Hospital.- Isa, o que aconteceu?Isabela estava distraída, olhando para a porta da sala de emergência, quando de repente ouviu alguém chamar seu nome, demorando um pouco para se virar e olhar.- Cláudio? Como você veio parar aqui?Cláudio franziu o cenho:- Como assim "como"? Você acha certo se machucar, não cuidar de si mesma, sair causando problemas e, se a enfermeira não tivesse me avisado, pretendia nos deixar às escuras?Isabela ficou sem saber o que dizer.Se lembrando de que tinha tentado sair escondida para encontrar Dario, ela não teve coragem de argumentar:- Eu não estava vagando sem destino, só queria arejar a mente, e acabei o encontrando perto do elevador.- Só isso? E por que você trocou de roupa? Por que não contou para o Pedro e para Caca?Cláudio desvendou a mentira dela e suspirou:- Você realmente não me escuta.- Cláudio, deixemos isso de lado por um momento.Isabela mudou de assunto rapidamente, apontando para a porta da sala de emergência:- Você sabe quem é a p
Pedro não pôde evitar revirar os olhos:- É a Juliana, não se deve chamar as pessoas por nomes errados se você não as conhece!Carina fez uma careta:- Como eu ia saber? Eu não a conheço.- Leve a Isa para descansar.Carina acenou com a cabeça.Ela segurou o braço de Isabela, puxando ela suavemente:- Fefe, vamos voltar para o quarto do hospital, seu ferimento... - Ela parou ao notar o sangue na roupa de Isabela. - Seu ferimento voltou a sangrar agora? Fefe, o que aconteceu? Precisamos voltar imediatamente para o quarto para chamarmos...- Não é nada, só voltou a sangrar quando saímos do elevador e a Juliana esbarrou em mim. A enfermeira já cuidou disso com um novo curativo.Isabela resistia:- Eu quero esperar aqui até ela acordar."Preciso saber, ela é realmente a Juliana? O que aconteceu nesses quatro anos e o que se passou naquele tempo..."- Isa, vá descansar. Eu vou ficar de olho aqui e te aviso assim que ela acordar, para você vir. - Disse Cláudio, franzindo o cenho. - Você sabe
- Pepe, prometo que não vou me autodestruir, mas você também tem que prometer que não vai esconder de mim qualquer contato com o Dario. Vamos pensar em outra solução, pode ser?Pedro ficou surpreso por um momento, mas depois assentiu:- Palavra é palavra, não me engane.Isabela sorriu e puxou o braço dele:- Pepe, desta vez confia em mim?A mudança de atitude dela foi tão súbita que deixou Pedro meio desconfiado.No entanto, vendo ela assim, ele não teve coragem de dizer nada e apenas concordou com a cabeça.Quando Carina voltou, os três jantaram juntos e depois ficaram todos sentados no quarto, observando as câmeras de vigilância.Parecia que, enquanto Juliana não despertasse, nenhum deles iria dormir.- Fefe, quem é essa Juliana, afinal? Por que você e meu primo ficam tão tensos com a presença dela? - Carina hesitou por muito tempo, mas finalmente fez a pergunta.- Você se lembra da Sofia? É sobre ela.Carina empalideceu e mordeu o lábio:- Sim, claro que me lembro, a mulher que meu
Nessa noite, Isabela quase não conseguiu dormir. Mal pegava no sono e já se assustava, acordando e olhando ansiosamente para o monitor de vigilância, repetindo o processo várias vezes até que o sono desaparecesse completamente. Ficou de olhos abertos até o amanhecer.Por isso, quando o dia chegou, ela mal podia se levantar, exausta, se apoiando na cabeceira da cama, mas seus olhos ainda estavam fixos no monitor.- Fefe, ela se mexeu! Se mexeu!Isabela, sem se recuperar, perguntou com as pálpebras pesadas:- Quem se mexeu?- Aquela mulher!Carina se levantou, apontando para o monitor, e disse:- Ela acordou! Vou chamar o médico. - E, dito isso, correu para fora.Quando Isabela se recuperou, Carina já tinha desaparecido.Juliana havia acordado!Ela nem teve tempo de calçar os sapatos, correu descalça e segurando o abdômen até o quarto de Juliana.- Doutor, como ela está?O médico, após examiná-la com o estetoscópio, respondeu:- Não há grandes problemas com a saúde dela no momento, mas
Isabela ficou chocada, instantaneamente silenciada, ao olhar fixamente para Juliana, que se encolhia sob a cama.- Isa, ela enlouqueceu, agora não adianta mais perguntar, nós...- Não! - Gritou Isabela, desesperada.Sem esperar que Pedro terminasse, Isabela negou friamente:- Não, ela não pode estar louca! Ela está fingindo! Com certeza está fingindo!- Isa...- Me solte!Isabela mordeu o braço dele, forçando Pedro a soltá-la, e então correu para puxar Juliana, que estava no chão, com os olhos vermelhos e a voz rouca e aguda:- Juliana, eu te digo, não pense que fingindo de louca você pode escapar! Já que veio até aqui, eu vou fazer você falar! Se você não me contar a verdade, eu juro que vou fazer sua vida ser pior que a morte!- Isa...Pedro e Carina tentaram puxá-la, mas Isabela se recusou a soltar, segurando firmemente a gola de Juliana:- Juliana, vou estar de olho em você, não pense que pode me enganar!- Chega! - Cláudio entrou, afastou as mãos de Isabela e sinalizou para Pedro.
