- Como eu poderia saber? - Exclamou Gabriel, furioso. Se não fosse por esse Valentino, Isabela não teria vindo para doar sangue e não teria mencionado o que aconteceu quatro anos atrás. Só de pensar nisso, já se irritava.Vendo sua raiva, Cláudio, com tato, mudou de assunto: - Sobre a pergunta que você me fez da última vez, não posso te dar uma resposta definitiva. Se quer ter certeza de que é a mesma pessoa, o método mais direto é um teste de DNA.Gabriel estreitou os olhos: - O DNA nem sempre é confiável.- O cara está morto, do que você ainda tem medo? Tem medo de que ele ressuscite?Gabriel franziu a testa e olhou para ele friamente: - Quem te disse que ressuscitar é impossível?Cláudio sentiu um arrepio. Se não fosse médico, teria acreditado.- Gabriel, não seja tão paranoico. Ela deve ter alguma liberdade social, senão qual a diferença entre você agora e antes? Você ainda está controlando a liberdade dela.- Cláudio, você é muito ingênuo.Gabriel apertou os lábios, emanando
- Gabriel veio procurar você? - Isabela mudou sua expressão, preocupada. - Ele não te machucou, nem ameaçou você de alguma forma, certo?Valentino hesitou por um momento, levantando a cabeça e refletindo:- Ele disse para eu me lembrar que devo a você uma vida. Isso não conta como uma ameaça, não é?Isabela ficou sem palavras.Ela sentiu que havia uma certa ameaça nisso, mas, pela perspectiva de Gabriel, parecia até gentil, deixando ela sem saber o que dizer.Após um silêncio, ela finalmente falou:- Na verdade, não precisa levar isso tão a sério. Salvar uma vida é um ato de bondade. Eu considero isso como uma bênção para minha filha.- Não, Sr. Gabriel disse que você estava com a saúde frágil e tinha acabado de sair do hospital, quase morrendo por doar sangue para mim. - Valentino falou seriamente. - Então, eu não esquecerei esse favor, chefe. Fique tranquila, vou me recuperar o mais rápido possível e voltar ao bar para ajudar.Isabela lhe serviu um copo de água.- Ele estava só te as
- Hum, irmã, o que mais você acha que poderia acontecer? A minha única família é você e Dulce, não tem mais ninguém para me visitar. - Enquanto falava, Pedro olhou de lado para Isabela e fez bico, dizendo. - Irmã, como veio me ver de mãos vazias? Eu pensei que pelo menos traria uma grande refeição para mim.Ao vê-lo assim, Isabela não pôde deixar de rir, tirando uma marmita de trás:- Olhe só para você, como eu poderia deixar você na mão? Isso é um caldo de galinha que a tia Iara cozinhou por uma manhã inteira, é super nutritivo.Pedro sorriu abertamente:- Eu sabia que você era a melhor comigo.Isabela serviu a sopa e se sentou ao lado da cama para alimentá-lo: - Vendo você tão cheio de vida, finalmente me sinto mais tranquila. O que faria se algo acontecesse com você?- Irmã, já disse, vou proteger você e Dulce por toda a vida, como poderia morrer? Não se preocupe.- E ainda diz! Quando vi você todo coberto de sangue, eu realmente... Quase morri de susto.Pedro riu suavemente e leva
Quando Isabela bateu à porta e entrou, Carina estava tricotando um cachecol e sorriu ao vê-la.- Felícia, você finalmente veio. Eu pensei que você não viria me visitar. - Enquanto falava, ela acenou para Isabela se aproximar. - Venha aqui, me deixe ver se o tamanho está bom.Isabela se aproximou e Carina colocou o cachecol em seu pescoço, ajustando-o para cima e para baixo, da esquerda para a direita.- Não está nada mal, ficou bem bonito. Você pode ficar mais um pouco? Estou quase terminando, e você poderá levá-lo com você.Isabela se sentou ao lado da cama e assentiu.- Claro, sem problema.Ouvindo isso, Carina sorriu e baixou a cabeça para continuar tricotando o cachecol.A cor do cachecol era branca, com um padrão comum, nada muito especial.Mas Isabela notou um monte de lã descartada ao lado da cama e logo entendeu.O cachecol provavelmente era para Cláudio.Quanto ao motivo de não ter sido entregue, ela não sabia.Mas ela também não planejava perguntar, afinal, se Carina não quis
