- Tia Iara, você pode ajudar a dar um banho nele? – Perguntou Isabela.- Hãn? - Tia Iara ficou surpresa por um momento, olhou para Gabriel e depois para Isabela.Embora ela não gostasse daquele homem, afinal ele era o ex-marido de Isabela, parecia inadequado ajudá-lo no banho.Vendo a hesitação dela, Isabela sorriu e disse: - Deixa pra lá, eu mesma cuido disso. Você pode fazer um chá de gengibre para nós três tomarmos depois.- Certo, vou fazer isso agora. – Respondeu Iara.Isabela se aproximou dele, olhou fixamente em seus olhos e perguntou: - A tia Iara te xingou e você não ficou com raiva?- Eu disse que não estou com raiva, você acredita? – Disse Gabriel.Isabela deu de ombros e disse: - Acredito, porque você não tem forças para discutir agora, só pode aguentar.Dito isso, ela se inclinou e o puxou da cadeira, levando-o para o banheiro.- Tire suas próprias roupas e lave-se. – Disse ela.- Estou tonto, posso acabar caindo na banheira. – Disse Gabriel.Isabela ficou sem palavras.
Os olhares de ambos se encontraram por um momento, e Isabela foi a primeira a se recuperar, lançando um olhar furioso para Gabriel e o xingando: - Perverso!Em seguida, ela saiu da banheira e correu para fora.Gabriel permaneceu na mesma posição, ainda sentindo o aroma dela pairando no ar. Antes mesmo de ter tempo para reagir, ela já tinha ido embora e ele ainda havia sido xingado.Foi claramente um acidente.Isabela voltou diretamente para o seu quarto, apoiando-se na porta enquanto recuperava o fôlego.Ela não deveria ter tido nem um pouco de compaixão por alguém como ele. Ele não mudou em nada!Quando suas emoções se acalmaram, ela se aproximou da janela e enviou uma mensagem para André, contando brevemente sobre a visita de Gabriel e sua doença forçando-o a passar à noite.Logo em seguida, André respondeu uma mensagem: "Você está bem? Você pegou chuva? Já se medicou?"Ao ver essa resposta, Isabela sentiu-se aquecida.Essa era a diferença entre André e Gabriel.Isabela enviou uma
Isabela não acordou muito cedo, então quando chegou ao hospital, já eram oito horas.Ela estava muito preocupada com André passando fome, então, ao sair do elevador, acelerou o passo involuntariamente.Assim que empurrou a porta, viu uma figura um tanto familiar sentada ao lado da cama de André, descascando uma maçã para ele.Quando Isabela se aproximou e viu o rosto da pessoa claramente, ficou momentaneamente surpresa.O que ela estava fazendo aqui?André percebeu Isabela e ficou um pouco surpreso.- São apenas oito horas, como você veio tão cedo? – Disse ele.- Eu estava com medo de você ficar com fome, você... - Isabela olhou para baixo e viu a marmita vazia na mesa, parecia que ele já havia comido.Então ela balançou a cabeça: - Não tem problema, eu trouxe a comida, você pode comer no almoço.Antes que André pudesse explicar, a mulher já estava de pé, entregando a maçã a André e sorrindo para Isabela.- André já tomou café da manhã, você chegou um pouco tarde. Já preparei o almoço
Num instante, o ar na sala ficou pesado, e as expressões dos quatro eram sutis.- Você tem certeza de que é ela? – Perguntou Cláudio.Isabela olhou friamente para a mulher.- Tenho absoluta certeza, porque ela insultou a Sofia, e isso eu não posso esquecer. – Disse Isabela.Cláudio ficou com os olhos sombrios e se aproximou da mulher passo a passo, ignorando completamente estar no quarto de um paciente. Ele agarrou a gola de sua roupa e questionou: - Carina, me diga, foi você?- Primo, você precisa ouvir a minha explicação...- Explicação? - Cláudio riu friamente. - Tudo bem, vou te dar a chance de se explicar. Me diga por que você insultou a Sofia? Fale!- Eu... Eu não fiz isso, foi... - Carina apontou para Isabela. - Foi ela que confundiu as pessoas.- Confundiu as pessoas? - Cláudio soltou a gola dela e segurou firmemente seu pulso, puxando-a na direção de Isabela. - Felícia, esta é minha prima, Carina, que acabou de voltar do exterior.Dito isso, ele a arrastou para fora.- Vamos,
