Dizendo isso, Carina segurou a mão de Isabela. - Nesses dias, você parece mais magra e exausta. Eu realmente quero ajudar a aliviar suas preocupações, mas você não me conta, e eu... - Disse Carina, suspirando e acrescentando. - Ah, na verdade, eu entendo. É normal que você esteja cautelosa comigo. Só estou pensando que você salvou minha vida, eu sei que não tenho como retribuir, então gostaria de ajudar a compartilhar seus fardos.Na verdade, Isabela também desejava ter alguém com quem desabafar, alguém como ela costumava ter como Sofia. Ela tinha muitas coisas para compartilhar, mas ao pensar na situação de Sofia, Isabela mordeu os lábios e balançou a cabeça. - Recentemente, é apenas porque vocês estão todos no hospital, então eu me esforço mais um pouco. Não há muito o que fazer, não se preocupe. - Recusou Isabela.Ela temia que Carina se tornasse a próxima Jéssica e temia que ela enfrentasse o mesmo destino que Sofia. Ambos os cenários eram insuportáveis para Isabela, então... S
Isabela saiu da escola decidida a chamar a polícia. Afinal, encontrar João agora era crucial, especialmente após tantos dias desaparecido. Se Mariana ou quem estivesse por trás dela tivesse feito algum mal a ele, seria um desastre. Isabela esperava que João estivesse seguro, pois, do contrário, Mariana já teria aparecido para se gabar, dada sua personalidade. Enquanto pensava nisso, seu celular tocou, era Gabriel.- Gabriel, onde está João? Você... - Perguntou Isabela.- Achei o João. - Respondeu Gabriel.Ambos disseram ao mesmo tempo, deixando Isabela atônita. - O quê? João foi encontrado? Onde está ele? - Indagou Isabela.- Ele comprou um bilhete para a Cidade M às três da tarde e já está no aeroporto. - Disse Gabriel.Aeroporto? Por que ele foi para a Cidade M? Não se dedicava aos estudos, por que ele estava fazendo graças?De qualquer forma, Isabela estava com pressa e não fez muitas perguntas. Ela desligou e acelerou em direção ao Aeroporto Internacional da Cidade S.Chegan
No hospital.- João! João, não fuja! - Gritou Isabela.Ela se ergueu abruptamente da cama, estendendo as mãos sonolentas para frente, quase caindo, mas alguém segurou ela a tempo.- Não se mexa. - Disse Gabriel.Ao ouvir a voz, ela abriu os olhos turvos e viu que quem falava era Gabriel. Ela afastou a mão dele, se virando para não olhar.- E onde está o João? - Perguntou Isabela.- Pode ficar tranquila, ele não pegou o avião. - Respondeu Gabriel.Ao saber que João não tinha embarcado, Isabela soltou um suspiro aliviado. Ainda bem que ele estava na Cidade S.- Isa, por favor, não fique brava, está bem? - Pediu Gabriel.Sem resposta, Isabela se deitou de lado, virando as costas para Gabriel.- Eu pretendia te contar depois de encontrar ele. Não queria esconder nada de você. O que você tem feito ultimamente? Sabendo que sua saúde não está boa, deveria descansar. Se a doença antiga ressurgir, será um problema. Então, por favor, fique aqui nos próximos dias e não se preocupe com mais nada.
- Por que ainda está parado aí? Eu... - Enquanto Isabela falava, olhou para cima e encontrou os olhos hesitantes de João à porta. Ela chamou ele. - João!Isabela tentou sair da cama para alcançar ele, mas foi detida pela agulha ao lado, sentindo uma dor aguda enquanto o sangue fluía rapidamente pela veia, tingindo o tubo de vermelho. Ela teve que suportar a dor ao arrancar a agulha e jogá-la de lado antes de tentar novamente alcançar João, que já estava dentro segurando um saco.- João, eu não estava falando com você agora. Eu pensei... Pensei que fosse o Gabriel, então... - Explicou Isabela.- Desculpe. - Desculpou João, abaixando a cabeça antes mesmo dela terminar de falar.Isabela ficou perplexa, pensando que talvez tivesse ouvido errado, olhando com incredulidade para o jovem à sua frente.- Você... O que disse agora? - Perguntou Isabela, cautelosa.- Desculpe. - Repetiu João, colocando o saco na mesa ao lado. - Esse é o seu pastel favorito. Dizendo isso, ele se virou para sair.
