Isabela não acordou muito cedo, então quando chegou ao hospital, já eram oito horas.Ela estava muito preocupada com André passando fome, então, ao sair do elevador, acelerou o passo involuntariamente.Assim que empurrou a porta, viu uma figura um tanto familiar sentada ao lado da cama de André, descascando uma maçã para ele.Quando Isabela se aproximou e viu o rosto da pessoa claramente, ficou momentaneamente surpresa.O que ela estava fazendo aqui?André percebeu Isabela e ficou um pouco surpreso.- São apenas oito horas, como você veio tão cedo? – Disse ele.- Eu estava com medo de você ficar com fome, você... - Isabela olhou para baixo e viu a marmita vazia na mesa, parecia que ele já havia comido.Então ela balançou a cabeça: - Não tem problema, eu trouxe a comida, você pode comer no almoço.Antes que André pudesse explicar, a mulher já estava de pé, entregando a maçã a André e sorrindo para Isabela.- André já tomou café da manhã, você chegou um pouco tarde. Já preparei o almoço
Num instante, o ar na sala ficou pesado, e as expressões dos quatro eram sutis.- Você tem certeza de que é ela? – Perguntou Cláudio.Isabela olhou friamente para a mulher.- Tenho absoluta certeza, porque ela insultou a Sofia, e isso eu não posso esquecer. – Disse Isabela.Cláudio ficou com os olhos sombrios e se aproximou da mulher passo a passo, ignorando completamente estar no quarto de um paciente. Ele agarrou a gola de sua roupa e questionou: - Carina, me diga, foi você?- Primo, você precisa ouvir a minha explicação...- Explicação? - Cláudio riu friamente. - Tudo bem, vou te dar a chance de se explicar. Me diga por que você insultou a Sofia? Fale!- Eu... Eu não fiz isso, foi... - Carina apontou para Isabela. - Foi ela que confundiu as pessoas.- Confundiu as pessoas? - Cláudio soltou a gola dela e segurou firmemente seu pulso, puxando-a na direção de Isabela. - Felícia, esta é minha prima, Carina, que acabou de voltar do exterior.Dito isso, ele a arrastou para fora.- Vamos,
- Isa, não se preocupe. Eu já conversei com ela, e em breve a levarei em particular de volta.- Para onde você vai levá-la?- De volta de onde veio, para evitar problemas, e é melhor assim.Isabela estava um pouco confusa. - Ela não é sua irmã?- Prima, ela apenas morou em nossa casa quando éramos crianças.- Entendi.Ela não tinha muito interesse nos assuntos da família Souza, mas a única coisa que a incomodava era a sensação de que Carina e Mariana estavam em conluio.Mas ela não podia falar isso na frente de Cláudio, então o lembrou de modo delicado: - Sobre André e nossos planos, acho melhor que ela não saiba.- Sim, eu entendo.Com essas palavras, Cláudio se despediu de André.- Agora tenho que partir, pois tenho outra cirurgia mais tarde.- Tudo bem, vá e cuide disso.Após a saída de Cláudio, André notou que Isabela ainda estava franzindo a testa e perguntou: - Você ainda está preocupada com Carina?- Não exatamente preocupada, apenas confusa.Ela balançou a cabeça.- Deixae p
No caminho de volta, Isabela não parou de pensar nas razões pelas quais Carina parecia não gostar de Sofia, nem qual era o propósito por trás das palavras que ela compartilhou. No entanto, por mais que pensasse, a resposta continuava escapar-lhe, deixando-a com uma terrível dor de cabeça.No final, ela decidiu desistir de tentar entender. Talvez fosse melhor deixar isso para amanhã, no máximo, poderia ser enfrentado com determinação, acontecesse o que acontecesse. Ela já estava preparada para qualquer desafio que viesse.Não importava o que acontecesse, ela não tinha medo.De volta ao seu lar na Vila da Nuvem, assim que estacionou o carro, Isabela ouviu risadas vindas de dentro do quarto. E, surpreendentemente, ela reconheceu aquela risada.Quem poderia ser?Ela achava que poucas pessoas sabiam sobre sua viagem a Cidade S, então, quem mais poderia ser senão Carina? "Não, tia Iara!"Ela apressou-se a entrar e, ao abrir a porta, ficou paralisada.- Jess?Vendo-a retornar, Jéssica lar
