CAPÍTULO 75 Enzo Duarte Aqui estou eu outra vez... tentando ignorar o que aquela maledetta faz, enchendo a cara com bebidas fortes. Hoje ela está com outro vestido, mais curto, de tantas vezes que eu já olhei, contei quantos dedos acima do joelho, e deram oito. — Trás a garrafa, por favor! — pedi ao bartender. Ele abriu uma nova, a outra havia acabado. Continuei estudando os seus movimentos, não sei porque tenho tanta curiosidade de vê-la sem roupa, é uma garota comum, como muitas outras, posso arrancar as roupas de qualquer uma delas quando eu bem entender, porquê justo ela, não posso? Rebeca se abaixou, ela usa um vestido tomara que caia com um casaquinho, mas o figlio de puttana, da cadeira da frente, praticamente enfiou a cara lá, então puxei a minha pistola e iria levantar, mas o meu pai segurou no meu braço. — Que merda está fazendo? — Estou cuidando dos interesses do Don, apenas isso! — me empurrou outra vez para a cadeira.
CAPÍTULO 76 Rebeca Prass Não me pergunte o que estou fazendo porque eu não sei. Esse safado idiota que está me beijando nem era para estar aqui, mas é gato demais para eu deixar passar. Também sou filha de Deus, estou precisando de diversão, e quando o Enzo me beija, saem faíscas. É claro que não era uma boa ideia entrar naquele quarto de novo, eu não tenho boas recordações de lá, mas eu percebi os olhares, estávamos chamando a atenção de todos, e eu não queria parar, mesmo sentindo as pernas moles e o corpo leve. — Vai indo, eu vou disfarçar e logo vou! — falou e eu fui com dificuldades até aquela porta, só agora me dei conta que bebi demais. Lá dentro estava calor, então fui logo tirando o casaquinho que eu usava, e quando coloquei sobre um armário, a gaveta estava parcialmente aberta, e estranhei quando vi algumas coisas. Me interessei numa algema bonita que eu vi, e fiquei imaginando o que eu faria, e se não daria para prender o Enzo com ela e d
CAPÍTULO 77 Don Antony Strondda Como não voltamos para a boate ontem, hoje chegamos bem cedo, antes do horário do Enzo sair, então estranhei quando encontrei apenas o tio Hélio pelo salão. — Eu vou procurar a minha irmã, está bem? — Fabiana perguntou e assenti. Caminhei alguns passos até o meu tio, alinhando o sobretudo meio solto no ombro. — Onde está o meu primo? — encostei no balcão, esperando para saber. Tio Hélio olhou para os lados. — Não estava no hall de entrada? — Não. — Droga! Ele estava tomando uns drinks com a Rebeca. Eu dei a noite de folga, porque o Enzo estava enlouquecido por ela! — me virei de repente o encarando, ela não é do tipo que bebe. — Deram bebidas fortes para a Rebeca? — me preocupei e comecei a procurá-la por tudo. — Acho que sim, estavam bebendo aqui no bar, vamos atrás deles! — saímos de lá e fui direto para a sua área VIP, algo me preocupava e me dizia que estavam lá. A porta estava apenas encostada, já abri de uma vez, e o barulho estava i
CAPÍTULO 78 Don Antony Strondda — Vai matar o seu irmão? É isso mesmo? — Salvatore falou e foi levantando da mesa. Seu semblante de indignação me deixou confuso. Por segurança eu e o tio Hélio puxamos as armas, porquê o Enzo, pelo visto estava desarmado por causa da situação com a Rebeca. — Desgraçado! Pensou que eu não descobriria? — meu pai trocou a arma de mão e deu um soco em Salvatore, e quando ele quis revidar, percebeu que estava na nossa mira, então não se atreveu, se manteve onde estava, olhando fixo para o meu pai. — Se encostar no meu pai é um homem morto! — falei, o ameaçando com a arma. Não tenho nada contra ele, mas se é inimigo do meu pai, é meu inimigo. Percebi que o Alexander Caruso, o Siciliano que quer casar com a Laura, entrou junto, e estava observando. — Covarde! Nem parece que foi criado por aquele monstro que engravidou a minha mãe e depois a matou! — Salvatore afrontou o meu pai, mas eu não iria atirar nele sem saber a verdade, os motivos dele, e o
