Isabela fixou o olhar naquele anel e ficou distraída. Não poderia estar enganada. Mesmo depois de quatro anos, ela ainda conseguia se lembrar de todos os detalhes daquele anel, pois era o anel de noivado que Gabriel lhe havia dado. Único no mundo. Bernardo percebeu a expressão estranha dela e perguntou. - Você gostou desse anel? Posso comprá-lo para você.- Não precisa. - Isabela riu nervosamente. - Não gostei.Sempre sentiu que Gabriel também estava naquela festa, caso contrário, aquele anel não poderia ter aparecido ali do nada. Então, ela olhou ao redor. Afinal, aquilo definitivamente não era obra de Q. Mas depois de dar uma olhada, ela não viu a figura familiar em lugar algum. Justo quando ela suspirou aliviada, ouviu uma voz familiar e ao mesmo tempo desconhecida por trás dela.- Está me procurando?Isabela imediatamente ficou paralisada, sem se mexer. Seu coração começou a bater rapidamente, quase saindo pela boca. Cravou as unhas na própria carne, forçando-se a se aca
Os dois ficaram em confronto por um momento. Isabela apertou os lábios e disse: - Se não há mais nada, vou embora.Dito isso, ela levantou a perna e estava prestes a passar por Gabriel para sair.Ao passar rapidamente, Gabriel de repente estendeu a mão e a segurou, seus olhos escuros fixos nela, e disse baixinho: - João sente muita saudade de você. Já se passaram quatro anos, e todos os anos, no dia em que algo aconteceu com você, ele vai ao túmulo. Você não quer vê-lo?Isabela estremeceu, ficando imóvel no mesmo lugar.Ela queria levantar a perna e ir embora, mas por algum motivo, a perna parecia pesada como uma bola de chumbo, impedindo-a de se mover.João era seu ponto fraco, e isso Gabriel sabia muito bem.Aos olhos de Isabela, ele estava usando João para ameaçá-la.- Eu já descobri a verdade sobre o que aconteceu há seis anos. - Disse Gabriel, contendo o impulso de abraçá-la. - Eu também posso explicar o que aconteceu há quatro anos, eu e...Sem esperar que ele terminasse, Isabe
- Eu... - Isabela deu uma olhada em Bernardo. - Desculpe.Depois de um momento, ela finalmente falou roucamente: - Sr. Bernardo, obrigada pelo que fez hoje, mas... Eu realmente não tenho interesse em homens.Ao ouvir isso, Bernardo olhou para ela com um ar de zombaria. - Então você gosta de mulheres?- Não. - Isabela ficou com as orelhas levemente vermelhas e explicou rapidamente. - Quero dizer, não tenho interesse em relacionamentos amorosos, então...- Então, você quer que eu pare de te incomodar? Pare de aparecer na sua frente? Pare de te enviar flores, pare de te convidar para jantar? - Interrompeu Bernardo.Isabela ficou surpresa e olhou para Bernardo com confusão. Esse homem roubou todas as suas falas, o que mais ela poderia dizer?- E se eu disser que só quero ser seu amigo? - Entre as palavras, Bernardo já havia estacionado o carro à beira da estrada e virou-se para encará-la com seus belos olhos.Em um instante, as bochechas de Isabela ficaram vermelhas como fogo. Ela ente
Isabela passou à noite toda agitada, o que a levou a ter insônia. Ao acordar, Pedro viu que ela estava cansada, com olheiras sob seus olhos, e, franzindo a testa, ele a aconselhou: - Irmã, descanse bem durante o dia, não saia.- Hoje é segunda-feira, tenho que ir trabalhar. – Disse Isabela.- Irmã, você é uma sócia, não uma empregada. Não há problema em não ir por um dia. – Respondeu Pedro.Isabela apoiou a cabeça na mesa e disse: - Faça um café para mim. Hoje tenho que entregar o esboço inicial, só falta um pouco, não posso desmarcar.- Aquele pedido do Bernardo? – Perguntou Pedro.- Como você sabe? – Disse Isabela.Enquanto Pedro moía o café, ele sorriu de forma irônica. - Adivinhei. Mas, irmã, aquele homem não parece ser uma boa pessoa. É melhor você se manter afastada.Isabela deu uma mordida no sanduíche e suspirou. - Eu sei, mas ele é um cliente importante agora. O que posso fazer? Não posso deixar o estúdio falir.- Irmã. - Pedro de repente olhou para ela. - Na verdade, eu
