Isabela se adiantou para intervir:- Deixe para lá, não é coisa de criança, acho que sei quem é. - Enquanto falava, ela tirou um cheque da bolsa, assinou e escreveu o valor antes de entregá-lo. - Afinal, isso aconteceu por minha causa, então aceite este dinheiro como um pedido de desculpas e, por favor, compreenda.A gentil senhora recusou o cheque: - Não preciso de compensação, o erro foi do meu menino mesmo. Se ele não fosse tão guloso e não tivesse feito isso, Dulce não teria se irritado. Ele merece o que aconteceu!Isabela insistiu, colocando o cheque em sua mão: - De qualquer forma, Dulce estava errada ao bater, e a quantia não é grande, veja como um pequeno gesto da minha parte.Vendo isso, ela acabou aceitando: - Então, obrigada.Em seguida, deu um tapa no próprio filho: - Peça desculpas!O menino, já morrendo de medo, pediu desculpas a Dulce com voz trêmula: - Desculpe, Dulce, desculpe, tia.Isabela empurrou Dulce suavemente: - Dulce, peça desculpas. Ele pode ter dito bes
- Não compreende o que as pessoas falam? - Perguntou Isabela, irada.Giulia sorriu friamente:- Afinal, quem é que não compreende o que as pessoas falam? - Enquanto falava, agarrou o cabelo de Isabela. - Já te disse para ficar longe da Gabi. Como não entende isso? Precisa mesmo que eu aja para saber o que é melhor para você?Isabela sentiu uma dor aguda ao ser puxada, mas, pensando em Dulce, que ainda estava lá, suportou sem gritar de dor e revidou, agarrando o cabelo de Giulia: - Me solte! Caso contrário, não serei gentil!Mas quem diria que Giulia era louca? Isabela arrastou ela até à beira da estrada: - Se é tão corajosa, me solte e me empurre! Se eu e o bebê morrermos, vamos ver se o Gabi não te mata!Naquele instante, Isabela realmente pensou em empurrá-la.Mas, se lembrando de Dulce ali perto, apenas conseguiu puxar Giulia de volta, afastando ela da beira da estrada.- Giulia, se vai ser mãe, precisa mesmo ser tão louca?- Louca? Claro que estou louca! Quem mandou essa vadia se
Giulia agiu rapidamente, e Isabela, segurando Dulce, mal teve tempo de se esquivar, conseguindo apenas se virar ligeiramente para proteger a menina.Mas, no segundo seguinte, a faca não atingiu seu corpo.Ela se surpreendeu, olhando para cima, e viu uma figura esguia bloqueando sua frente.Giulia ficou rígida, retrocedendo um passo em terror:- Você... Como apareceu aqui?Gabriel segurava seu lado direito com a mão e, com uma mordida nos dentes, arrancou a faca, fixando em Giulia seus olhos profundos e frios, que a assustaram a ponto de enfraquecer suas pernas, tornando ela incapaz de fugir.- Você está bem? - Ele se virou, escondendo a intenção assassina em seus olhos, e olhou preocupado para Isabela, perguntando com suavidade. - Precisa ir ao hospital?Isabela, recobrando os sentidos, olhou para a camisa branca dele, manchada de sangue, e para suas mãos ensanguentadas. Seu coração tremia:- Você... Você está sangrando...Gabriel, temendo assustá-la e a Dulce, ajustou o paletó, cobrin
Em outro lugar, Gabriel observava Isabela se afastando, sentindo uma dor súbita no peito.Era mais dolorosa do que a ferida sangrando em seu corpo.No entanto, ele não nutria nenhum ressentimento, sentindo apenas que merecia aquilo.- Gabi...Ao ouvir isso, Gabriel levantou a cabeça abruptamente, com os olhos vermelhos como sangue, se assemelhando muito a um Satanás enfurecido, fazendo Giulia estremecer de medo.- Quem te deu permissão para chamar meu nome?Gabriel levantou a mão e agarrou seu pescoço, sua voz fria e sem calor:- Eu te dei tantas chances, por que você simplesmente não as valoriza? - Disse ele, apertando mais forte, fazendo com que Giulia mal conseguisse respirar.Quando Giulia estava prestes a sufocar, Rodrigo chegou correndo por trás, tentando afastar Gabriel.- Senhor, por favor, pare!Gabriel, com os olhos injetados de sangue, desejava matar Giulia naquele momento, segurando seu pescoço sem qualquer intenção de soltar.- Senhor, se ela morrer, não poderemos capturar
