Talvez fosse porque, após desabafar, a obsessão de Isabela tenha diminuído, então ela se agitou por um tempo e acabou adormecendo em seus braços.Olhando para a mulher adormecida em seu colo, ele estendeu a mão e acariciou suavemente o rosto dela.- Isa, confie em mim, por favor?Em seguida, ele a colocou no sofá, tirou o casaco e o cobriu sobre ela. Com medo de que ela não estivesse confortável com a cabeça inclinada, ele levantou a cabeça dela e a apoiou em suas próprias coxas. A vendo respirar tranquilamente, ele suspirou aliviado, relaxou no sofá e ajustou sua gravata.“Isa, aquele homem que se fazia passar por seu marido era uma pessoa má, definitivamente não era uma pessoa boa. Não confie nele.”No entanto, ele sabia que se dissesse isso agora, provavelmente teria o efeito oposto e a empurraria na direção de Caio Nunes.Pensando nisso, ele franziu a testa.Esse homem se fez passar por seu marido apenas para se aproximar de Isa, então qual era o seu alvo, ele ou Isa?Ele poderia
No dia seguinte, Isabela despertou às três da tarde.Ela se ergueu no sofá, segurando a testa, e, apesar de ter dormido tanto, ainda se sentia tonta.Ela olhou ao redor, espremendo os olhos, e relaxou um pouco ao confirmar que estava na cabine do Botequim Maluco.Porém, como ela poderia se recordar de ter encontrado Gabriel na noite anterior?Ela discutiu com Gabriel, mas o que teria acontecido depois?Ela não conseguia recordar.Após a ressaca, além da dor de cabeça, sentia uma sede intensa. Isabela se levantou em busca de água.O barman a viu e prontamente veio em seu auxílio:- Chefe, você acordou. Sente aqui que vou preparar um café para a ressaca.- Alguma coisa aconteceu ontem à noite?O barman, percebendo sua amnésia, e se lembrando das palavras de Gabriel, negou rapidamente:- Não, nada aconteceu.- Isso não está certo. - Isabela balançou a cabeça. - Eu me lembro claramente de que algo importante aconteceu. Como fui parar na cabine?- Ah, você bebeu demais, e eu te ajudei a che
- Madrinha! O que você está fazendo?- Senhorita, por que está ajoelhada? Se levante rapidamente!Isabela, com os lábios tremendo, segurou a mão de Rivaldo e chorou:- Rivaldo, me perdoe, eu te decepcionei.Rivaldo, também ajoelhado, abraçou Isabela num gesto desesperado:- Madrinha, não me assuste, por que está pedindo desculpas de repente? Você não me quer mais? Está pensando em me mandar embora?Para alguém acostumado a depender dos outros e a viver vagando, o maior medo era ser abandonado.Por fora, Rivaldo aparentava estar habituado, mas por dentro, ele se preocupava profundamente, sentindo um vazio instantâneo no coração.Isabela balançou a cabeça:- Lembra quando, há quatro anos, você me perguntou como sua mãe morreu? Hoje, vou te contar, mas... Depois disso, talvez você não me chame mais de madrinha.- Madrinha, por que está falando assim? A morte da minha mãe não foi um acidente?- E se não tivesse sido um acidente?Rivaldo, chocado, questionou:- Não foi um acidente? Como ass
Isabela estremeceu, olhando assustada.- Rivaldo, você... Como saiu?- Madrinha, eu ouvi tudo.Isabela, com os lábios tremendo de nervosismo, cravava as unhas na carne, até a respiração parou.Mesmo tendo se preparado, naquele momento, ela de repente sentiu medo.Rivaldo se aproximou, segurou a mão dela e olhou nos seus olhos.- Madrinha, não importa o que aconteceu há quatro anos, eu nunca vou te odiar ou te deixar. Isabela franziu a testa:- Rivaldo, se você soubesse a verdade...- Eu sei o que você quer dizer. - Rivaldo a interrompeu. - Você quer dizer que foi você quem matou minha mãe, não é? Se não fosse por você, ela não teria morrido, certo?Isabela, atônita, olhou para ele desordenadamente.Ele tinha apenas onze anos, como podia ser tão perspicaz, até mesmo deduzir isso...- Madrinha, se não fosse por você, eu ainda estaria fazendo entregas perigosas, arriscando minha vida todos os dias, correndo o risco de ser pego ou de me envolver com aquelas coisas ruins. De qualquer forma
