Ao ouvir o som, os dois viraram a cabeça e viram Gabriel, vestido com um sobretudo preto e trazendo consigo um ar gélido, parado à porta.Ao vê-lo, o rosto de Isabela escureceu e ela virou a cabeça, se recusando a olhar para ele novamente.Cláudio olhou para ambos e caminhou em sua direção:- Como você veio parar aqui?Gabriel fixou seu olhar intensamente em Isabela, sem esforço algum para disfarçar suas intenções.Para Cláudio, felizmente, isso não era nada estranho.Nem Carina nem ele eram próximos de Gabriel; ele era, afinal, apenas um "irmão".Ele deu um tapinha no braço de Gabriel, sussurrando um lembrete: - Se for falar, faça isso lá fora, não aqui no quarto.Gabriel acenou com a cabeça, concordando, e caminhou diretamente em direção a Isabela.- Está tão relutante em me ver?Isabela já não queria encontrá-lo, e com o episódio da tarde envolvendo Giulia, ela estava realmente furiosa.Mas, estando no quarto de hospital de Carina, teve que conter suas emoções e disse friamente: -
Isabela não conseguiu evitar de se repreender mentalmente.Ela acabava de se sentir sentimental por esse homem, que absurdo!- Com ciúmes? Onde você viu ciúmes?Gabriel riu baixinho e esfregou de leve seus lábios frios no rosto dela: - Meus dois olhos viram, Isa, você está com ciúmes, você ainda tem sentimentos por mim.Absurdo!Isabela tentou se libertar, mas Gabriel a segurou com firmeza.Ele passou delicadamente os dedos pelos cabelos dela:- Isa, vamos fazer as pazes? Vamos parar de nos torturar, que tal?Isabela estava a ponto de enlouquecer."Como esse homem não entende o que as pessoas dizem?"- Gabriel, você é um canalha! Giulia está grávida do seu filho, e você aqui tentando se reconciliar comigo? Você sabe o que é ser um canalha? Você é um canalha!- Isa, quantas vezes tenho que dizer? Eu e aquela mulher realmente não tivemos nada, tudo foi uma conspiração planejada. - Dizendo isso, ele afundou a cabeça nos cabelos dela. - Isa, eu realmente preciso de você ao meu lado.Perce
Durante a noite, Isabela se revirava na cama, incapaz de pegar no sono.Ela pensava em muitas pessoas: tio Cardoso, Mônica, Sofia, Carina, Pedro...Uma vida em troca de outra, valeria realmente a pena?E ela, estaria disposta a sacrificar sua própria vida por alguém?Antes, não hesitaria em dar sua vida por Gabriel, mas agora?De repente, se sentiu extremamente egoísta.André sempre lhe dizia que ela pensava nos outros, mas nunca em si mesma.No entanto, agora, refletindo melhor, será que ela realmente havia considerado os outros?A situação com Pedro teria terminado assim por sua falta de consideração, por ser negligente?Se lembrando do ocorrido com Pedro, ela apertou a ponta do cobertor.Após algum tempo, pegou o celular e discou um número.- Já está dormindo?Do outro lado da linha, a pessoa riu:- Chefe, esqueceu que sou uma coruja noturna? Além disso, estou de volta ao trabalho no bar. Não está querendo checar se estou aqui, está?Ao ouvir isso, Isabela se sentiu surpresa e um po
- Não, a Dulce não se machucou, mas... - O diretor de turma fez uma pausa. - A Dulce feriu um colega.- O quê? Você está dizendo que a Dulce feriu um colega? Professor, tem certeza de que não está enganado?- Sra. Almeida, venha e veja com seus próprios olhos.Após desligar o telefone, Isabela se despediu de Carina e correu para a escola."Como a Dulce poderia agredir alguém? Desde pequena, ela sempre foi muito gentil e atenciosa, raramente se irrita a ponto de jogar coisas. Como ela poderia agredir alguém sem motivo? Será que ela aprendeu algo ruim na escola?"Isabela estava extremamente ansiosa e, inadvertidamente, pisou mais forte no acelerador.Ao chegar à escola, ela estacionou o carro às pressas na beira da estrada e correu para o jardim de infância.Quando chegou, ouviu o choro das crianças, repreensões dos familiares e consolações dos professores no escritório.- Professor Duarte, o que aconteceu?O professor Duarte se virou e viu Isabela: - Você é a mãe da Dulce, certo?Isabe