- Felícia!Jéssica alcançou Isabela.- Sim, eu admito que sempre fui curiosa sobre o seu passado, sempre quis saber, você sabe por quê?Ela olhou com firmeza para Isabela.- Porque eu te considero uma amiga, uma amiga para a vida toda, não importa o quê eu...- Eu não quero que você saiba, e não quero que você participe do meu passado.Isabela a interrompeu sem piedade: - Jéssica, deixe-me ser muito clara. Você ultrapassou os limites. Nós não somos mais amigas. Volte.Com isso, Isabela passou por Jéssica e subiu as escadas, fechando com força a porta.De volta ao quarto, ela se apoiou na porta, lágrimas escorrendo silenciosamente por seu rosto.Era tão amargo, tão doloroso.Ela escorregou para o chão ao lado da porta, cobrindo o rosto e chorando.Jéssica era sua única amiga feminina agora, alguém que havia sido gentil com ela e Dulce. Elas até tinham fundado o ArteViva Atelier juntas. Para Isabela, Jéssica era importante, muito importante, mas...Era justamente por ela ser importante
Isabela ergueu os olhos, perplexa ao ouvir seu nome. - Jess?Jéssica, vendo a expressão surpresa de Isabela enquanto descascava um ovo, brincou: - Você disse aquelas palavras por preocupação a mim, mas tenho o direito de escolher arcar com as consequências, não é?Ela pegou o ovo descascado e se aproximou de Isabela, agachando-se à sua frente. - Feche os olhos, vou te ajudar a reduzir inchado.Isabela obedeceu prontamente, sem dizer uma palavra.- Felícia, você não tem o direito de tomar decisões por mim. Como você disse, somos amigas, e como amigas, algumas coisas eu devo enfrentar ao seu lado.Com um suspiro, Jéssica continuou: - Você está certa, sou ingênua, mas não sou tola. Talvez eu não possa te vingar, mas posso te oferecer um ombro para chorar quando precisar.Isabela sentiu os olhos marejarem de lágrimas.- Ah, pare de chorar. Você não quer ficar inchada, quer? Quer ser a noiva mais feia?Isabela riu com a provocação. - Eu definitivamente não quero ser a noiva mais feia.
Isabela não tinha vontade de dar atenção a ela, apenas a olhou de relance. - Então, aproveite a comida e a bebida.Carina também não se importou e sorriu acenando: - Vou fazer isso, cunhada.- Quem é ela? A irmã do seu marido?Jéssica não conhecia Carina, então não sabia quem ela era. Vendo a atmosfera estranha entre as duas, ela não pôde deixar de perguntar: - Por que parece que vocês duas não se dão bem? Mas também parecem estar em harmonia?- Ela é a prima do padrinho.- A irmã do padrinho? - Jéssica fez uma careta. - Isso é ainda mais estranho. Por que você a trata assim?Isabela fez um sorriso frio. - Porque ela é falsa e amiga do meu inimigo. O que você acha que eu deveria fazer?- É meio complicado.Depois de elas entrarem na sala de maquiagem, Isabela olhou ao redor e viu que a maquiadora ainda não tinha chegado. Ela fechou a porta, puxou Jéssica para um canto e a fez sentar.- Jess, já que você insiste em participar deste casamento, lembre-se do que vou dizer a seguir.Jés
Passados trinta minutos, Isabela já estava pronta, usando seu vestido de noiva e esperando André.- Senhora, o advogado André deverá chegar em cerca de dez minutos.- Está bem, vou esperar por ele lá fora.- Não é necessário. O advogado André pediu que você o esperasse aqui para evitar fofocas. - Está bem. - Isabela assentiu.Do lado de Jéssica, ela também estava pronta, e a assistente e maquiadores já haviam saído, deixando apenas as duas no quarto.Observando o vestido de noiva de Isabela e seu próprio vestido sob medida, Jéssica começou a ficar nervosa.- Felícia, você está com sede?- Você está com sede?- Um pouco.- Parece que a água está do lado de fora. Vou pedir para trazer água.Isabela se preparou para se levantar, mas Jéssica a deteve. - Eu mesma irei, seu vestido não é muito prático.- Está certo.Isabela concordou, percebendo que seu vestido de noiva realmente não era o mais prático. Enquanto esperavam, cada segundo parecia uma eternidade.Apesar de não ser a primeira