- Você sabe que eu normalmente não atendo clientes. Se não for uma emergência, podemos falar amanhã, ou você pode contatar um assistente...- Não pode ser, Felícia. Este cliente é de extrema importância. Se fosse outra pessoa, eu não me preocuparia, mas por favor, faça isso por mim. Eu posso dedicar todo o meu fim de semana a você e a Dulce, está bem?Isabela suspirou e concordou. - Está bem, você me convenceu. Vou encontrar o cliente para você. Apenas se lembre de me dar o endereço mais tarde.- Ótimo.Isabela encerrou a ligação e verificou o relógio. Era hora de sair.Ela organizou sua mesa rapidamente e pegou sua bolsa antes de sair....Café Charmoso.Isabela entrou na sala privada que costumavam frequentar e viu um homem vestindo um elegante terno branco sentado lá dentro.- Olá, o senhor é o Sr. Bernardo?Quando o homem a viu, seus olhos se iluminaram ligeiramente, e ele assentiu. - Olá, Srta. Jéssica.Isabela pediu uma xícara de café e se sentou, explicando: - A Srta. Jéssic
- Ótimo, hoje a Dulce se comportou muito bem. Se não acredita, pergunte ao tio. - Isabela sorriu. - Seu tio sempre te mima. Quando foi que ele não te ajudou?Dulce mostrou a língua e escondeu o rosto no abraço de Isabela, segurando firmemente seu pescoço. - Mamãe, podemos tomar banho juntas à noite, está bem?Originalmente, Isabela não estava de bom humor, mas com o pedido de Dulce, seu humor melhorou imediatamente. - Claro, vá brincar um pouco agora e depois lavamos as mãos para comer.Dulce assentiu com a cabeça. Depois de deixar Dulce brincar, Isabela entrou na cozinha e ficou encostada na porta, pegando um suco de laranja para beber.- Por que você tem vindo para casa todos os dias ultimamente? Não tem aulas na faculdade?- Mana, estou no terceiro ano da universidade e estou prestes a me formar. Não tenho mais aulas, até meu projeto de graduação está pronto. Só estou esperando pelos exames.Isabela apertou os lábios. - Você não pretende fazer pós-graduação?Enquanto Pedro cozinh
Após discutirem o design, Isabela e Jéssica acompanharam Bernardo até a porta.- Senhorita Felícia, você está livre esta noite? Poderíamos jantar juntos, considerando como uma forma de me redimir, o que acha?Isabela balançou a cabeça. - Desculpe, meu irmão sempre prepara o jantar para mim quando volto para casa.Bernardo sorriu constrangido. - A Senhorita Felícia ainda parece ter uma opinião muito negativa sobre mim. Parece que levará muito tempo para mudar a impressão que a Senhorita Felícia tem de mim.Isabela não disse nada, apenas sorriu de forma evasiva.Depois que todos saíram, Jéssica a puxou para seu escritório.- Felícia, o que está acontecendo? Por que tenho a sensação de que ele está interessado em você?Isabela a olhou com desdém. - Interessado em mim, uma pessoa inescrupulosa? Eu deveria ficar feliz?- Não estou dizendo isso. E se tudo for um mal-entendido?- Mesmo que seja um mal-entendido... - Isabela virou-se para sair. - Não se esqueça de que sou mãe, tenho que faz
Após sair da Adega Alfama, Isabela tentou rapidamente chamar um táxi.No entanto, não sabia se era o clima ou o horário que conspiravam contra ela, pois demorou um bom tempo sem ver um único carro.Justo quando estava começando a ficar ansiosa, uma voz rouca e familiar veio de trás.- Isa? É você?Aquela voz conhecida, chamando o nome pelo qual ele costumava chamá-la, fez com que ela congelasse no lugar, incapaz de se mover.- Isa. - Gabriel circulou na frente dela, seus olhos profundos a encarando intensamente, seus lábios trêmulos enquanto perguntava. - É você, certo?Isabela não ousou encará-lo diretamente. Ela engoliu em seco, controlando a agitação em seu coração, e respondeu friamente: - Desculpe, senhor, você deve estar confundindo com outra pessoa.Confundindo?Gabriel parou por um momento, olhando incrédulo para a mulher diante dele.Como ele poderia confundir a mulher que o atormentou por mais de uma década, a mulher que apunhalou seu coração?- Isa, passaram quatro anos.Q
