Gregory.
Emma não estava satisfeita com o que havia acontecido. Eu ainda a segurava, mas ela lutava para se livrar de mim.
— Eu não disse nada disso — ela continuou se recusando.
— Eu ouvi muito bem você dizer que me ama — eu a apertei com mais força contra o meu corpo.
Eu não pretendia soltá-la, pelo contrário, meu corpo implorava para beijar seus lábios novamente e eu mencionei que faria isso quando inclinei o rosto em sua direção e Emma desviou o rosto.
— Por que você está fazendo isso? — Ela parou de lutar contra mim, mas não olhou em meus olhos quando fez a pergunta.
Eu tinha as palavras na ponta da língua, mas elas não ganharam vida. Se esconderam em minha boca, me obrigando a recuar. Soltei Emma e lamentei por não sentir mais o calor do corpo dela. A quem eu queria enganar? Até quando
Emma.Eu estava parada, apoiada na cama, em pé, olhando para a porta fechada pela qual Gregory havia acabado de passar. Eu ficava ouvindo a voz dele na minha cabeça o tempo todo enquanto ele repetia as palavras:— Eu amo você.Meu sistema defensivo estava em alerta agora e meus pensamentos bagunçados diziam que Gregory estava mentindo. Eu havia convivido ao lado dele por dois anos e meio e aquele homem nunca havia demonstrado nenhum afeto por mim, só desprezo. Agora ele dizia que me amava? Quais eram as probabilidades de eu acreditar nisso?Vi Lia entrando no quarto e fui obrigada a desfazer minha expressão de preocupada. Ela veio sorrindo em minha direção, como se soubesse de algo de que eu não sabia. O olhar dela permaneceu grudado em mim até que eu me deitasse e fechasse os olhos.— Não finja que está dormindo — ela encostou a boca
Emma.Minhas mãos tremiam. Eu permanecia com o olhar vago, vacilando entre a raiva e a vontade de ver Gregory de novo. Eu não entendia qual era a dele. Dizia que me amava e no segundo seguinte desaparecia.Enquanto eu procurava uma resposta, Samantha entrou no quarto, preocupada.— Emma, você está bem? — Ela se aproximou, observando com cuidado o meu rosto. — Você parece diferente.Sorri nervosa, tentando esconder o quanto eu estava aborrecida.— Eu estou ótima! — Ela continuou com os olhos grudados em mim. — Sabe que horas vou receber alta?— Não faço ideia — ela disse. Depois desviou o olhar e, como se lembrasse de algo importante, acrescentou: — O senhor Gregory já foi falar com o médico sobre isso. Não deve se preocupar.— O Gregory está aqui? — Gaguejei espantada. — Quer d
Gregory.Helena havia ido visitar Emma. Ela disse para que eu ficasse do lado de fora, aguardando porque tinha algo importante para me dizer. Fiz o que ela pediu, embora me sentisse um idiota por não entrar naquele quarto e me certificar de que Emma estava bem.Lia dizia que ela estava bem, mas parecia mal-humorada. Certamente era devido a mim. Eu havia passado as últimas horas empenhadas em pesquisar os melhores hospitais e especialistas que salvassem a vida de Emma e usado isso como uma bela desculpa para não ter que me encontrar com ela.— O tratamento para o câncer é igual em todo o mundo, senhor Gregory – o médico da Espanha me dizia por videoconferência – não há muito o que se fazer nesses casos a não ser a cirurgia e o tratamento.Não havia ninguém que pudesse me garantir a sobrevivência da Emma e aquilo estava acabando comigo. Eu não desistiria tão facilmente. Eu não queria perder a Emma logo agora que eu descobrir o quanto desejava tê-la ao meu lado.Eu estava com os meus olh
Gregory me ergueu e me segurou no colo. Eu suspirei, assustada. Ele me carregou pelas escadas até parar em frente ao nosso quarto, abrir a porta e delicadamente me colocar em cima da cama. Depois disso, ele olhou para mim como se calculasse suas palavras e finalmente disse:— Eu vou chamar a Samantha para ajudar você a tomar um banho – ele se agitou, virando as costas para mim.— Gregory…— Não fale mais isso perto de mim – os olhos dele se arregalaram quando ele se virou para me olhar. Havia lágrimas neles – eu não quero ouvir você dizer que está morrendo quando eu estou aqui fazendo o que posso para salvar você.Entendi o quanto minhas palavras o feriram. Imediatamente, Gregory virou as costas e foi embora. Lembrei-me das palavras de Helena, afirmando que Gregory estava empenhado em procurar uma cura para mim. E ele realmente estava, embora eu não acreditasse que aquilo fosse possível.Talvez aceitando a realidade, a dor se tornasse menor.Samantha entrou pela porta poucos minutos d
