gesto para o motorista mudar o destino e olhou com preocupação para Isabela. Ele não sabia exatamente o que ela estava pensando, mas sabia que o coração dela ainda não estava totalmente aliviado. No entanto, não importava o que ela fizesse, ele estava disposto a acompanhar ela. Afinal, estar ao lado dela já fazia ele se sentir muito grato....Botequim Maluco.Ao entrarem, eles ouviram um tumulto, como se alguém já estivesse bêbado e causando confusão. Vários garçons estavam tentando acalmar a situação e Valentino também estava lá.Valentino virou a cabeça ao ver Isabela entrando e se espremeu na multidão. - Chefe, por que você está aqui? Não se preocupe com isso, vamos cuidar disso. Você pode ir para
- Este mundo sempre contraria nossos desejos, por que insiste? - Perguntou Gabriel, sorrindo de leve.Ela já pensou em dar ao Gabriel e a si mesma uma chance de recomeçar. No entanto, depois de encontrar Mariana, ela percebeu que na verdade não seria capaz de fazer isso. Tudo estava tão claro, como eles recomeçariam?Com apenas uma frase de Mariana, ela não podia acreditar nele. A confiança entre eles já havia desmoronado, irrecuperável. Como remendar um espelho quebrado?- Você quer me expulsar? Eu não vou embora. Se você precisar de tempo, seja um mês, um ano ou dez anos, contanto que eu esteja vivo, vou esperar por você. - Disse Gabriel, com firmeza. Ele respirou profundamente e continuou. - Mesmo que eu morra, Isabela, eu ainda estarei esperando por você no paraíso, esperando você me levar embora.- Você não pode me forçar. - Disse Isabela.- Eu sei, vou respeitar sua decisão, mas ao mesmo tempo, não vou desistir de você. Não posso ir contra meu próprio coração. - Acrescentou Gab
Quando Rodrigo chegou, Isabela entregou a administração do bar para ele e Gabriel acompanhou ela até o hospital. No entanto, ao chegar lá, receberam a notícia de que Valentino estava desmaiado devido à perda de sangue e o estoque de sangue estava baixo.- Qual é o tipo sanguíneo dele? - Perguntou Isabela.- Tipo sanguíneo raro. - Respondeu a enfermeira. - Tipo sanguíneo raro? Você tem certeza? - Questionou Isabela, surpresa.- Hoje mesmo tivemos um paciente com sangue tipo raro para uma cirurgia, então o estoque ainda não foi reabastecido. Nunca esperávamos encontrar dois casos tão raros em um dia. Agora só podemos... - Confirmou a enfermeira, com convicção.Sem esperar a enfermeira terminar, Isabela estendeu seu braço branco como a neve. - Tire meu sangue, eu também tenho tipo sanguíneo raro. - Interrompeu Isabela.A enfermeira ficou atônita por um momento, claramente achando isso muito coincidente, mas rapidamente reagiu e levou Isabela para uma sala ao lado para coletar sangue.-
- Como eu poderia saber? - Exclamou Gabriel, furioso. Se não fosse por esse Valentino, Isabela não teria vindo para doar sangue e não teria mencionado o que aconteceu quatro anos atrás. Só de pensar nisso, já se irritava.Vendo sua raiva, Cláudio, com tato, mudou de assunto: - Sobre a pergunta que você me fez da última vez, não posso te dar uma resposta definitiva. Se quer ter certeza de que é a mesma pessoa, o método mais direto é um teste de DNA.Gabriel estreitou os olhos: - O DNA nem sempre é confiável.- O cara está morto, do que você ainda tem medo? Tem medo de que ele ressuscite?Gabriel franziu a testa e olhou para ele friamente: - Quem te disse que ressuscitar é impossível?Cláudio sentiu um arrepio. Se não fosse médico, teria acreditado.- Gabriel, não seja tão paranoico. Ela deve ter alguma liberdade social, senão qual a diferença entre você agora e antes? Você ainda está controlando a liberdade dela.- Cláudio, você é muito ingênuo.Gabriel apertou os lábios, emanando
- Gabriel veio procurar você? - Isabela mudou sua expressão, preocupada. - Ele não te machucou, nem ameaçou você de alguma forma, certo?Valentino hesitou por um momento, levantando a cabeça e refletindo:- Ele disse para eu me lembrar que devo a você uma vida. Isso não conta como uma ameaça, não é?Isabela ficou sem palavras.Ela sentiu que havia uma certa ameaça nisso, mas, pela perspectiva de Gabriel, parecia até gentil, deixando ela sem saber o que dizer.Após um silêncio, ela finalmente falou:- Na verdade, não precisa levar isso tão a sério. Salvar uma vida é um ato de bondade. Eu considero isso como uma bênção para minha filha.- Não, Sr. Gabriel disse que você estava com a saúde frágil e tinha acabado de sair do hospital, quase morrendo por doar sangue para mim. - Valentino falou seriamente. - Então, eu não esquecerei esse favor, chefe. Fique tranquila, vou me recuperar o mais rápido possível e voltar ao bar para ajudar.Isabela lhe serviu um copo de água.- Ele estava só te as
- Hum, irmã, o que mais você acha que poderia acontecer? A minha única família é você e Dulce, não tem mais ninguém para me visitar. - Enquanto falava, Pedro olhou de lado para Isabela e fez bico, dizendo. - Irmã, como veio me ver de mãos vazias? Eu pensei que pelo menos traria uma grande refeição para mim.Ao vê-lo assim, Isabela não pôde deixar de rir, tirando uma marmita de trás:- Olhe só para você, como eu poderia deixar você na mão? Isso é um caldo de galinha que a tia Iara cozinhou por uma manhã inteira, é super nutritivo.Pedro sorriu abertamente:- Eu sabia que você era a melhor comigo.Isabela serviu a sopa e se sentou ao lado da cama para alimentá-lo: - Vendo você tão cheio de vida, finalmente me sinto mais tranquila. O que faria se algo acontecesse com você?- Irmã, já disse, vou proteger você e Dulce por toda a vida, como poderia morrer? Não se preocupe.- E ainda diz! Quando vi você todo coberto de sangue, eu realmente... Quase morri de susto.Pedro riu suavemente e leva