Gregory.Eu não conseguia entender a sensação de calor em minha barriga, das batidas rápidas do meu coração, quando eu olhava para Emma enquanto ela dormia. Ela estava tão quieta naquela manhã que precisei ver sua respiração. Encostei o rosto perto do seu nariz até sentir o ar quente saindo deles.Emma ainda respirava, mas foi a aproximação do meu rosto com o dela que quase me causou um ataque cardíaco. Me afastei imediatamente. Me levantei trêmulo. O calor subindo até minha nuca. Corri para o banheiro para me esfriar e romper com todos os pensamentos proibidos que sondavam minha mente.Eu me avaliei mentalmente antes de sair do quarto sem olhar para Emma. Fechei os olhos e só os abri quando me vi fora do quarto. Quando me deparei com Lia, a enfermeira, me analisando como se tentasse adivinhar o que eu fazia.— Está tudo bem, senhor Gregory? – Arregalei os olhos imediatamente.— Estou ótimo! – Eu deveria dizer a ela que a luz matinal me incomodava, mas poupei a mentira.Passei rapidam
Emma.Eu mastigava a comida e me negava a engoli-la. Me perguntei onde havia parado a promessa de não me afetar por qualquer atitude do Gregory. Agora eu estava com o meu peito cheio de angústia por acreditar que seria diferente e o Gregory ter me decepcionado pela milésima vez.Eu senti as lágrimas brotando enquanto meu rosto esquentava inevitavelmente. Larguei o prato de lado sobre os olhares atentos de Lia e Samantha. Elas protestaram, mas fui mais rápida, caminhei até o quarto e me tranquei no banheiro.Não era justo o que o Gregory estava fazendo comigo. Ele queria me manter ao lado dele até o último dia da minha vida, mas ele fazia de tudo para que eu o detestasse. Ele arriscou a vida para me salvar de Edward após me procurar incansavelmente, mas estava descumprindo suas promessas nesse exato momento.Eu procurava atitudes que dessem a ele algum crédito, mas elas sempre vinham acompanhadas de erros que Gregory cometia em seguida. Enfiei a angústia no lugar mais fundo e frio do m
Gregory.Eu só percebi o que havia dito quando estacionei o carro e olhei para Emma. O rosto dela estava vermelho e ela tinha a boca entreaberta, espantada com minhas palavras finais. Ignorei sua reação e saí do carro. Dei a volta no veículo e abri a porta para ela sair. Senti seu olhar quente ainda sobre mim, observando cada passo e cada gesto que eu fazia.Era estranho para ela me ver agindo assim, para mim, era quase inacreditável. Mas eu não conseguia mais evitar, não quando o assunto era Emma.Envolvi minha mão na dela e a conduzi até o restaurante em silêncio. Evitei contar os detalhes do que havia acontecido naquela manhã à Emma. Eu poderia explicar e nem mesmo assim ela aceitaria que Edward estava fazendo coisas absurdas para me manter longe dela.Eu me lembrava do momento exato em que ele me trancou no escritório. Eu estava no vigésimo andar do prédio, não havia saídas de emergência, não tinha como eu pular a janela para escapar. Quando eu ouvi a porta se abrindo depois de qu
Emma.Os lábios de Gregory estavam colados nos meus, enquanto fiquei de olhos bem abertos, sentindo-o me beijar. Meu coração disparava descontroladamente e um calor insuportável subiu até o meu pescoço. O hálito quente dele, tocando a minha pele, fez um arrepio subir até minhas orelhas.Me afastei rapidamente, na verdade, eu empurrei o Gregory para longe. Com a respiração pesada no peito, enquanto ele olhava para mim como se tivesse cometido o pior erro da sua vida inteira.Meus dedos pararam em meus lábios, eu precisava tocá-los para saber se o que havia acontecido era real.Esquece isso, Emma, eu disse para mim mesma, quando as primeiras gotas de chuva começaram a cair.— Já chega de passeios por hoje — o meu rosto se fechou, igual ao céu sobre minha cabeça — eu quero voltar para casa.Diante das minhas palavras, o rosto de Gregory se enrijeceu e ele soltou o ar de dentro dos pulmões. Sem esperar nenhum pretexto, eu virei as costas e voltei para o veículo rapidamente antes que ele m
GregoryEu ainda me remoía por dentro por beijar Emma e não ter dado nenhuma explicação para ela depois disso. Não é que eu não tivesse gostado do beijo ou algo assim. Eu somente não queria confessar os motivos de ter feito aquilo e definitivamente não era por pena da Emma.A reação dela depois do beijo me deixou sem reação. Ela não sabia o que dizer e nem mesmo eu queria dizer algo. Foi um beijo de duas pessoas que estavam casadas e que até iriam ter um filho juntos. Em outros tempos, eu nem me lembraria desse beijo, mas eu já não era o mesmo Gregory de sempre.Depois que ela disse que eu sentia pena dela, eu saí do quarto, mesmo sabendo que Emma precisava da minha ajuda. Pedi para que Lia cuidasse dela enquanto eu saia para colocar as ideias no lugar. Meu passeio não me levou muito longe, mas me deu tempo para pensar, quando o meu celular vibrou e Lia me informou do que havia acontecido.Eu estava incomodado e odiava o fato de Emma estar sempre em minha mente. Eu deveria estar feliz
Emma.Tive um sonho estranho essa noite. Sonhei com o meu próprio velório.Acordei assustada. Olhei para o lado, a cama estava vazia. Eu nunca acordava e via o Gregory ao meu lado. Um nó se formou na minha garganta quando me lembrei de que no sonho ele chorava pela minha morte. Eu destruí toda a vontade que eu tinha de chorar, me levantei para me preparar para ir ao hospital naquele dia.Gregory já deveria estar no trabalho e ele não estaria ao meu lado nesse dia.A porta do meu quarto se abriu quando eu me levantava e eu tombei para trás quando vi o rosto de Gregory parado à minha frente. Ele tinha uma bandeja de café da manhã em mãos, estava descalço, vestindo somente um short. Por que reparei nesse detalhe do corpo dele descoberto?— Bom dia, Emma Emma.Hoje deveria ser um dia diferente, um dia em que eu iniciaria o tratamento e me traria esperança de que tudo ficaria bem depois. Mas agora estou em lágrimas, agarrando o meu marido e encharcando sua camisa enquanto ele chora comigo.Ergui meu rosto, olhei para Gregory e passei os dedos sob suas lágrimas.— O que aconteceu com você, Gregory?Um brilho de suavidade brilhou no rosto dele. Já não havia indiferença nem arrogância.— Eu não sei – ele passou a mão sobre os olhos e enxugou o rosto, sorrindo em seguida. – Agora que você foi embora, foi coCapítulo 69
Gregory.Saí do quarto para não ter que dar muitas explicações para Emma. Eu sentia que ela queria prolongar a conversa, fazer perguntas, mas eu não estava pronto para aquilo. Eu ainda pensava nas últimas palavras do médico sobre Emma.Eu não tinha certeza disso. Eu não podia negar que não havia gostado do beijo e que, de alguma forma, desejava mais um pouco de Emma. Afastei o pensamento quando alcancei o médico e me tranquei no consultório com ele. Eu continuaria mentindo para mim e fugindo de Emma por mais algum tempo.— Eu quero pedir ao senhor para não falar que Emma vai morrer – um arco se formou no rosto velho dele. — Precisamos dar a ela esperança.— Você quer que eu minta