- Isa, não se preocupe. Eu já conversei com ela, e em breve a levarei em particular de volta.- Para onde você vai levá-la?- De volta de onde veio, para evitar problemas, e é melhor assim.Isabela estava um pouco confusa. - Ela não é sua irmã?- Prima, ela apenas morou em nossa casa quando éramos crianças.- Entendi.Ela não tinha muito interesse nos assuntos da família Souza, mas a única coisa que a incomodava era a sensação de que Carina e Mariana estavam em conluio.Mas ela não podia falar isso na frente de Cláudio, então o lembrou de modo delicado: - Sobre André e nossos planos, acho melhor que ela não saiba.- Sim, eu entendo.Com essas palavras, Cláudio se despediu de André.- Agora tenho que partir, pois tenho outra cirurgia mais tarde.- Tudo bem, vá e cuide disso.Após a saída de Cláudio, André notou que Isabela ainda estava franzindo a testa e perguntou: - Você ainda está preocupada com Carina?- Não exatamente preocupada, apenas confusa.Ela balançou a cabeça.- Deixae p
No caminho de volta, Isabela não parou de pensar nas razões pelas quais Carina parecia não gostar de Sofia, nem qual era o propósito por trás das palavras que ela compartilhou. No entanto, por mais que pensasse, a resposta continuava escapar-lhe, deixando-a com uma terrível dor de cabeça.No final, ela decidiu desistir de tentar entender. Talvez fosse melhor deixar isso para amanhã, no máximo, poderia ser enfrentado com determinação, acontecesse o que acontecesse. Ela já estava preparada para qualquer desafio que viesse.Não importava o que acontecesse, ela não tinha medo.De volta ao seu lar na Vila da Nuvem, assim que estacionou o carro, Isabela ouviu risadas vindas de dentro do quarto. E, surpreendentemente, ela reconheceu aquela risada.Quem poderia ser?Ela achava que poucas pessoas sabiam sobre sua viagem a Cidade S, então, quem mais poderia ser senão Carina? "Não, tia Iara!"Ela apressou-se a entrar e, ao abrir a porta, ficou paralisada.- Jess?Vendo-a retornar, Jéssica lar
- Felícia!Jéssica alcançou Isabela.- Sim, eu admito que sempre fui curiosa sobre o seu passado, sempre quis saber, você sabe por quê?Ela olhou com firmeza para Isabela.- Porque eu te considero uma amiga, uma amiga para a vida toda, não importa o quê eu...- Eu não quero que você saiba, e não quero que você participe do meu passado.Isabela a interrompeu sem piedade: - Jéssica, deixe-me ser muito clara. Você ultrapassou os limites. Nós não somos mais amigas. Volte.Com isso, Isabela passou por Jéssica e subiu as escadas, fechando com força a porta.De volta ao quarto, ela se apoiou na porta, lágrimas escorrendo silenciosamente por seu rosto.Era tão amargo, tão doloroso.Ela escorregou para o chão ao lado da porta, cobrindo o rosto e chorando.Jéssica era sua única amiga feminina agora, alguém que havia sido gentil com ela e Dulce. Elas até tinham fundado o ArteViva Atelier juntas. Para Isabela, Jéssica era importante, muito importante, mas...Era justamente por ela ser importante
Isabela ergueu os olhos, perplexa ao ouvir seu nome. - Jess?Jéssica, vendo a expressão surpresa de Isabela enquanto descascava um ovo, brincou: - Você disse aquelas palavras por preocupação a mim, mas tenho o direito de escolher arcar com as consequências, não é?Ela pegou o ovo descascado e se aproximou de Isabela, agachando-se à sua frente. - Feche os olhos, vou te ajudar a reduzir inchado.Isabela obedeceu prontamente, sem dizer uma palavra.- Felícia, você não tem o direito de tomar decisões por mim. Como você disse, somos amigas, e como amigas, algumas coisas eu devo enfrentar ao seu lado.Com um suspiro, Jéssica continuou: - Você está certa, sou ingênua, mas não sou tola. Talvez eu não possa te vingar, mas posso te oferecer um ombro para chorar quando precisar.Isabela sentiu os olhos marejarem de lágrimas.- Ah, pare de chorar. Você não quer ficar inchada, quer? Quer ser a noiva mais feia?Isabela riu com a provocação. - Eu definitivamente não quero ser a noiva mais feia.