Isabela estremeceu e perguntou: - Você sabe contra quem eu quero lidar?- Sim, eu sei. – Disse ele.- Você sabe e ainda está disposto a me ajudar? Essa pessoa não é seu salvador e amante? Você está disposto? – Perguntou ela.Gabriel sabia que ela estava ironizando-o, mas assentiu sem hesitar: - Sim, estou disposto.Realmente, ela não conseguia entender esse homem.Mas por enquanto, ela precisava fazer com que ele tomasse um banho quente, caso contrário, se ele ficasse com febre, o problema seria dela.- Você consegue andar ou precisa que eu te ajude? – Perguntou ela.Sem esperar Gabriel falar, ela contornou-o e disse:- Deixe pra lá, vou te ajudar a subir, mas eu sou fraca, se eu te machucar ou bater em você, não venha me incomodar.Gabriel se levantou e colocou a mão no ombro dela, sorriu baixinho.- Já faz muito tempo desde que você brincou comigo.Isabela ficou sem palavras.- Acho que você está delirando. – Disse ela.Enquanto subiam as escadas, Gabriel se apoiava no corrimão com
- Tia Iara, você pode ajudar a dar um banho nele? – Perguntou Isabela.- Hãn? - Tia Iara ficou surpresa por um momento, olhou para Gabriel e depois para Isabela.Embora ela não gostasse daquele homem, afinal ele era o ex-marido de Isabela, parecia inadequado ajudá-lo no banho.Vendo a hesitação dela, Isabela sorriu e disse: - Deixa pra lá, eu mesma cuido disso. Você pode fazer um chá de gengibre para nós três tomarmos depois.- Certo, vou fazer isso agora. – Respondeu Iara.Isabela se aproximou dele, olhou fixamente em seus olhos e perguntou: - A tia Iara te xingou e você não ficou com raiva?- Eu disse que não estou com raiva, você acredita? – Disse Gabriel.Isabela deu de ombros e disse: - Acredito, porque você não tem forças para discutir agora, só pode aguentar.Dito isso, ela se inclinou e o puxou da cadeira, levando-o para o banheiro.- Tire suas próprias roupas e lave-se. – Disse ela.- Estou tonto, posso acabar caindo na banheira. – Disse Gabriel.Isabela ficou sem palavras.
Os olhares de ambos se encontraram por um momento, e Isabela foi a primeira a se recuperar, lançando um olhar furioso para Gabriel e o xingando: - Perverso!Em seguida, ela saiu da banheira e correu para fora.Gabriel permaneceu na mesma posição, ainda sentindo o aroma dela pairando no ar. Antes mesmo de ter tempo para reagir, ela já tinha ido embora e ele ainda havia sido xingado.Foi claramente um acidente.Isabela voltou diretamente para o seu quarto, apoiando-se na porta enquanto recuperava o fôlego.Ela não deveria ter tido nem um pouco de compaixão por alguém como ele. Ele não mudou em nada!Quando suas emoções se acalmaram, ela se aproximou da janela e enviou uma mensagem para André, contando brevemente sobre a visita de Gabriel e sua doença forçando-o a passar à noite.Logo em seguida, André respondeu uma mensagem: "Você está bem? Você pegou chuva? Já se medicou?"Ao ver essa resposta, Isabela sentiu-se aquecida.Essa era a diferença entre André e Gabriel.Isabela enviou uma
Isabela não acordou muito cedo, então quando chegou ao hospital, já eram oito horas.Ela estava muito preocupada com André passando fome, então, ao sair do elevador, acelerou o passo involuntariamente.Assim que empurrou a porta, viu uma figura um tanto familiar sentada ao lado da cama de André, descascando uma maçã para ele.Quando Isabela se aproximou e viu o rosto da pessoa claramente, ficou momentaneamente surpresa.O que ela estava fazendo aqui?André percebeu Isabela e ficou um pouco surpreso.- São apenas oito horas, como você veio tão cedo? – Disse ele.- Eu estava com medo de você ficar com fome, você... - Isabela olhou para baixo e viu a marmita vazia na mesa, parecia que ele já havia comido.Então ela balançou a cabeça: - Não tem problema, eu trouxe a comida, você pode comer no almoço.Antes que André pudesse explicar, a mulher já estava de pé, entregando a maçã a André e sorrindo para Isabela.- André já tomou café da manhã, você chegou um pouco tarde. Já preparei o almoço
