- Isa? Isa? Isa, você está me ouvindo? - Pedro, chorando, insistia em chamar. - Isa, não adormeça, por favor, não adormeça...Quem era? Quem estava chamando ela?Tudo ao redor estava escuro, e de repente, uma voz familiar ressoou acima de sua cabeça, chamando ela repetidas vezes.Mas ela não conseguia se lembrar de quem era.- Isa, me perdoe... Me perdoe, por favor, não adormeça...Perdoar?Por que pedir perdão?Subitamente, a imagem de alguém com uma faca de cozinha e esfaqueando ela cruzou sua mente.Doía demais, doía intensamente...Ela, abruptamente, conseguiu enxergar claramente o rosto da pessoa: era Dario!Em um estado de confusão, ela repentinamente abriu os olhos pesados e olhou para cima, apenas para distinguir vagamente o rosto de Pedro.Então era Pedro quem a chamava.Ao ver seus olhos abertos, Pedro rapidamente segurou sua mão, correndo para o lado da cama enquanto fungava:- Isa, você precisa resistir! Vou contar tudo a ela.Ela abriu a boca com esforço e chamou seu nome.
- Fefe. - Carina, com as mãos entrelaçadas em sinal de culpa, olhou para Isabela. - Desculpe...Ao ouvir isso, Isabela se surpreendeu:- Caca, por que você está se desculpando comigo? Você não fez nada errado, além do mais, você ainda é...Antes que ela pudesse terminar, Carina a interrompeu, balançando a cabeça:- Não, eu não sou apenas uma vítima, eu... Eu também participei do ocultamento, e além disso... - Disse ela, baixando a cabeça. - Fui até pior que o Pedro, eu até quis te colocar à prova.- Me colocar à prova? - Isabela ficou confusa. - Provar o quê?Carina lançou um olhar a Pedro, mordendo o lábio inferior, hesitando por um longo tempo.Ela não sabia se, depois de falar, Isabela ficaria irritada...Enquanto ela hesitava, Pedro de repente se aproximou do pé da cama e a puxou para longe:- É melhor você se sentar, vou explicar. - Após dizer isso, ele olhou cuidadosamente para Isabela, abaixando um pouco a voz. - Isa, o que aconteceu é que... Dario queria usar sua identidade par
- Você sabe por que ainda está aqui hesitando? A Fefe tem sido tão boa contigo, e você não vê por quem ela está deitada aqui? - Carina estava um pouco irritada. - Se você voltar, você é um idiota...Antes que ela pudesse terminar, Isabela levantou a mão para detê-la, balançando a cabeça em sinal de que ela não deveria continuar falando.- Pedro, não importa como você escolha, eu sempre vou respeitar a sua decisão. Mas, independentemente da tua escolha, eu cuidarei disso.Pedro, temendo que ela mal interpretasse, gesticulou rapidamente:- Isa, eu nunca pensei em te deixar. - Depois disso, ele segurou a mão de Isabela firmemente e disse com seriedade. - Isa, eu não vou embora, eu vou ficar contigo para sempre, serei seu irmão para sempre.Em seguida, ele riu de si mesmo:- É engraçado dizer isso, mas quando ele sorriu para mim pela primeira vez e se ajoelhou pedindo meu perdão, eu realmente me senti tocado. - Pedro fez uma pausa antes de continuar. - Durante vinte e seis anos, ele nunca
- Isa! - Exclamou Pedro, abraçando ela apertado. - A pessoa que deve se desculpar sou eu. Se não fosse por minha culpa, sua identidade não teria sido revelada, e você não teria se machucado...- Chega, vocês dois. - interrompeu Carina com voz embargada. - Parem de pedir desculpas um ao outro. Se continuarem assim, vão falar até anoitecer. O mais importante agora é como resolveremos isso.Pedro, ao lembrar que Carina ainda estava presente, rapidamente levantou a mão e enxugou as lágrimas com a manga, falando com voz baixa:- Não importa como vamos resolver, você não precisa se preocupar, é melhor focar na sua recuperação.- Você fala como se fosse fácil, mas agora ele quer me matar!- Fique tranquila, eu vou te proteger. Não vou deixar ele encostar um dedo em você, entendeu? - Afirmou Pedro.Carina o olhou com ceticismo:- Olhe como você está agora. E ainda diz que vai me proteger? Tenho medo é de você sair do hospital e ter que voltar.Pedro ficou sem palavras por um momento.- Chega,