Uma viagem para mim e para Emma.Não entendia por que eu estava animado, mas comecei a arrumar minhas roupas para partir. Eu ouvia a voz de Emma vindo da sala, ela parecia feliz e sua risada invadia meus ouvidos.Quando o meu celular tocou, eu não tive vontade de atender. Eu queria ficar ouvindo a voz dela, mas foi o nome na tela do aparelho que me fez parar tudo e atender a ligação.— O que você quer?— Eu estou na porta da sua casa te esperando – a voz de Masson era ameaçadora –, e se você não sair, eu vou invadir sua residência. Tenho certeza de que a Emma não vai gostar de me ver.Larguei o celular sobre a cama e corri as escadas, escapando pela porta. Fazia muitos dias que eu não via Masson, eu até pensei que ele havia esquecido as ameaças, mas ali estava ele de novo, tornando minha vida um pouco mais difícil. Não havia nenhuma segurança no local, eu havia dispensado todos os funcionários, então eu teria que lidar com Masson sozinho dessa vez. A minha pressa em sair de casa chamo
Emma.Trazer Masson de volta para minha vida parecia um erro imperdoável. Chorei escondida no banheiro, porque estava cansada de lutar contra esse sentimento dentro do meu coração. Fiquei me perguntando por que Gregory fazia isso comigo, uma hora parecia me amar, outrora parecia querer me matar lentamente com suas traições.Enxuguei meu rosto e, quando saí do quarto, observei Samantha fechar minha mala e colocá-la em seus punhos, pronta para partir.— Você está aí há quanto tempo? – Ela observou meu rosto e soube naquele momento que eu havia chorado, mas não disse nada.— Eu só vim pegar sua mala para a viagem – ela sorriu. – O senhor Gregory está esperando a senhora na sala para poderem partir.Eu tinha até me esquecido de que eu viajaria com Gregory e agora parecia tarde demais para desistir dessa viagem. Pensei o quanto poderia ser torturante ficar alguns dias ao lado dele sem me lembrar dos seus erros. A sensação que eu tinha era de que a morte chegaria sem que eu e Gregory fizéss
O que Gregory queria dizer com aquilo? Fiquei boa parte da viagem pensando sobre isso até finalmente pegar no sono. Não havia resposta para a audácia dele, Gregory estava realmente disposto a tornar meus dias mais difíceis.Eu pelo menos queria acreditar nisso. Queria criar dentro de mim uma imagem ruim dele para que assim fosse mais fácil esquecê-lo.Senti uma mão me acariciar, achei que estava sonhando, mas quando abri os olhos lentamente, vi Gregory, parado com o rosto a poucos centímetros do meu, sorrindo. A maneira como ele parecia feliz ao meu lado causou um arrepio em minha espinha.Me afastei imediatamente quando percebi que o avião já havia pousado. Por quantas horas eu havia dormido? Eu não quis perguntar isso ao Gregory, quanto menos conversássemos, melhor seria para mim.— Precisamos ir – ele se levantou e estendeu a mão para que eu me apoiasse nele.Recusei sua ajuda, me levantando sozinha e passando por ele sem lhe dar atenção. Gregory sorriu pela segunda vez, mas eu não
— Senhor Edward, aquela bela mulher gostaria de conhecê-lo – a herdeira de uma das famílias mais ricas da cidade estava sorrindo para mim. Ela era tão pretensiosa quanto parecia. Ansiosa e desesperada para fazer uma conexão comigo. Eu sorrio, mas de repente minha mente me trai e o rosto da bela mulher se transforma em outra coisa.Eu sacudi a cabeça porque achei que estava ficando louco. Por que, afinal, eu estava enxergando a Emma no rosto daquela mulher?Olhei para a taça de vinho e considerei ser hora de parar de beber tanto. Enfiei minhas mãos no bolso e olhei ao redor. A gala da caridade estava em pleno vapor. Cheio de taças de champanhe, mulheres bonitas, música ao vivo, homens em seus ternos caros e milhares de dólares circulando pelas mesas. Esse lugar estava cheio de gente hipócrita. Ninguém dava realmente a mínima para a causa, a não ser, é claro, minha avó Helena.Antes de ir para o evento, meu advogado fez confissões revelando que minha avó havia pagado uma viagem para Emm