- Que absurdo! Como pode culpar os outros quando foi você que causou o problema? - Isabela estava um pouco irritada, apontando para as marcas de sangue no rosto do menino. - Olhe para você mesma, cortou o rosto deles e nem sequer pediu desculpas. Ainda está aqui falando sobre mudar de escola, no que está pensando...- Mamãe, eu não estou errada! Eles que mereceram!- Dulce, como pode falar assim? Será que te mimei demais? - Isabela colocou ela no chão, com uma expressão séria. - A realidade agora é que você os machucou, como ainda pode xingar?- É óbvio que ela não foi bem educada! Uma menina mimada assim será um desastre quando crescer! Meninas devem ser mais gentis, sempre dando espaço aos meninos. Mesmo que os meninos falem coisas desagradáveis, e daí? Meninos são naturalmente mais rudes e desajeitados. Isso basta, mas recorrer à violência é inaceitável. Quando crescer, com certeza ninguém a vai querer!Isabela ainda sentia alguma culpa, mas ao ouvir isso, ficou imediatamente furios
Isabela se adiantou para intervir:- Deixe para lá, não é coisa de criança, acho que sei quem é. - Enquanto falava, ela tirou um cheque da bolsa, assinou e escreveu o valor antes de entregá-lo. - Afinal, isso aconteceu por minha causa, então aceite este dinheiro como um pedido de desculpas e, por favor, compreenda.A gentil senhora recusou o cheque: - Não preciso de compensação, o erro foi do meu menino mesmo. Se ele não fosse tão guloso e não tivesse feito isso, Dulce não teria se irritado. Ele merece o que aconteceu!Isabela insistiu, colocando o cheque em sua mão: - De qualquer forma, Dulce estava errada ao bater, e a quantia não é grande, veja como um pequeno gesto da minha parte.Vendo isso, ela acabou aceitando: - Então, obrigada.Em seguida, deu um tapa no próprio filho: - Peça desculpas!O menino, já morrendo de medo, pediu desculpas a Dulce com voz trêmula: - Desculpe, Dulce, desculpe, tia.Isabela empurrou Dulce suavemente: - Dulce, peça desculpas. Ele pode ter dito bes
- Não compreende o que as pessoas falam? - Perguntou Isabela, irada.Giulia sorriu friamente:- Afinal, quem é que não compreende o que as pessoas falam? - Enquanto falava, agarrou o cabelo de Isabela. - Já te disse para ficar longe da Gabi. Como não entende isso? Precisa mesmo que eu aja para saber o que é melhor para você?Isabela sentiu uma dor aguda ao ser puxada, mas, pensando em Dulce, que ainda estava lá, suportou sem gritar de dor e revidou, agarrando o cabelo de Giulia: - Me solte! Caso contrário, não serei gentil!Mas quem diria que Giulia era louca? Isabela arrastou ela até à beira da estrada: - Se é tão corajosa, me solte e me empurre! Se eu e o bebê morrermos, vamos ver se o Gabi não te mata!Naquele instante, Isabela realmente pensou em empurrá-la.Mas, se lembrando de Dulce ali perto, apenas conseguiu puxar Giulia de volta, afastando ela da beira da estrada.- Giulia, se vai ser mãe, precisa mesmo ser tão louca?- Louca? Claro que estou louca! Quem mandou essa vadia se
Giulia agiu rapidamente, e Isabela, segurando Dulce, mal teve tempo de se esquivar, conseguindo apenas se virar ligeiramente para proteger a menina.Mas, no segundo seguinte, a faca não atingiu seu corpo.Ela se surpreendeu, olhando para cima, e viu uma figura esguia bloqueando sua frente.Giulia ficou rígida, retrocedendo um passo em terror:- Você... Como apareceu aqui?Gabriel segurava seu lado direito com a mão e, com uma mordida nos dentes, arrancou a faca, fixando em Giulia seus olhos profundos e frios, que a assustaram a ponto de enfraquecer suas pernas, tornando ela incapaz de fugir.- Você está bem? - Ele se virou, escondendo a intenção assassina em seus olhos, e olhou preocupado para Isabela, perguntando com suavidade. - Precisa ir ao hospital?Isabela, recobrando os sentidos, olhou para a camisa branca dele, manchada de sangue, e para suas mãos ensanguentadas. Seu coração tremia:- Você... Você está sangrando...Gabriel, temendo assustá-la e a Dulce, ajustou o paletó, cobrin