Ao ouvir essa notícia, Isabela não se mostrou tão animada quanto esperado, simplesmente retirou o braço, falando de maneira indiferente:- E daí? Ela ainda precisa falar.Pedro se sentiu um tanto impotente.Ele conhecia bem o temperamento de Isabela e sabia que persuadi-la seria inútil, então decidiu não insistir no assunto.- Tudo bem, já que ela não quer falar por agora, jejuar por ela também não faz sentido. - Disse ele, abrindo a caixa de comida e abanando o vapor quente. - Que tal? Está cheirosa?Ao sentir o aroma, Isabela engoliu em seco:- Galinhada?- Sim, vi que você não tem tido muito apetite ultimamente, então pensei em fazer algo mais forte para mudar um pouco o seu paladar.Isabela se aproximou para cheirar e não pôde evitar espirrar:- Quanta pimenta você colocou nisso?Pedro sorriu de canto:- O mesmo tanto que você costumava comer, só que você tem estado no hospital e comendo alimentos leves por tanto tempo que não está mais acostumada, e por isso a reação é tão intensa
Dario não esperava que Isabela dissesse isso e ficou surpreso por um momento:- Senhorita Felícia...- Dario, você é suspeito de tentativa de homicídio contra a Carina por duas vezes e uma vez de tentar ferir o Pedro. Três crimes, vamos à delegacia resolver isso devagar, e só depois de a polícia dizer que você é inocente, podemos falar sobre o resto.- Senhorita Felícia, você não pode fazer isso.Isabela sorriu de canto:- Não posso? Por que não?- Eu sou o pai biológico do Pedro, se eu for preso, isso também afetará o Pedro. Você também não quer que o Pedro seja afetado, certo? - Dario olhou para Isabela e disse. - Além disso, tudo o que fiz foi com o intuito de reconhecer meu filho. Senhorita Felícia, eu sou apenas um pai que enlouqueceu após perder seu filho.Ao ouvir isso, Isabela não pôde evitar de amaldiçoá-lo:- Você não tem vergonha? Um pai que enlouqueceu por perder o filho? Você nem sequer cuidou dos seus filhos? Você merece ser chamado de pai?- Senhorita Felícia, eu agradeç
Isabela baixou a cabeça em silêncio por um momento antes de perguntar:- Você não veio aqui só para me repreender, veio?Cláudio revirou os olhos, irritado:- Eu vim para dizer que suspeito que Juliana esteja fingindo estar louca.- Fingindo estar louca? Tem certeza?- Não tenho certeza absoluta, mas realizamos uma tomografia computadorizada do cérebro dela e não mostrou nada anormal. Quanto ao estado mental, não posso te dar um resultado definitivo agora.Isabela fez uma careta:- Você não é um psicólogo profissional? Não consegue perceber isso?- Sou profissional, mas se ela está fingindo, ela também é muito habilidosa. Ela manifesta todos os pequenos gestos típicos de uma pessoa com doença mental; portanto, não posso oferecer uma resposta imediata.Ao ouvir isso, Isabela franziu a testa:- Se ela manifesta todos os gestos, por que você suspeita que ela esteja fingindo?Embora ela também tivesse suas suspeitas, não possuía provas.Cláudio apertou os lábios:- Intuição. Parece forçado