Carina recuperou a memória?Isabela estava um pouco atônita, pois Carina aparentemente se lembrou de tudo em apenas algumas horas, o que era realmente surpreendente.Quando chegaram ao quarto do hospital, o médico acabava de completar todos os exames.- A recuperação está indo muito bem, não se preocupe com a memória, relaxe, tudo voltará naturalmente.Cláudio, confuso, perguntou: - Não disseram que ela já tinha recuperado a memória?- Parte dela foi recuperada, mas não tudo.Isabela sentiu um aperto no coração, sem saber exatamente o que Carina se lembrava.Se aproximou cuidadosamente e perguntou: - Caca, do que você se lembrou?Carina olhou para ela, um lampejo de pânico passando por seus olhos, e abaixou a cabeça: - Só me lembrei de memórias ruins.Memórias ruins...Como Cláudio ainda estava lá, Isabela não se atreveu a perguntar mais.Mas ela não podia deixar de se sentir inquieta.Se perguntou se Carina se lembraou de algo relacionado a Dario.- Você se lembra por que sofreu o
Isabela balançou a cabeça sem pensar muito:- Não tem problema.- Na verdade, não me lembro de muita coisa. Só continuo lembrando de que havia algo muito importante no dia do acidente, mas, por mais que tente, não consigo recordar...Imediatamente, Carina ergueu a cabeça e a olhou fixamente:- Fefe, você sabe do que se trata?Ela devia estar se referindo àquela vez em que queria se declarar para o Cláudio... Mas, considerando a situação atual, parecia inapropriado mencionar isso agora.Isabela apertou os lábios e sorriu sem graça:- Também não me lembro, mas ainda há tempo. Pense com calma, não é tarde para falar quando se lembrar.Carina não pareceu suspeitar e assentiu:- Então, vou pensar com calma. - Após um momento, ela lambeu os lábios secos. - Fefe, na verdade, você não precisa ficar aqui comigo. É melhor você levar Dulce de volta.- Acabei de prometer ao seu primo que ficaria com você.- Ele só disse isso, você não precisa levar tão a sério. Além disso... Dulce teve algum probl
Não sei se foi porque guardava um segredo no coração, mas Isabela sentia uma distância maior quando estava perto de Carina, a ponto de esgotarem todos os assuntos mais uma vez.Nesse momento, Carina bocejou:- Estou um pouco cansada, Fefe, quero dormir.Isabela recuperou o fôlego:- Tudo bem, durma, eu fico aqui até você adormecer.Vendo isso, Carina sorriu, um pouco envergonhada:- Fefe, não precisa se esforçar tanto, leve a Dulce e vá descansar também. Se você ficar me observando assim, eu... Eu não conseguirei dormir.- Desculpe, acho que estou um pouco tensa.- Eu sei que você está preocupada comigo, mas meu primo contratou um segurança, e o hospital tem enfermeiros noturnos, você realmente não precisa se preocupar.Com estas palavras, Isabela percebeu que permanecer ali seria um exagero.- Entendi, então eu vou.Isabela se aproximou, arrumou o canto do cobertor de Carina e, em seguida, caminhou até a porta para apagar a luz:- Boa noite, então.- Boa noite.Após fechar suavemente
Isabela compreendeu claramente o que ele queria dizer, mas optou por não dar atenção.- Gabriel, não estou brincando, minha paciência com Giulia já atingiu o limite. Se Dulce não estivesse lá esta tarde, eu certamente não teria deixado Giulia escapar assim. - Isabela fez uma pausa antes de prosseguir. - Agora que ela está grávida do seu filho, é também sua responsabilidade cuidar dela. Caso contrário, você perderá seu filho mais uma vez. Não diga que não avisei.Ouvindo isso, Gabriel franziu a testa, sentindo uma dor aguda no peito que dificultava sua respiração.Ela ainda o odiava, de fato.Houve um tempo em que ele pensou que poderiam realmente começar tudo de novo.Naquela época, ela lhe pediu explicitamente para aguardar um pouco mais, mas agora...Ele encostou a cabeça no sofá e suspirou profundamente.Queria explicar mais uma vez que não tinha nenhum relacionamento com Giulia, que tudo era um plano de Caio.- Isa. - Ele chamou seu nome suavemente, com uma voz gentil e um tanto de