Isabela chorava e ria ao mesmo tempo. - É irônico, né? A mãe dele morreu por minha causa, mas ele ainda me vê como uma salvadora. - Zombou Isabela.À medida que ria cada vez mais alto, seu riso de repente se transformou em silêncio.Ela mesma matou George, foi a causa da morte de Mônica e, ainda assim, ela se tornou a madrinha de Rivaldo.Se Rivaldo soubesse a verdade, certamente mataria ela, né?Por que precisaria de Rivaldo para agir? Ela se odiava profundamente!Ela queria xingar André, chamar ele de insensível, acusar ele de ser sanguinário e injusto, mas...Ele fez isso para salvar ela.Ela levantou a cabeça, soltou um respiro fundo e olhou para André novamente.- André, eu te julguei errado. Você nunca foi aquele André gentil. Na verdade, é parecido com o Gabriel. - Comentou Isabela, desesperada. Dito isso, ela mordeu o lábio, desajeitadamente, enxugou as lágrimas. - Para se divorciar de mim, você prefere encontrar alguém para atuar. Acho que não posso te impedir. Então... Ela
Os desejos de Mônica, Isabela não conseguiu realizar nenhum.No início, havia a chance de encontrar Rivaldo quatro anos atrás, mas ela chegou tarde demais.E aquela filha de Mônica... Pedro já havia dito a ela quatro anos atrás que ela estava morta.Os dois filhos de Mônica, ela não conseguiu proteger. Como ela poderia se justificar?Num lampejo, ela se lembrou da cena do incêndio.Com dificuldade para respirar, caída no chão, era Mônica que ajudava ela, afastando a fumaça, chamando seu nome sem parar.- Isa, não durma, se dormir, tudo estará perdido. Isa, não durma, abra os olhos. ...Naquele momento, Mônica já sabia que estava prestes a morrer.O que ela estava pensando naquela hora?Isabela se esforçava para lembrar, tentando recordar o que Mônica disse antes de desmaiar.Mas, mesmo com a maré subindo à altura de seus pés, ela não conseguia se lembrar.- Srta. Felícia. - De repente, uma voz soou atrás dela. - Srta. Felícia?Isabela virou a cabeça, vendo Tomás de pé diante dela.- S
Isabela se mostrou ligeiramente surpresa. Ela imaginava que, ao final, haveria um desfecho feliz, mas não esperava algo tão... Tão triste.No entanto, Caio não respondeu à sua pergunta. Em vez disso, adicionou um pacote de açúcar ao café dela, comentando:- Na realidade, inventei a parte final da história. O pai e o filho ainda estão sem um desfecho definido.Isabela, confusa, questionou:- Por que me contou essa história?- Estava apenas refletindo sobre algo que ouvi por acaso. Como um filho pode odiar tanto o próprio pai? Se fosse com meu filho, eu realmente não saberia o que fazer.- Acredito, contudo, que o final da história possa ser diferente do que imagina. Talvez o filho perceba o amor do pai e, no final, ambos resolvam suas diferenças e convivam em harmonia.Caio ergueu uma sobrancelha:- Acha mesmo?Isabela assentiu:- Prefiro acreditar nessa segunda possibilidade. A relação entre pai e filho, a não ser que...- A não ser o quê?- A menos que... - Ela hesitou. - A menos qu
Vila da Nuvem.Depois que Isabela partiu, André permaneceu sentado, imóvel, em seu escritório.Ele desejava se divorciar dela, queria que ela o odiasse e o desprezasse para que se afastasse e nunca mais se envolvesse com os assuntos do Grupo Almeida.No entanto, o que ele realmente almejava não era um desfecho assim.Ele não queria que ela o visse como um demônio, um monstro capaz de matar sem hesitar.Jurava esconder isso dela por toda a vida, pois não suportava a ideia de ser odiado por ela dessa maneira.E ele a conhecia muito bem.Ela o odiaria, sim, mas ele se odiaria ainda mais.Não, isso não era o que ele queria...Desde a noite em que perderam a razão, se tornou difícil para André e Isa voltarem ao passado, dadas as suspeitas dele.Por isso, mais tarde, ele planejou usar essa desconfiança para encenar uma situação com Bela Martins, induzindo Isabela a deixar aquele lugar problemático.Ele se vingaria por ela; tudo o que queria era garantir sua segurança e felicidade.Mas agora.
