- Que absurdo! Como pode culpar os outros quando foi você que causou o problema? - Isabela estava um pouco irritada, apontando para as marcas de sangue no rosto do menino. - Olhe para você mesma, cortou o rosto deles e nem sequer pediu desculpas. Ainda está aqui falando sobre mudar de escola, no que está pensando...- Mamãe, eu não estou errada! Eles que mereceram!- Dulce, como pode falar assim? Será que te mimei demais? - Isabela colocou ela no chão, com uma expressão séria. - A realidade agora é que você os machucou, como ainda pode xingar?- É óbvio que ela não foi bem educada! Uma menina mimada assim será um desastre quando crescer! Meninas devem ser mais gentis, sempre dando espaço aos meninos. Mesmo que os meninos falem coisas desagradáveis, e daí? Meninos são naturalmente mais rudes e desajeitados. Isso basta, mas recorrer à violência é inaceitável. Quando crescer, com certeza ninguém a vai querer!Isabela ainda sentia alguma culpa, mas ao ouvir isso, ficou imediatamente furios
Isabela se adiantou para intervir:- Deixe para lá, não é coisa de criança, acho que sei quem é. - Enquanto falava, ela tirou um cheque da bolsa, assinou e escreveu o valor antes de entregá-lo. - Afinal, isso aconteceu por minha causa, então aceite este dinheiro como um pedido de desculpas e, por favor, compreenda.A gentil senhora recusou o cheque: - Não preciso de compensação, o erro foi do meu menino mesmo. Se ele não fosse tão guloso e não tivesse feito isso, Dulce não teria se irritado. Ele merece o que aconteceu!Isabela insistiu, colocando o cheque em sua mão: - De qualquer forma, Dulce estava errada ao bater, e a quantia não é grande, veja como um pequeno gesto da minha parte.Vendo isso, ela acabou aceitando: - Então, obrigada.Em seguida, deu um tapa no próprio filho: - Peça desculpas!O menino, já morrendo de medo, pediu desculpas a Dulce com voz trêmula: - Desculpe, Dulce, desculpe, tia.Isabela empurrou Dulce suavemente: - Dulce, peça desculpas. Ele pode ter dito bes
- Não compreende o que as pessoas falam? - Perguntou Isabela, irada.Giulia sorriu friamente:- Afinal, quem é que não compreende o que as pessoas falam? - Enquanto falava, agarrou o cabelo de Isabela. - Já te disse para ficar longe da Gabi. Como não entende isso? Precisa mesmo que eu aja para saber o que é melhor para você?Isabela sentiu uma dor aguda ao ser puxada, mas, pensando em Dulce, que ainda estava lá, suportou sem gritar de dor e revidou, agarrando o cabelo de Giulia: - Me solte! Caso contrário, não serei gentil!Mas quem diria que Giulia era louca? Isabela arrastou ela até à beira da estrada: - Se é tão corajosa, me solte e me empurre! Se eu e o bebê morrermos, vamos ver se o Gabi não te mata!Naquele instante, Isabela realmente pensou em empurrá-la.Mas, se lembrando de Dulce ali perto, apenas conseguiu puxar Giulia de volta, afastando ela da beira da estrada.- Giulia, se vai ser mãe, precisa mesmo ser tão louca?- Louca? Claro que estou louca! Quem mandou essa vadia se
Giulia agiu rapidamente, e Isabela, segurando Dulce, mal teve tempo de se esquivar, conseguindo apenas se virar ligeiramente para proteger a menina.Mas, no segundo seguinte, a faca não atingiu seu corpo.Ela se surpreendeu, olhando para cima, e viu uma figura esguia bloqueando sua frente.Giulia ficou rígida, retrocedendo um passo em terror:- Você... Como apareceu aqui?Gabriel segurava seu lado direito com a mão e, com uma mordida nos dentes, arrancou a faca, fixando em Giulia seus olhos profundos e frios, que a assustaram a ponto de enfraquecer suas pernas, tornando ela incapaz de fugir.- Você está bem? - Ele se virou, escondendo a intenção assassina em seus olhos, e olhou preocupado para Isabela, perguntando com suavidade. - Precisa ir ao hospital?Isabela, recobrando os sentidos, olhou para a camisa branca dele, manchada de sangue, e para suas mãos ensanguentadas. Seu coração tremia:- Você... Você está sangrando...Gabriel, temendo assustá-la e a Dulce, ajustou o paletó, cobrin
