Isabela foi empurrada por alguém.Com o impacto, a ferida se rasgou dolorosamente, e sua testa logo se cobriu de um suor fino.Ela estava prestes a repreender o responsável, mas, ao levantar a cabeça e ver aquele rosto, ficou instantaneamente paralisada.Essa pessoa...Antes que pudesse reagir, a pessoa já havia desabado em seus braços.Isabela a empurrou levemente:- Você está acordada?Ela nem tinha começado a repreender a pessoa e já estava sendo envolvida na situação?Observando o rosto familiar, ela instintivamente afastou o cabelo da mulher e limpou o rosto dela, coberto de poeira, com a manga da camisa.Parecia, realmente parecia...Mas, como havia passado tanto tempo, sua memória estava um pouco turva, e ela não ousava confirmar.- Srta. Felícia?De repente, uma voz a trouxe de volta à realidade:- O que aconteceu aqui? Por que desceu assim, de repente? E essa pessoa...A enfermeira se inclinou para examinar e subitamente exclamou:- Meu Deus, essa pessoa está gravemente ferida
Ao ouvir isso, o homem atirou a ponta do cigarro no chão e a esmagou com seu sapato de couro brilhante.- Você não tem fichas suficientes para me fazer matar alguém. - Disse ele, jogando a pasta em uma mesa próxima. - Além disso, a pessoa é a Isabela.Dario também não era tolo:- Embora eu não saiba por que você está fazendo isso, suspeito que seu objetivo...Ele ainda não havia terminado de falar, quando um barulho estranho vindo de fora da casa o interrompeu.Dario, alerta, se aproximou da janela e gritou:- Quem está aí? Quem está aí fora?Assim que sua voz ecoou, viu uma sombra correr em direção ao bosque atrás da cabana abandonada.Dario franziu a testa, seus olhos brilhando com um lampejo de intenção assassina:- Tem alguém nos espionando, é um dos seus?- Meus homens precisariam espionar do lado de fora?Ao ouvir isso, Dario resmungou friamente e, sem vontade de discutir, se virou e correu atrás:- Não podemos deixá-lo escapar.Seria problemático se essa pessoa fosse avisar os o
Hospital.- Isa, o que aconteceu?Isabela estava distraída, olhando para a porta da sala de emergência, quando de repente ouviu alguém chamar seu nome, demorando um pouco para se virar e olhar.- Cláudio? Como você veio parar aqui?Cláudio franziu o cenho:- Como assim "como"? Você acha certo se machucar, não cuidar de si mesma, sair causando problemas e, se a enfermeira não tivesse me avisado, pretendia nos deixar às escuras?Isabela ficou sem saber o que dizer.Se lembrando de que tinha tentado sair escondida para encontrar Dario, ela não teve coragem de argumentar:- Eu não estava vagando sem destino, só queria arejar a mente, e acabei o encontrando perto do elevador.- Só isso? E por que você trocou de roupa? Por que não contou para o Pedro e para Caca?Cláudio desvendou a mentira dela e suspirou:- Você realmente não me escuta.- Cláudio, deixemos isso de lado por um momento.Isabela mudou de assunto rapidamente, apontando para a porta da sala de emergência:- Você sabe quem é a p
Pedro não pôde evitar revirar os olhos:- É a Juliana, não se deve chamar as pessoas por nomes errados se você não as conhece!Carina fez uma careta:- Como eu ia saber? Eu não a conheço.- Leve a Isa para descansar.Carina acenou com a cabeça.Ela segurou o braço de Isabela, puxando ela suavemente:- Fefe, vamos voltar para o quarto do hospital, seu ferimento... - Ela parou ao notar o sangue na roupa de Isabela. - Seu ferimento voltou a sangrar agora? Fefe, o que aconteceu? Precisamos voltar imediatamente para o quarto para chamarmos...- Não é nada, só voltou a sangrar quando saímos do elevador e a Juliana esbarrou em mim. A enfermeira já cuidou disso com um novo curativo.Isabela resistia:- Eu quero esperar aqui até ela acordar."Preciso saber, ela é realmente a Juliana? O que aconteceu nesses quatro anos e o que se passou naquele tempo..."- Isa, vá descansar. Eu vou ficar de olho aqui e te aviso assim que ela acordar, para você vir. - Disse Cláudio, franzindo o cenho. - Você sabe