CAPÍTULO 79 Rebeca Prass A minha vista está estranha, demora para se acostumar com a claridade, quando ouço alguém me chamar. — Rebeca, você precisa acordar! Temos coisas para resolver, Rebeca! — era a minha irmã. — Aonde estou? — olhei a minha volta. — No quarto de um homem! Um bem safado e que te tratou como uma qualquer! — entrei em pânico, escondi o rosto debaixo do travesseiro ao me lembrar das palavras dele. — Agora não adianta se esconder, se quiser um futuro aqui na Itália, terá que se casar com o Enzo! — levantei num pulo. — Não vou casar com um idiota, quero matá-lo! — apertei o travesseiro o jogando na cama. — Quem é idiota? — ouvi a voz do próprio e estremeci de raiva. — Rebeca, eu vou ficar lá fora, a porta ficará aberta, ok? — Fabiana saiu, e olhei atravessado para o Enzo. — Eu não vou casar com você! — se aproximou com um sorriso vencedor, e mordendo uma maçã. — Ah é? E vai casar com quem? O Salvatore? Pra sua in
CAPÍTULO 80 Fabiana Prass — Hoje o dia foi tenso... — comentei ao entrar na banheira. — Vem cá, vou massagear as suas costas, vai se sentir melhor! — meu Don me chamou, e encostei nele, tentando relaxar, enquanto ele movia as suas mãos nos meus ombros devagar. — Isso é bom, embora seria eu quem deveria estar cuidando de você! — sorri olhando para trás, e senti quando ele começou a trançar os meus cabelos levemente molhados. Esse homem consegue me surpreender todos os dias. — Não está com dores? — Sou o Don, ragazza! Cuido de todos, é normal, faz parte do que sou, imagine se uma bala me fizer parar, daqui a pouco a casa estará sendo invadida para acabar com a famíglia, preciso reagir à qualquer ataque. Sem contar que já estou melhor. — seus dedos encostando nas minhas costas me causavam arrepios, nem sei se consegui ouvir tudo o que ele falou. — Agora tem alguém só pra você! — voltei a me virar e ele ficou em silêncio. Tive a impressão que diria algo, mas continuou a trançar. —
CAPÍTULO 81 Don Antony Strondda Fabiana é maravilhosa, as suas mãos fazem milagre em mim. Ela conseguiu tirar tudo o que eu estava sentindo, e isso apenas com o seu toque, e aquele olhar doce que tanto me acalmou. Quando acordei, ela não estava mais na cama. Cheguei até a mesa do café e ela também não estava. — A patroa não apareceu aqui, não está dormindo com o senhor? — ouvi a voz da Danúbia. — Isso não é da sua conta, e acho que já falamos sobre isso! — virei as costas deixando aquela folgada lá sozinha, por mim nem estaria mais aqui. Caminhei até o quarto da Rebeca, e dei três batidas na porta, então Fabiana abriu. A minha cunhada ainda estava deitada, tentava se cobrir de mim. — Está tudo bem, aqui? — Nós conversamos bastante, não é Rebeca? — Fabiana falou. — Me desculpe, Don... eu sei que fiz tudo errado, a Fabi me explicou as coisas. — me aproximei da minha esposa. — Então decidiu se casar? — ela sentou se ajeitando na cama. — Sei que só fiz besteira, mas será que eu
CAPÍTULO 82 Enzo Duarte Passei o dia ouvindo coisas da minha família. Até as gêmeas resolveram que eu estou na hora de sair de casa, isso é patético, vou arrumar um compromisso pra elas e quero ver. A minha cabeça está quente, pensando em como vou colocar a Rebeca na linha, e agora o Antony me vem com mais exigências, e o pior é que não gostei nem um pouco delas. Quando ele entrou e me deixou sozinho, fiquei um pouco nervoso, aquela maluca pode muito bem me atacar na mesa, e não pretendo deixar a minha mãe preocupada. Estranhei o seu comportamento tão calmo, não combina nada com o estilo dela, o Don deve ter pegado pesado. Reparei que Antony cochichou com a Fabiana que cochichou com a Rebeca alguma coisa, e ela me olhou, “era sobre mim”. A única cadeira sobrando era ao lado dela, então me sentei. — Me desculpe se exagerei ontem! — falei no seu ouvido. — Sei... — falou apenas, e arrumou a sua cadeira. A comida foi servida, Rebeca estava m