- Felícia, o que você está fazendo? Está quase pronto! Carina disse apressadamente, tentando se levantar da cama para pegar algo, mas Isabela a segurou rapidamente.- Você não vai pegar!Então, Isabela a arrastou para o corredor: - Carina, veja o mundo lá fora, ainda não está escuro. Não se feche nesse mundo cinza, está bem?Liberte suas emoções, fale o que está em seu coração, não se reprima. Se continuar assim, seu coração vai adoecer.Carina, desconfortável, tentou se soltar:- Felícia, pare de falar, agora eu só quero tricotar meu cachecol, não estou interessada em mais nada.- Carina!Carina, franzindo a testa, lutava para se soltar:- Me solte agora!- O que aconteceu, pode me contar? Como posso te ajudar assim?- Não quero sua ajuda, me solte agora!Isabela a segurava firmemente: - Hoje você não vai embora até me contar, não vou soltá-la!- Não faça isso, me deixe entrar, rápido!No topo do edifício, além delas duas, só estava Pedro, então ninguém mais podia ouvir os pedidos
De repente, Carina ficou quieta, olhando para ela com lágrimas nos olhos:- Sério?- Claro que é verdade. - Isabela se aproximou e segurou sua mão. - Eu compreendo o sofrimento de uma paixão secreta, por isso sei que você sofreu mais do que eu.Ao ouvir isso, Carina de repente pulou em seus braços, começando a chorar compulsivamente.- Felícia, estou sofrendo tanto...- Eu sei, eu sei... - Isabela a abraçou, acariciando suas costas suavemente.Então, Carina levantou a cabeça e encontrou aqueles olhos profundos e familiares, se surpreendendo por um momento antes de desviar o olhar.- Carina, vamos entrar, está bem?Após desabafar, Carina já mais calma, assentiu obedientemente e seguiu Isabela de volta ao quarto.Isabela ajudou Carina a se sentar na cama, depois foi ao banheiro e preparou uma bacia de água quente, torcendo uma toalha e entregando ela a ela.- Aqui, limpe o rosto.Carina pegou a toalha e limpou rapidamente o rosto.O calor deixou seu rosto pálido mais rosado, destacando o
Isabela brilhou os olhos:- Você decidiu ir?Carina assentiu repetidamente: - Você está certa. Eu não deveria me fechar; devo sair e socializar mais. Por isso, quero ir... Embora... Eu, talvez, esteja realmente com medo.- Não tenha medo, você é tão bonita quanto antes. Não há diferença alguma.- Eu... - Carina lambeu os lábios secos. - Eu sonho frequentemente com aquele dia e aquele cheiro horrível; ainda me lembro dele. Tenho muito medo... Medo de ser descoberta, medo de que aconteça novamente...Isabela a abraçou lentamente, consolando ela suavemente: - Ninguém vai saber. Seu primo já cuidou de tudo. Pode ficar tranquila. - Após falar, ela acrescentou. - O mais importante é que Mariana já foi presa. Ninguém lá fora pode te machucar agora.Ao ouvir isso, Carina finalmente suspirou aliviada se sentindo um pouco mais calma.Isabela esperou até que ela se acalmasse completamente antes de sair do quarto.Mas, assim que saiu, esbarrou em um peito firme, fazendo ela gemer de dor.Ela olh
A irritação de Isabela tinha, na verdade, sua própria origem.Ela estava completamente envolvida por Gabriel.Cada palavra dele, cada toque de calor, cada abraço, pareciam um veneno, corroendo constantemente seu coração.Tão familiar e tão ansiada, especialmente após falar com Carina, as memórias daqueles anos ressurgiam constantemente em sua mente.Parecia que seu ódio por ele também estava diminuindo.Mas ela detestava se sentir assim.Tantas vidas, tanta dor, não havia motivo para simplesmente esquecer.Então, quando as pessoas na porta se dispersaram, Isabela, irritada, golpeou o peito de Gabriel com o cotovelo, dizendo: - Gabriel, eu te aviso, não brinque comigo, você não tem o direito de se intrometer nesses assuntos!Após dizer isso, ela rapidamente deixou o local.Observando sua figura se afastar, Gabriel curvou levemente os lábios, sentindo uma mistura de amargura e alegria em seu coração.Ele sabia que ela estava lutando.Enquanto ela lutasse, isso significaria que tinha sen