- Eu o vi, estou com tanto medo. Será que ele vai me encontrar e me levar de volta? André...André conferiu o relógio. Eram quase três da manhã na Cidade M. Se Isabela estava ligando a essa hora, algo muito sério estava acontecendo.Ele a tranquilizou prontamente com voz serena: - Isa, fale devagar, onde você o viu?Para evitar ser localizada por Gabriel, eles tiveram pouco contato nos últimos quatro anos. Nada parecido havia ocorrido durante todo esse tempo. Como isso poderia estar acontecendo agora?- Foi em um bar, um local chamado Adega Alfama...Isabela mordeu o lábio, sua voz trêmula: - André, eu não sei como isso aconteceu... Eu estava indo apenas encontrar um cliente e então nós nos esbarramos... Ele se aproximou de mim e perguntou se eu era a Isabela, e afirmou que não desistiria... André, o que devo fazer?- Não se preocupe, estou aqui, nada de mal vai acontecer, estou indo até aí agora mesmo.- Não. - Isabela recusou. - Nesse momento, ele só pode estar suspeitando. Mas
- Isa, você ainda está indo regularmente à Dra. Clara?Desde que André percebeu que Isabela não estava se sentindo bem emocionalmente, ele a levou para ver uma psicóloga. Naquela época, depois de avaliar a situação, a médica chegou à conclusão de que Isabela estava sofrendo de transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Nos últimos quatro anos, André sempre a lembrava de continuar o tratamento, mas depois que sua situação melhorou, ele não ficou tão vigilante. Mas ele não imaginava que, com a aparição de Gabriel, Isabela teria uma recaída.- Você não me deixa ir até aí, pelo menos vá ver a Dra. Clara, tudo bem?Isabela mordeu o dedo e ficou em silêncio por um momento, antes de assentir. - Tudo bem, eu vou vê-la, mas... André, eu tenho medo de não conseguir esconder, toda vez que vejo o Gabriel...Ela não conseguia descrever. Aquele sentimento era muito complexo. Medo, pânico, desespero, desconforto, ódio e uma nostalgia incerta e fugaz se misturavam, tornando impossível para el
Isabela lançou um olhar para Bernardo e ela abaixou-se para pegar Dulce nos braços. - Dulce, não chame qualquer tio de papai, é muito perigoso lá fora, com muitas pessoas más.Dulce virou a cabeça para olhar Bernardo e piscou os olhinhos. - Mamãe, eu não chamei ele de papai à toa, ele é bonito.Bonito...Mesmo tão jovem, ela já aprendeu a julgar pelas aparências.Era uma pena que homens bonitos e mulheres bonitas fossem igualmente perigosos.- Dulce, o tio não se importaria em ser seu papai. Se você quiser, ajude a convencer sua mamãe, e eu serei seu papai. - Bernardo se aproximou e apertou as bochechas de Dulce. - Você é realmente adorável.Dulce acreditou nele e olhou com seus olhinhos brilhantes. - Mesmo? Será ótimo ter um papai!Isabela olhou friamente para Bernardo. - Sr. Bernardo, as crianças levam a sério quando se trata de ter um papai e uma mamãe, por favor, não faça piadas sem pensar.Com isso dito, ela levou Dulce de volta para o quarto.- Dulce, eu já lhe disse antes, s
Depois de deixar Dulce na creche, Isabela foi consultar a psicóloga Dra.Clara.- Srta. Felícia, o Sr. André me informou que você teve uma recaída, é isso mesmo?Isabela sentou-se à sua frente e assentiu. - Sim, eu preciso continuar tomando os remédios?A Dra. Clara olhou para ela por um momento e balançou a cabeça. - Sra. Felícia, como já mencionei antes, sua condição é bastante complexa, não se trata apenas do TEPT que geralmente discutimos. Seu medo se origina do fato de ter sido oprimida e ferida por ele no passado, mas o aspecto mais crucial é que você o feriu com uma faca anteriormente. Você tem receio de que ele busque vingança com ainda mais violência, não é?Ao ouvir isso, Isabela ficou em silêncio por um momento e confirmou: - Sim, é mais ou menos isso.- Os medicamentos podem controlar seu medo, mas não podem curar a raiz do problema. - A Dra. Clara colocou os medicamentos na mesa. - Eu prescrevi os remédios para você, mas para resolver completamente esse problema, você te