O processo de espera pelos resultados era angustiante.Ao meio-dia, Sofia se recusava a comer. Suas mãos estavam firmemente entrelaçadas, e seus dentes mordiam os lábios até ficarem pálidos.Isabela estava muito preocupada com ela, mas também sabia que qualquer coisa que dissesse seria em vão.Ela só podia ficar silenciosamente ao lado de Sofia, acompanhando-a na espera e enfrentando tudo juntas.Às vezes, inevitavelmente, ela pensava em como a vida anterior de Sofia devia ter sido miserável para torná-la tão forte e tão frágil ao mesmo tempo, enganando a todos com uma aparência otimista.Inclusive ela, que achava que Sofia era feliz antes.Às quatro da tarde, finalmente o médico apareceu com os resultados dos exames.- Srta. Sofia, parabéns, você está grávida de dois meses, e a partir de agora...Antes que o médico terminasse de falar, Sofia ergueu a cabeça bruscamente. - Posso fazer um aborto agora?O médico ficou surpreso por um momento e franziu a testa, tentando persuadi-la. - S
Apartamentos Pico Dourado.Isabela deu uma olhada em Sofia na cama, fechou a porta do quarto e disse a Pedro ao lado: - Obrigada, estou incomodando você novamente.Pedro coçou a cabeça.- Sra. Isabela, não precisa ser tão educada comigo.Ele olhou para as pernas dela. - Sra. Isabela, posso ficar aqui esta noite? Suas pernas não estão bem e Sofia parece emocionalmente instável. Tenho medo de que algo aconteça.Isabela ficou um pouco envergonhada com isso.- Acho que estou te incomodando demais, afinal, você tem um segundo emprego e precisa cuidar da sua irmã. Tenho medo...- Não se preocupe, minha irmã não precisa tanto dos meus cuidados agora, consegui um trabalho remoto para o segundo emprego, então não estou tão sobrecarregado como antes. - Pedro sorriu. - Falando nisso, tenho que te agradecer por isso, senão eu não estaria tão tranquilo.Vendo-o assim, Isabela não podia recusar, então apontou para a cozinha. - Já que você diz isso, então me ajude a fazer um jantar. Depois de come
Estudar?Pedro estremeceu e lágrimas brilharam em seus olhos.Sua vida já estava tão ruim que ele não ousava imaginar o futuro, e a ideia de estudar já tinha sido esquecida havia muito tempo. Ou, mais precisamente, ele não se permitia pensar nisso novamente.Ele era muito grato a Isabela. Ela lhe deu uma nova chance, e agora ela estava falando em levá-lo para estudar. Isso era uma grande honra.Mas...Ele engoliu em seco e apertou os lábios. - Não, você não precisa gastar dinheiro comigo, minha vida...- Pedro, ninguém pode definir sua vida. – Disse Isabela, interrompendo ele.Pedro olhou para ela, atônito, como se algo estivesse preso em sua garganta.Isabela pegou mais um pedaço de carne e disse lentamente: - Quando criança, eu era a princesa mimada pelos meus pais, mas minha vida não seguiu o curso planejado, não é mesmo? Chegando aonde estou hoje, minha vida já não é o que eu pensava que seria. Seja bom ou ruim, não deixe que o presente defina você.Depois de falar, ela sorriu.