No dia da assembleia de acionistas do Grupo Almeida, Isabela despertou bem cedo. Ao descer para o café da manhã, chamou Rivaldo para se juntar a ela.- Rivaldo, hoje é seu primeiro dia na nova escola, está preparado? - Perguntou Isabela.Rivaldo, abraçando sua mochila, confirmou com um aceno:- Sim, madrinha. Estou pronto. Pode confiar, vou me dedicar aos estudos.Crianças que enfrentaram adversidades muitas vezes valorizavam mais as oportunidades de estudo do que aquelas nascidas em berços de ouro. Rivaldo e João eram exemplos claros dessa diferença: um voltado para si mesmo, o outro, para os demais.Isabela afagou a cabeça de Rivaldo:- Que bom, meu querido. Coma um pouco mais. Depois, te levo à escola, e a tia Iara te buscará à tarde.- Madrinha, você vai sair hoje? - Perguntou Rivaldo.- Sim, hoje tem uma reunião importante na empresa do Sr. André, e eu preciso estar lá.- Você e o Sr. André se acertaram?Isabela, brincando com o nariz dele, respondeu:- Por que essa curiosidade
- Irmão, suponho que também não tens nenhum problema com isso? - Perguntou Sílvio, olhando deliberadamente para André.André apenas permaneceu calmo em sua cadeira de rodas, sorriu levemente e disse: - É claro, a presença ou ausência do meu pai não influenciará a escolha dos senhores mais velhos, pois sempre será justo.Embora fosse chamado de grande acionista, na realidade, não havia muitos acionistas de fato.Afinal, empresas como o Grupo Almeida já tinham o direito de participar dessas reuniões com apenas 5% das ações.- Ótimo, com essas palavras, estamos tranquilos. - Disse Sílvio, olhando para as pessoas. - Então, sem mais delongas, vamos começar diretamente. Quem está a favor do meu irmão, por favor, levante a mão. - Anunciou Sílvio.No entanto, ninguém ergueu a mão.Todos sabiam que, embora Sílvio fosse um filho ilegítimo, ele havia trabalhado no Grupo Almeida por muitos anos.E quanto ao André?Ele acabou de retornar e ainda era aleijado, além de ter se envolvido recentemente
- Felícia! - Mariana se levantou abruptamente de sua cadeira, irritada. - O que você está fazendo aqui? Você não tem mais nenhuma relação com o Grupo Almeida!Isabela olhou de forma indiferente para Mariana, com um sorriso nos lábios: - Mariana, por que você parece tão temerosa de me ver?- Ah, então você e André se divorciaram. O que você está fazendo aqui? Não sente vergonha de si mesma? - Disse Mariana.- Vergonha? - Isabela riu suavemente. - Por que eu deveria sentir vergonha? Primeiro, meu marido não teve um caso. Segundo, nós não nos divorciamos. Acontece que tenho passado mais tempo cuidando de Carina ultimamente, então tenho visto André com menos frequência.Ela se aproximou de Mariana: - Por que você está tão preocupada com os assuntos da minha família e com André?Mariana agarrou a gola da roupa dela, com os dentes cerrados sussurrou: - Felícia, você acha mesmo que pode ajudar o André? Que ingenuidade!Isabela se afastou dela, não respondeu e caminhou diretamente até André
Após toda essa confusão, Sílvio sugeriu que todos descansassem um pouco, comessem algo e voltassem a se reunir em meia hora.Ninguém discordou disso e todos se dispersaram.Isabela seguiu André até a sala de descanso ao lado e, depois de empurrá-lo para o lado, escolheu um sofá que ficava a certa distância dele.Durante todo o tempo, ela não olhou para André uma única vez.Ela não era uma pessoa de coração generoso. Toda vez que via André, ela se lembrava do rosto de Mônica, o que lhe causava uma dor intensa.- Isa... - André se aproximou dela em sua cadeira de rodas. - Desculpe. Você está disposta a me ouvir explicar?Isabela não levantou os olhos: - Naquele dia, eu te dei uma chance, mas você não disse nada. Agora, se explicar novamente, será apenas uma história inventada?- Não, não é. Naquele momento, eu estava confuso. - Respondeu André.- Deixe pra lá. - Disse Isabela.Ela olhou para André e apertou os lábios: - André, esqueça. Você sabe que, independentemente de qualquer expli