No segundo dia de internação de Isabela, ela teve um encontro inesperado com Tomás.- Tomás? Você voltou? - Perguntou Isabela.Tomás acenou com a cabeça, se aproximando e apoiando ela. - Senhorita, eu vou te ajudar a voltar para o quarto. - Disse Tomás.Para evitar preocupações desnecessárias de Iara e os outros, Isabela não tinha contado a eles sobre a internação. Portanto, não se atreveu a passear no jardim, apenas caminhava pelo corredor.- Sim, tudo bem, eu posso andar sozinha. - Falou Isabela, se virando para olhar ele e acrescentando com um suspiro. - Já faz um tempo desde que te vejo. Perguntei ao Sr. M, ele disse que você estava fora resolvendo algumas coisas. Ah, você não sabe, na sua ausência, senti muito a sua falta.- Srta. Felícia, suas palavras... - Disse Tomás, surpreso. - Te assustaram? - Perguntou Isabela, riu e se sentou no sofá, continuando. - Aquele homem que está sempre ao lado do Sr. M usando óculos escuros, eu realmente não gosto dele. Sempre sinto que ele não
Depois que Tomás partiu, Isabela ficou olhando para a pasta de documentos por um bom tempo, perdida em seus pensamentos.Ela não sabia como tomar uma decisão.Se André continuasse sem entrar em contato, ela deveria mesmo entregar o documento de transferência para ele?Recentes acontecimentos estavam deixando ela um pouco aflita.Mas as coisas precisavam ser resolvidas, né?Isabela se levantou, olhando para os galhos secos do lado de fora da janela, balançando como garras de um monstro no vento. Ela não pôde deixar de suspirar.Após o outono, vinha o inverno. Então, quando seria a primavera?Ela já começou a ansiar pela primavera....Para evitar que Iara e os outros ficassem preocupados, Isabela fez o check-out depois de apenas dois dias no hospital.No entanto, ao retornar para a Vila da Nuvem, ela se deparou com a figura ocupada de Iara na cozinha.Rivaldo desceu correndo das escadas e abraçou ela. - Madrinha, finalmente você voltou. Senti tanto a sua falta. - Expressou Rivaldo. Com
No escritório de André, os livros estavam dispostos nas prateleiras de maneira organizada por categorias.Entretanto, a maioria deles era relacionada à lei, além de alguns sobre finanças, o que fez Isabela começar a sentir uma leve dor de cabeça só de ler os títulos.Depois de procurar um pouco, ela finalmente encontrou um romance. Ao retirá-lo da prateleira, acabou derrubando acidentalmente outros livros.Isabela se abaixou para pegar eles e percebeu que entre os livros havia uma carta, com o envelope marcado com as palavras “Para Isa”.Para ela? Quem poderia ter enviado?Curiosa, colocou o livro de lado e abriu a carta.No entanto, à medida que lia, a sensação em seu coração ficava cada vez mais fria e penetrante.Porque aquela era uma carta escrita por Mônica antes de sua morte.Uma carta de Mônica para ela. Como poderia estar ali, no escritório de André?E mais, André nunca entregou a carta a ela...Isso fez ela lembrar daquela noite e muitos pensamentos começaram a inundar sua m
Isabela chorava e ria ao mesmo tempo. - É irônico, né? A mãe dele morreu por minha causa, mas ele ainda me vê como uma salvadora. - Zombou Isabela.À medida que ria cada vez mais alto, seu riso de repente se transformou em silêncio.Ela mesma matou George, foi a causa da morte de Mônica e, ainda assim, ela se tornou a madrinha de Rivaldo.Se Rivaldo soubesse a verdade, certamente mataria ela, né?Por que precisaria de Rivaldo para agir? Ela se odiava profundamente!Ela queria xingar André, chamar ele de insensível, acusar ele de ser sanguinário e injusto, mas...Ele fez isso para salvar ela.Ela levantou a cabeça, soltou um respiro fundo e olhou para André novamente.- André, eu te julguei errado. Você nunca foi aquele André gentil. Na verdade, é parecido com o Gabriel. - Comentou Isabela, desesperada. Dito isso, ela mordeu o lábio, desajeitadamente, enxugou as lágrimas. - Para se divorciar de mim, você prefere encontrar alguém para atuar. Acho que não posso te impedir. Então... Ela