Cláudio empurrou a porta e repetiu: - Sofia, esse é o nosso filho.Sofia ficou rígida, recuando enquanto balançava a cabeça. - Não é possível! Não me engane, não é possível que seja seu!Naquela noite, ele estava claramente na cama com outra mulher, como poderia ser seu filho?Impossível, absolutamente impossível!Isabela ficou completamente atordoada, ela nunca teria imaginado que as palavras que Cláudio nunca disse em voz alta fossem essas.Ela havia considerado muitas respostas, mas nunca essa.- Mas, naquela noite, não foi a Mariana que deu a bebida para vocês? Você e Sofia... – Disse Isabela.Naquele momento, Sofia estava sem consciência, como Cláudio poderia estar consciente?Cláudio respirou fundo, olhou para as duas pessoas e disse: - Naquela noite, depois de beber aquela taça de vinho, senti algo estranho, então decidi descansar em algum lugar. Acabei vendo um homem arrastando Sofia para o quarto e o segui. Quando vi que aquele homem estava prestes a abusar de Sofia e ela n
Isabela encontrou Sofia no pequeno parque nas proximidades. No vento frio, uma figura frágil estava sentada no balanço, balançando para frente e para trás, de vez em quando. Antes, quando o tempo estava bom, elas costumavam ir ali para passear. Às vezes, à noite, elas iam ali para observar as estrelas e conversar, tornando este lugar o seu esconderijo secreto.- Sofia. - Disse Isabela, apoiando-se em suas muletas enquanto se aproximava de Sofia. Ela estava um pouco cansada de caminhar e se apoiou na cerca ao lado para recuperar o fôlego. Assim que Sofia a viu, ela imediatamente se levantou e limpou o suor da testa dela.- Em plena noite, com suas pernas debilitadas, o que você está fazendo aqui? E se você cair ou ficar com febre, o que faremos?Isabela sorriu e segurou a mão dela.- Sofia, me ajude a chegar ao balanço, tudo bem?Sofia, sem opção, ajudou-a a chegar lá.- Isa, você está tentando me convencer a ficar com esse bebê? - Perguntou Sofia.Isabela balançou a cabeça:- Não,
- Senhoritas, só vocês duas? - Um homem segurando um copo de bebida sentou-se ao lado de Isabela, estendeu a mão e brincou com seu cabelo, sorrindo. - Que tal beber com a gente?Ao dizer isso, outro homem também se sentou.Isabela franziu levemente a testa, prestes a falar, quando ouviu Sofia responder: - Ok, mas eu posso beber muito.- Não se preocupe, eu pago as bebidas para as duas, peçam o que quiserem! – Disse um homem.Sofia acenou com a mão e disse: - Ótimo, tragam dez doses de uísque.Em pouco tempo, o garçom chegou com as dez doses.- Vamos jogar um jogo, quem perder bebe, o que acham? – Disse Sofia.O homem de camisa florida sentado ao lado de Sofia olhou significativamente para o decote dela. - Gata, qual o tipo de jogo? Se for muito comum é entediante, que tal algo emocionante?- Que tipo de jogo emocionante? – Perguntou Sofia.- Por exemplo... - O homem de camisa branca ao lado de Isabela estendeu a mão e envolveu o ombro dela, puxando-a para mais perto de si, com um so
No FlamBar.Isabela continuava bebendo despreocupadamente, mas logo após dar um gole, Gabriel pegou o copo de suas mãos.- Você está machucada e mesmo assim está bebendo? Quer se matar?Isabela abriu sua mão e pegou um copo de uísque, bebendo tudo de uma vez.- Isabela! - Gabriel se inclinou para abraçá-la, mas ela o empurrou. - O que você está fazendo? Não coloque suas mãos em mim.Gabriel ficou irritado e empurrou todos os copos da mesa no chão. - Isabela, não quero que você beba mais.- Quem você pensa que é para me dizer o que fazer? - Isabela olhou para ele com um sorriso irônico nos lábios. - Tão tarde e você não vai voltar para sua amante? Cuidado para não deixá-la com raiva.Nesse momento, Isabela já estava um pouco embriagada, sentindo sua cabeça pesada, inclinando-se constantemente para baixo.Vendo sua cabeça caindo, Gabriel imediatamente colocou a mão em seu rosto e sentou-se ao seu lado, franzindo a testa. - Se você não aguenta beber, por que está importunando outras pes
Num primeiro momento, Gabriel não sabia se ela estava bêbada ou acordada, e ficou paralisado no lugar.Quando ele finalmente reagiu, não sabia ao certo quando, Isabela já havia adormecido novamente.Ele suspirou aliviado e a colocou de volta na cama, ajustando as cobertas. Só depois de ter certeza de que ela estava dormindo foi que ele se levantou e foi para fora acender um cigarro.Enquanto acendia o segundo cigarro, um farol brilhante se aproximou e logo o carro parou. Cláudio desceu do carro segurando Sofia nos braços.Após um tempo, Cláudio foi até ele e deu um empurrão de leve. - Ainda tem cigarro? Me dê um.Gabriel entregou um para ele. - Você não tinha parado?- Estou parando. É o último. - Cláudio sorriu e soltou uma baforada de fumaça. - Estou prestes a ser pai, então é hora de parar mesmo.Ao ouvir a palavra "pai", Gabriel sentiu uma pontada leve no coração.Ele abaixou a cabeça, escondendo sua expressão indescritível.- Gabriel, há algo que eu não queria dizer, mas... - Cl