- Fefe... Carina, de repente, interrompeu os pensamentos de Isabela, se virando para olhá-la e batendo na cama:- Se sente e fale devagar.Carina se sentou, um pouco cautelosa:- Eu... Sinto muito, não deveria ter...- Está tentando falar sobre testar se eu era realmente a Isabela? - Perguntou Isabela.Carina mordeu o lábio e assentiu.Vendo ela assim, Isabela sorriu:- Na verdade, não me importo que você me teste.Carina a olhou, um pouco surpresa:- Sério?- Claro, mas...Ao ouvir que havia uma condição, Carina engoliu em seco, nervosa, fixando o olhar em Isabela, temendo que ela se irritasse de repente.- Não deveria ter mentido, dizendo que não se lembrava de nada.Carina ficou sem saber o que dizer por um momento.Isabela pegou sua mão:- Entendo que estava com sentimentos complicados naquele momento, preocupada, com medo, e com tantas coisas na cabeça, por isso não ousou me contar. Mas precisa saber que, justamente porque todos estavam me escondendo, quase aconteceu uma tragédia
Então, era isso o que ela estava pensando...O frio da parede se infiltrava por suas costas até o peito, o fazendo sentir um certo frio.Mas ele não se afastou, apenas sorriu ironicamente.Afinal, a quem poderia culpar?Se não a tivesse torturado tanto quatro anos atrás, como teria levado a esse resultado?No fim das contas, apenas colhia o que plantou.Mas, ao vê-la bem, se sentia também aliviado.Depois de saber que ela foi esfaqueada, ele foi até lá durante a noite, mas naquela hora ela ainda estava inconsciente.No frio, ficou parado na porta por uma hora inteira, sem ousar entrar, mas também sem querer ir embora.Queria ver com os próprios olhos ela acordar, para ter certeza de que estava bem antes de partir.Mas, no final, devido à fraqueza do corpo, foi levado à força por Rodrigo.Agora, também acabava de acordar e arrastou seu corpo pesado até lá, vendo que ela ainda podia sorrir e até xingá-lo, ele finalmente respirou aliviado.A dor em seu abdômen era como se estivesse sendo
No dia seguinte, Isabela, após o café da manhã, planejava sair secretamente durante a consulta de retorno do Pedro e Carina. Embora ainda não tivesse pensado em uma solução perfeita, ela queria se encontrar primeiro com Dario. Só saberia se o negócio poderia ser feito se compreendesse o que, além de Pedro, Dario queria.No entanto, assim que trocou de roupa e saiu furtivamente, se virou e viu alguém encostado na parede. Seu rosto empalideceu no instante em que reconheceu a pessoa.- O que você está fazendo aqui? Me vigiando? Com medo de eu maltratar sua Giulia? - Indagou ela.Gabriel, debilitado por um tratamento negligente e uma febre ainda não curada, parecia pálido e ainda mais frio do que o usual.- Ouvi dizer que você estava ferida, então queria ver como você estava. - Disse ele.- Ver como eu estou? - Isabela olhou para ele com desconfiança. - Se você realmente se importa comigo, por que está se escondendo sorrateiramente na porta?Gabriel curvou seus lábios pálidos:- Eu sei q
- Gabriel, você matou tantas pessoas há quatro anos por causa da Mariana. Por que, mesmo depois de tanto tempo, continua tão cruel e indiferente?Os olhos de Isabela se encheram de lágrimas, e a dor que lacerava seu coração quase lhe tirava o fôlego.Ao vê-la com dificuldade para respirar, Gabriel mostrou preocupação:- Isa, você ainda não se recuperou totalmente. Volte e descanse, não fique mais irritada, essas coisas...Antes que ele terminasse, Isabela, com toda a sua força, o empurrou violentamente. Por inércia, acabou se chocando contra a parede oposta, direto na ferida, fazendo ela suar frio de dor.Gabriel estendeu a mão para ajudá-la, mas ela se esquivou, o encarando com desprezo:- Não me toque! Pare de fingir diante de mim!- Isa... - Gabriel parou com a mão no ar. - Por que desconfia tanto de mim?- Porque não acredito em coincidências!Como pode haver tantas coincidências assim?Ela foi ao escritório dele e precisamente encontrou Giulia saindo de seu quarto particular.E D