Em outro lugar, Gabriel observava Isabela se afastando, sentindo uma dor súbita no peito.Era mais dolorosa do que a ferida sangrando em seu corpo.No entanto, ele não nutria nenhum ressentimento, sentindo apenas que merecia aquilo.- Gabi...Ao ouvir isso, Gabriel levantou a cabeça abruptamente, com os olhos vermelhos como sangue, se assemelhando muito a um Satanás enfurecido, fazendo Giulia estremecer de medo.- Quem te deu permissão para chamar meu nome?Gabriel levantou a mão e agarrou seu pescoço, sua voz fria e sem calor:- Eu te dei tantas chances, por que você simplesmente não as valoriza? - Disse ele, apertando mais forte, fazendo com que Giulia mal conseguisse respirar.Quando Giulia estava prestes a sufocar, Rodrigo chegou correndo por trás, tentando afastar Gabriel.- Senhor, por favor, pare!Gabriel, com os olhos injetados de sangue, desejava matar Giulia naquele momento, segurando seu pescoço sem qualquer intenção de soltar.- Senhor, se ela morrer, não poderemos capturar
Carina recuperou a memória?Isabela estava um pouco atônita, pois Carina aparentemente se lembrou de tudo em apenas algumas horas, o que era realmente surpreendente.Quando chegaram ao quarto do hospital, o médico acabava de completar todos os exames.- A recuperação está indo muito bem, não se preocupe com a memória, relaxe, tudo voltará naturalmente.Cláudio, confuso, perguntou: - Não disseram que ela já tinha recuperado a memória?- Parte dela foi recuperada, mas não tudo.Isabela sentiu um aperto no coração, sem saber exatamente o que Carina se lembrava.Se aproximou cuidadosamente e perguntou: - Caca, do que você se lembrou?Carina olhou para ela, um lampejo de pânico passando por seus olhos, e abaixou a cabeça: - Só me lembrei de memórias ruins.Memórias ruins...Como Cláudio ainda estava lá, Isabela não se atreveu a perguntar mais.Mas ela não podia deixar de se sentir inquieta.Se perguntou se Carina se lembraou de algo relacionado a Dario.- Você se lembra por que sofreu o
Isabela balançou a cabeça sem pensar muito:- Não tem problema.- Na verdade, não me lembro de muita coisa. Só continuo lembrando de que havia algo muito importante no dia do acidente, mas, por mais que tente, não consigo recordar...Imediatamente, Carina ergueu a cabeça e a olhou fixamente:- Fefe, você sabe do que se trata?Ela devia estar se referindo àquela vez em que queria se declarar para o Cláudio... Mas, considerando a situação atual, parecia inapropriado mencionar isso agora.Isabela apertou os lábios e sorriu sem graça:- Também não me lembro, mas ainda há tempo. Pense com calma, não é tarde para falar quando se lembrar.Carina não pareceu suspeitar e assentiu:- Então, vou pensar com calma. - Após um momento, ela lambeu os lábios secos. - Fefe, na verdade, você não precisa ficar aqui comigo. É melhor você levar Dulce de volta.- Acabei de prometer ao seu primo que ficaria com você.- Ele só disse isso, você não precisa levar tão a sério. Além disso... Dulce teve algum probl
Não sei se foi porque guardava um segredo no coração, mas Isabela sentia uma distância maior quando estava perto de Carina, a ponto de esgotarem todos os assuntos mais uma vez.Nesse momento, Carina bocejou:- Estou um pouco cansada, Fefe, quero dormir.Isabela recuperou o fôlego:- Tudo bem, durma, eu fico aqui até você adormecer.Vendo isso, Carina sorriu, um pouco envergonhada:- Fefe, não precisa se esforçar tanto, leve a Dulce e vá descansar também. Se você ficar me observando assim, eu... Eu não conseguirei dormir.- Desculpe, acho que estou um pouco tensa.- Eu sei que você está preocupada comigo, mas meu primo contratou um segurança, e o hospital tem enfermeiros noturnos, você realmente não precisa se preocupar.Com estas palavras, Isabela percebeu que permanecer ali seria um exagero.- Entendi, então eu vou.Isabela se aproximou, arrumou o canto do cobertor de Carina e, em seguida, caminhou até a porta para apagar a luz:- Boa noite, então.- Boa noite.Após fechar suavemente