Isabela balançou a cabeça: - Não, eu não conheço ninguém com o sobrenome Marques.- É mesmo? Então por que ele veio especialmente te procurar? - Após essas palavras, Jéssica coçou a cabeça, pensou por um momento e estendeu a mão para empurrar Isabela para fora. - Deixe pra lá, não se preocupe com isso agora. Talvez você só não se lembre do sobrenome dele. Vá lá e dê uma olhada, não deixe ele esperando na sala de reuniões.Sem alternativa, Isabela teve que entrar na sala de reuniões, mesmo com apreensão.Assim que entrou, viu Gabriel em pé perto da janela do chão ao teto, com uma mão no bolso.Ouvindo sua entrada, o homem olhou para as plantas verdes do lado de fora da janela e disse: - O ambiente do seu estúdio é bom, eu gosto.Na verdade, mesmo que alguém tentasse se disfarçar, muitos pequenos hábitos acabavam se revelando involuntariamente.Por exemplo, Isabela adorava cultivar plantas verdes.Mas não eram plantas comuns, eram brotos de feijão, aqueles que podiam ser comidos.Antig
- Você é desprezível! - Isabela ficou vermelha, seus olhos encarando furiosamente Gabriel, como um coelho enfurecido, parecendo extremamente irritada.Gabriel só tinha visto essa expressão em Isabela.Mas ao pensar na mulher que ele desejava ardentemente, mas que se recusava a reconhecê-lo, ele sentiu uma pontada de dor no coração.Em seguida, ele a soltou, se afastou e manteve uma distância segura dela. - Me desculpe, fui rude. Quanto às exigências do anel, entrarei em contato por telefone mais tarde. Hoje, vou embora.Dizendo isso, ele saiu.Isabela ainda estava assustada, sem saber o que esse homem estava pensando, mas ela sabia que ele era perigoso.Então, ela pegou o cheque da mesa e interrompeu Gabriel, que já estava saindo da sala de reuniões.- Sr. Marques, sinto muito, mas não posso aceitar esse negócio.Gabriel franziu a testa. - Por quê?- Por que, você sabe muito bem, não é? – Disse Felícia.Nesse momento, Jéssica passou por ali e, vendo os dois parados, se aproximou rapi
Ela chegou à creche e encontrou Pedro na entrada.- Irmã. – Cumprimentou Pedro.- Pedro, alguma notícia? – Perguntou Isabela.Pedro balançou a cabeça. - Ainda não, mas já chamei a polícia.Vendo Isabela tensa, Pedro a abraçou e acariciou suavemente as costas, consolando-a. - Não se preocupe muito, a Dulce é tão esperta, nada vai acontecer com ela.Enquanto ele falava, viu Bernardo saindo do carro e franziu a testa.- Irmã, o que ele está fazendo aqui? – Perguntou Pedro.- Eu o encontrei na frente do estúdio. – Disse Isabela.Nesse momento, o professor e o segurança saíram. - Sra. Felícia, realmente lamentamos muito. Foi nossa falha por não cuidarmos direito da Dulce, nós...Isabela fez um gesto com a mão para que eles não continuassem. - As câmeras de segurança registraram algo?O professor pegou o celular e apontou para a pessoa na foto. - As câmeras flagraram esse homem entrando sorrateiramente na creche e levando a Dulce. Você o reconhece?Isabela olhou por um tempo e balançou
Eles procuraram ao redor, mas não encontraram nenhum sinal de Dulce. Isabela ficou imediatamente angustiada e começou a chorar desesperadamente. Pedro ficou ao seu lado, tentando confortá-la. - Mana, não se desespere, o carro está aqui, Dulce deve estar aqui.- Dulce... - As lágrimas encheram os olhos de Isabela, ela segurou a cabeça com as mãos, totalmente perdida. - Será que algo aconteceu? E se algo aconteceu com Dulce, o que farei?Seis anos atrás, logo após a morte de Sofia, a única pessoa na prisão que a tratava bem, Mônica, também morreu enquanto a protegia.Desde então, ela não conseguia lidar com a ideia de algo acontecendo com as pessoas ao seu redor.Uma vez, Pedro cortou a mão e o sangue jorrou, deixando Isabela em pânico, incapaz de agir, ela ligou para o serviço de emergência chorando o tempo todo.Pedro a puxou para si, segurando sua cabeça com calma. - Mana, acalme-se um pouco!Nesse momento, eles ouviram um som tênue de batidas.- Mana, você ouviu? - Pedro olhou ao