- Eu o vi, estou com tanto medo. Será que ele vai me encontrar e me levar de volta? André...André conferiu o relógio. Eram quase três da manhã na Cidade M. Se Isabela estava ligando a essa hora, algo muito sério estava acontecendo.Ele a tranquilizou prontamente com voz serena: - Isa, fale devagar, onde você o viu?Para evitar ser localizada por Gabriel, eles tiveram pouco contato nos últimos quatro anos. Nada parecido havia ocorrido durante todo esse tempo. Como isso poderia estar acontecendo agora?- Foi em um bar, um local chamado Adega Alfama...Isabela mordeu o lábio, sua voz trêmula: - André, eu não sei como isso aconteceu... Eu estava indo apenas encontrar um cliente e então nós nos esbarramos... Ele se aproximou de mim e perguntou se eu era a Isabela, e afirmou que não desistiria... André, o que devo fazer?- Não se preocupe, estou aqui, nada de mal vai acontecer, estou indo até aí agora mesmo.- Não. - Isabela recusou. - Nesse momento, ele só pode estar suspeitando. Mas
- Isa, você ainda está indo regularmente à Dra. Clara?Desde que André percebeu que Isabela não estava se sentindo bem emocionalmente, ele a levou para ver uma psicóloga. Naquela época, depois de avaliar a situação, a médica chegou à conclusão de que Isabela estava sofrendo de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Nos últimos quatro anos, André sempre a lembrava de continuar o tratamento, mas depois que sua situação melhorou, ele não ficou tão vigilante. Mas ele não imaginava que, com a aparição de Gabriel, Isabela teria uma recaída.- Você não me deixa ir até aí, pelo menos vá ver a Dra. Clara, tudo bem?Isabela mordeu o dedo e ficou em silêncio por um momento, antes de assentir. - Tudo bem, eu vou vê-la, mas... André, eu tenho medo de não conseguir esconder, toda vez que vejo o Gabriel...Ela não conseguia descrever. Aquele sentimento era muito complexo. Medo, pânico, desespero, desconforto, ódio e uma nostalgia incerta e fugaz se misturavam, tornando impossível para el
Isabela lançou um olhar para Bernardo e ela abaixou-se para pegar Dulce nos braços. - Dulce, não chame qualquer tio de papai, é muito perigoso lá fora, com muitas pessoas más.Dulce virou a cabeça para olhar Bernardo e piscou os olhinhos. - Mamãe, eu não chamei ele de papai à toa, ele é bonito.Bonito...Mesmo tão jovem, ela já aprendeu a julgar pelas aparências.Era uma pena que homens bonitos e mulheres bonitas fossem igualmente perigosos.- Dulce, o tio não se importaria em ser seu papai. Se você quiser, ajude a convencer sua mamãe, e eu serei seu papai. - Bernardo se aproximou e apertou as bochechas de Dulce. - Você é realmente adorável.Dulce acreditou nele e olhou com seus olhinhos brilhantes. - Mesmo? Será ótimo ter um papai!Isabela olhou friamente para Bernardo. - Sr. Bernardo, as crianças levam a sério quando se trata de ter um papai e uma mamãe, por favor, não faça piadas sem pensar.Com isso dito, ela levou Dulce de volta para o quarto.- Dulce, eu já lhe disse antes, s
Depois de deixar Dulce na creche, Isabela foi consultar a psicóloga Dra.Clara.- Srta. Felícia, o Sr. André me informou que você teve uma recaída, é isso mesmo?Isabela sentou-se à sua frente e assentiu. - Sim, eu preciso continuar tomando os remédios?A Dra. Clara olhou para ela por um momento e balançou a cabeça. - Sra. Felícia, como já mencionei antes, sua condição é bastante complexa, não se trata apenas do TEPT que geralmente discutimos. Seu medo se origina do fato de ter sido oprimida e ferida por ele no passado, mas o aspecto mais crucial é que você o feriu com uma faca anteriormente. Você tem receio de que ele busque vingança com ainda mais violência, não é?Ao ouvir isso, Isabela ficou em silêncio por um momento e confirmou: - Sim, é mais ou menos isso.- Os medicamentos podem controlar seu medo, mas não podem curar a raiz do problema. - A Dra. Clara colocou os medicamentos na mesa. - Eu prescrevi os remédios para você, mas para resolver completamente esse problema, você te