Neste momento, no Botequim Maluco.Isabela, pálida, se sentou ao balcão do bar: - Me dê um copo de bebida.- Claro. - O barman, após responder, levantou a cabeça e reconheceu a pessoa que chegou. - Patroa, quer que eu a leve para o camarote privado? É mais tranquilo lá.Isabela balançou a cabeça: - Não, pode ser aqui mesmo, abra uma garrafa de uísque para mim.O barman, conhecendo a capacidade de Isabela para bebida, aconselhou:- Patroa, você não bebe muito bem, beba menos.- Menos conversa! - Isabela olhou friamente para ele. - Se continuar falando, vou te demitir!- Sim, vou servir.Isabela, apoiada no balcão, observava os homens e mulheres animados no bar e não pôde deixar de sorrir.Depois que Caio partiu, ela se sentou por muito tempo à beira mar.Mas olhando para a praia deserta, seu coração de repente se sentiu solitário, abafado e dolorido.Ela queria ir a um lugar quente, para aquecer seu coração gelado.Mas todos os lugares conhecidos eram inacessíveis, e quando realmente
O que essa mulher estava tentando fazer?Ela estava tão perto de um homem lá fora, sem medo de se aproveitarem dela!Justo quando ele pensou em se aproximar, Isabela, de repente, empurrou o homem com força, se apoiou no balcão do bar e disse ao barman:- Chame a polícia, o prenda! Ele me assediou!- Certo. - O barman imediatamente chamou a polícia.Ao ver isso, o homem protestou: - Foi você quem se encostou em mim e ainda bebeu a minha bebida. Agora quer chamar a polícia?Isabela, um pouco bêbada, mas ainda lúcida, pegou uma garrafa de cerveja, a quebrou no balcão e apontou o lado quebrado para o homem:- O quê? Você disse que eu me encostei em você?O homem, assustado, disse:- O que você quer fazer? Matar alguém? Agora sou eu quem vai chamar a polícia!- Então chame. - Isabela suspirou profundamente e amaldiçoou. - Por quê? Por que você tem o direito de chamar a polícia? Eu odeio ser enganada! Por que mentiu para mim? Por quê?Sua voz aumentava a cada palavra, quase histérica no fin
- Você está bêbada, venha comigo - Disse Gabriel, estendendo a mão.Isabela afastou a mão dele e olhou friamente em sua direção:- Com que direito você fala assim comigo? Gabriel, de todas as pessoas do mundo, você é quem menos tem esse direito! Quem me fez ficar assim, não foi você? Com que direito você se faz de bom samaritano agora?Gabriel, com a mão ainda suspensa no ar, a encarou com uma mistura de impaciência e resignação. Suspirando e ignorando a resistência dela, ele a levantou nos braços e caminhou em direção ao camarote mais afastado.- Me solte! Eu vou chamar a polícia! - Exclamou Isabela.- Chame a polícia, então. Esperarei aqui pelos policiais. - Respondeu Gabriel, desafiador.Ao entrar no camarote reservado, Gabriel a colocou cuidadosamente no sofá.- Sei que você está temperamental e precisa desabafar, Isa. Não vou impedir. - Disse ele, passando uma cerveja para ela e apontando para a própria cabeça. - Pode me bater aqui, não vou reagir. Faça isso até se acalmar.- Voc
Talvez fosse porque, após desabafar, a obsessão de Isabela tenha diminuído, então ela se agitou por um tempo e acabou adormecendo em seus braços.Olhando para a mulher adormecida em seu colo, ele estendeu a mão e acariciou suavemente o rosto dela.- Isa, confie em mim, por favor?Em seguida, ele a colocou no sofá, tirou o casaco e o cobriu sobre ela. Com medo de que ela não estivesse confortável com a cabeça inclinada, ele levantou a cabeça dela e a apoiou em suas próprias coxas. A vendo respirar tranquilamente, ele suspirou aliviado, relaxou no sofá e ajustou sua gravata.“Isa, aquele homem que se fazia passar por seu marido era uma pessoa má, definitivamente não era uma pessoa boa. Não confie nele.”No entanto, ele sabia que se dissesse isso agora, provavelmente teria o efeito oposto e a empurraria na direção de Caio Nunes.Pensando nisso, ele franziu a testa.Esse homem se fez passar por seu marido apenas para se aproximar de Isa, então qual era o seu alvo, ele ou Isa?Ele poderia