- Pepe, prometo que não vou me autodestruir, mas você também tem que prometer que não vai esconder de mim qualquer contato com o Dario. Vamos pensar em outra solução, pode ser?Pedro ficou surpreso por um momento, mas depois assentiu:- Palavra é palavra, não me engane.Isabela sorriu e puxou o braço dele:- Pepe, desta vez confia em mim?A mudança de atitude dela foi tão súbita que deixou Pedro meio desconfiado.No entanto, vendo ela assim, ele não teve coragem de dizer nada e apenas concordou com a cabeça.Quando Carina voltou, os três jantaram juntos e depois ficaram todos sentados no quarto, observando as câmeras de vigilância.Parecia que, enquanto Juliana não despertasse, nenhum deles iria dormir.- Fefe, quem é essa Juliana, afinal? Por que você e meu primo ficam tão tensos com a presença dela? - Carina hesitou por muito tempo, mas finalmente fez a pergunta.- Você se lembra da Sofia? É sobre ela.Carina empalideceu e mordeu o lábio:- Sim, claro que me lembro, a mulher que meu
Nessa noite, Isabela quase não conseguiu dormir. Mal pegava no sono e já se assustava, acordando e olhando ansiosamente para o monitor de vigilância, repetindo o processo várias vezes até que o sono desaparecesse completamente. Ficou de olhos abertos até o amanhecer.Por isso, quando o dia chegou, ela mal podia se levantar, exausta, se apoiando na cabeceira da cama, mas seus olhos ainda estavam fixos no monitor.- Fefe, ela se mexeu! Se mexeu!Isabela, sem se recuperar, perguntou com as pálpebras pesadas:- Quem se mexeu?- Aquela mulher!Carina se levantou, apontando para o monitor, e disse:- Ela acordou! Vou chamar o médico. - E, dito isso, correu para fora.Quando Isabela se recuperou, Carina já tinha desaparecido.Juliana havia acordado!Ela nem teve tempo de calçar os sapatos, correu descalça e segurando o abdômen até o quarto de Juliana.- Doutor, como ela está?O médico, após examiná-la com o estetoscópio, respondeu:- Não há grandes problemas com a saúde dela no momento, mas
Isabela ficou chocada, instantaneamente silenciada, ao olhar fixamente para Juliana, que se encolhia sob a cama.- Isa, ela enlouqueceu, agora não adianta mais perguntar, nós...- Não! - Gritou Isabela, desesperada.Sem esperar que Pedro terminasse, Isabela negou friamente:- Não, ela não pode estar louca! Ela está fingindo! Com certeza está fingindo!- Isa...- Me solte!Isabela mordeu o braço dele, forçando Pedro a soltá-la, e então correu para puxar Juliana, que estava no chão, com os olhos vermelhos e a voz rouca e aguda:- Juliana, eu te digo, não pense que fingindo de louca você pode escapar! Já que veio até aqui, eu vou fazer você falar! Se você não me contar a verdade, eu juro que vou fazer sua vida ser pior que a morte!- Isa...Pedro e Carina tentaram puxá-la, mas Isabela se recusou a soltar, segurando firmemente a gola de Juliana:- Juliana, vou estar de olho em você, não pense que pode me enganar!- Chega! - Cláudio entrou, afastou as mãos de Isabela e sinalizou para Pedro.
Ao ouvir essa notícia, Isabela não se mostrou tão animada quanto esperado, simplesmente retirou o braço, falando de maneira indiferente:- E daí? Ela ainda precisa falar.Pedro se sentiu um tanto impotente.Ele conhecia bem o temperamento de Isabela e sabia que persuadi-la seria inútil, então decidiu não insistir no assunto.- Tudo bem, já que ela não quer falar por agora, jejuar por ela também não faz sentido. - Disse ele, abrindo a caixa de comida e abanando o vapor quente. - Que tal? Está cheirosa?Ao sentir o aroma, Isabela engoliu em seco:- Galinhada?- Sim, vi que você não tem tido muito apetite ultimamente, então pensei em fazer algo mais forte para mudar um pouco o seu paladar.Isabela se aproximou para cheirar e não pôde evitar espirrar:- Quanta pimenta você colocou nisso?Pedro sorriu de canto:- O mesmo tanto que você costumava comer, só que você tem estado no hospital e comendo alimentos leves por tanto tempo que não está mais acostumada, e por isso a reação é tão intensa