Bernardo escolheu um restaurante ocidental com uma atmosfera elegante, reservou uma mesa à beira-mar, proporcionando uma vista noturna deslumbrante.Depois de fazer o pedido, ele serviu um copo de vinho tinto para ela e ficou balançando levemente a taça de vinho em suas mãos.- Srta.Felícia, eu realmente não sabia que você já tinha uma filha. - Disse ele.Isabela respondeu friamente: - Há muitas coisas que você não sabe.- E o pai da Dulce?Ela ficou em silêncio por um momento, olhando para o céu noturno, e respondeu com indiferença: - Ele está morto.Bernardo ficou surpreso por um momento e então perguntou: - Ele realmente morreu, ou vocês apenas se separaram?- O que você acha? - Isabela estreitou os olhos, baixou a cabeça e deu um gole no vinho. - O vinho está bom.Bernardo riu nervosamente, ergueu seu copo e brindou com o dela. - Bem, não vamos falar mais sobre isso. De qualquer forma, não me importo se você já foi casada ou se tem uma filha. Dulce é adorável, eu gosto muito del
Rodrigo observou atentamente por um momento e depois disse: - A aparência dela é quase idêntica à da senhora, e seu comportamento não tem nada de especial... É difícil distinguir.- Será que realmente existem duas pessoas tão parecidas?- Há casos assim.Depois de uma pausa, Rodrigo hesitou por um momento, reuniu coragem e disse: - Senhor, talvez a senhora tenha perdido a memória?Perdido a memória? Gabriel investigou o incêndio na prisão e encontrou algumas irregularidades. Todos afirmavam que apenas Isabela estava na enfermaria naquela noite, mas na verdade, duas pessoas desapareceram da prisão naquela noite. E, coincidentemente, a outra pessoa era um condenado à morte. Embora não tivessem encontrado nenhum problema e o incendiário tivesse sido encontrado e tratado, esse assunto continuava a atormentar Gabriel. Na visão de Rodrigo, isso era, na verdade, uma preocupação de Gabriel, porque ele não conseguiu se despedir da esposa e resolver o mal-entendido.Assim, ele olhou para
Depois de retornar para casa, Isabela ficou a contemplar o convite. Ela conhecia bem a situação financeira do estúdio. Embora André estivesse disposto a auxiliá-la financeiramente sempre que necessário, ele também havia financiado a criação do estúdio no começo. No entanto, após quatro anos, ela ainda não tinha conseguido quitar todo o dinheiro que ele investiu inicialmente, o que a fazia sentir-se culpada. No entanto, toda vez que pensava em Gabriel, sua mente ficava ansiosa.- Mana, vá ao evento. Conhecer novas pessoas será benéfico para você. - Disse Pedro, enquanto espremia suco em um copo. - Você não pode se isolar para sempre, mesmo que queira. E quanto a Dulce?Isabela estava ciente da doença dela, e Pedro também sabia disso.Na verdade, ele não queria pressioná-la a sair. No entanto, à medida que Dulce crescia e o mundo à sua volta se expandia, a situação não podia continuar assim.Isabela olhou para ele e sorriu levemente. - Sim, você está certo. Devo socializar mais.-
Isabela fixou o olhar naquele anel e ficou distraída. Não poderia estar enganada. Mesmo depois de quatro anos, ela ainda conseguia se lembrar de todos os detalhes daquele anel, pois era o anel de noivado que Gabriel lhe havia dado. Único no mundo. Bernardo percebeu a expressão estranha dela e perguntou. - Você gostou desse anel? Posso comprá-lo para você.- Não precisa. - Isabela riu nervosamente. - Não gostei.Sempre sentiu que Gabriel também estava naquela festa, caso contrário, aquele anel não poderia ter aparecido ali do nada. Então, ela olhou ao redor. Afinal, aquilo definitivamente não era obra de Q. Mas depois de dar uma olhada, ela não viu a figura familiar em lugar algum. Justo quando ela suspirou aliviada, ouviu uma voz familiar e ao mesmo tempo desconhecida por trás dela.- Está me procurando?Isabela imediatamente ficou paralisada, sem se mexer. Seu coração começou a bater rapidamente, quase saindo pela boca. Cravou as unhas na própria carne, forçando-se a se aca