Num instante, o ar na sala ficou pesado, e as expressões dos quatro eram sutis.- Você tem certeza de que é ela? – Perguntou Cláudio.Isabela olhou friamente para a mulher.- Tenho absoluta certeza, porque ela insultou a Sofia, e isso eu não posso esquecer. – Disse Isabela.Cláudio ficou com os olhos sombrios e se aproximou da mulher passo a passo, ignorando completamente estar no quarto de um paciente. Ele agarrou a gola de sua roupa e questionou: - Carina, me diga, foi você?- Primo, você precisa ouvir a minha explicação...- Explicação? - Cláudio riu friamente. - Tudo bem, vou te dar a chance de se explicar. Me diga por que você insultou a Sofia? Fale!- Eu... Eu não fiz isso, foi... - Carina apontou para Isabela. - Foi ela que confundiu as pessoas.- Confundiu as pessoas? - Cláudio soltou a gola dela e segurou firmemente seu pulso, puxando-a na direção de Isabela. - Felícia, esta é minha prima, Carina, que acabou de voltar do exterior.Dito isso, ele a arrastou para fora.- Vamos,
- Isa, não se preocupe. Eu já conversei com ela, e em breve a levarei em particular de volta.- Para onde você vai levá-la?- De volta de onde veio, para evitar problemas, e é melhor assim.Isabela estava um pouco confusa. - Ela não é sua irmã?- Prima, ela apenas morou em nossa casa quando éramos crianças.- Entendi.Ela não tinha muito interesse nos assuntos da família Souza, mas a única coisa que a incomodava era a sensação de que Carina e Mariana estavam em conluio.Mas ela não podia falar isso na frente de Cláudio, então o lembrou de modo delicado: - Sobre André e nossos planos, acho melhor que ela não saiba.- Sim, eu entendo.Com essas palavras, Cláudio se despediu de André.- Agora tenho que partir, pois tenho outra cirurgia mais tarde.- Tudo bem, vá e cuide disso.Após a saída de Cláudio, André notou que Isabela ainda estava franzindo a testa e perguntou: - Você ainda está preocupada com Carina?- Não exatamente preocupada, apenas confusa.Ela balançou a cabeça.- Deixae p
No caminho de volta, Isabela não parou de pensar nas razões pelas quais Carina parecia não gostar de Sofia, nem qual era o propósito por trás das palavras que ela compartilhou. No entanto, por mais que pensasse, a resposta continuava escapar-lhe, deixando-a com uma terrível dor de cabeça.No final, ela decidiu desistir de tentar entender. Talvez fosse melhor deixar isso para amanhã, no máximo, poderia ser enfrentado com determinação, acontecesse o que acontecesse. Ela já estava preparada para qualquer desafio que viesse.Não importava o que acontecesse, ela não tinha medo.De volta ao seu lar na Vila da Nuvem, assim que estacionou o carro, Isabela ouviu risadas vindas de dentro do quarto. E, surpreendentemente, ela reconheceu aquela risada.Quem poderia ser?Ela achava que poucas pessoas sabiam sobre sua viagem a Cidade S, então, quem mais poderia ser senão Carina? "Não, tia Iara!"Ela apressou-se a entrar e, ao abrir a porta, ficou paralisada.- Jess?Vendo-a retornar, Jéssica lar
- Felícia!Jéssica alcançou Isabela.- Sim, eu admito que sempre fui curiosa sobre o seu passado, sempre quis saber, você sabe por quê?Ela olhou com firmeza para Isabela.- Porque eu te considero uma amiga, uma amiga para a vida toda, não importa o quê eu...- Eu não quero que você saiba, e não quero que você participe do meu passado.Isabela a interrompeu sem piedade: - Jéssica, deixe-me ser muito clara. Você ultrapassou os limites. Nós não somos mais amigas. Volte.Com isso, Isabela passou por Jéssica e subiu as escadas, fechando com força a porta.De volta ao quarto, ela se apoiou na porta, lágrimas escorrendo silenciosamente por seu rosto.Era tão amargo, tão doloroso.Ela escorregou para o chão ao lado da porta, cobrindo o rosto e chorando.Jéssica era sua única amiga feminina agora, alguém que havia sido gentil com ela e Dulce. Elas até tinham fundado o ArteViva Atelier juntas. Para Isabela, Jéssica era importante, muito importante, mas...Era justamente por ela ser importante