Dwayne não conseguia acreditar no que acabara de ouvir de Draco. Como um homem experiente como Luca poderia acabar caindo em uma cilada dessas? Agora, ele estava ali, preocupado e de mãos atadas. Não podia simplesmente pegar um voo para lá sem levantar suspeitas. Sentia-se impotente. Com raiva, desferiu um soco contra a parede ao lado da porta.— Droga.— O que te tirou do sério desse jeito? Raramente te vejo assim, ou melhor, nunca.A voz feminina fez com que ele se virasse bruscamente.— Sofia? O que você está fazendo aqui? — perguntou, surpreso.— Espero que não esteja escondendo nada de mim — ela respondeu, desconfiada.— Sofia, por favor, estou ocupado agora e...— Não estou conseguindo falar com o Luca e pensei que você poderia tentar. Não dormi essa noite, tirei apenas um cochilo e sonhei com ele dizendo que me amava e que iria me amar pela eternidade... Só que depois algo o puxou para longe de mim. — Uma lágrima rolou pelo rosto dela, e Dwayne instintivamente a limpou.— Ele..
Dwayne estava absorto nos últimos acontecimentos quando seu celular vibrou. Pegou-o imediatamente e abriu a mensagem de Draco. Era uma foto de Luca em uma cama de hospital. Não suportava olhar para a imagem por muito tempo.Largou o telefone na mesa e socou-a três vezes, sem ter certeza de quando começou a chorar. Sentia-se um idiota por isso, um homem do seu tamanho derramando lágrimas. Abaixou a cabeça e deixou o choro vir, até que escutou uma voz que apertou seu coração.— Dwayne... Isso... aqui... é mentira, né? Diz que é?Ele levantou a cabeça e viu Emilly segurando seu celular.— Meu Deus, Emilly, ainda bem que é você e não a Sofia. Tranque a porta, por favor...Depois de contar tudo a Emilly, ela desabou na cadeira, os olhos se enchendo de lágrimas.— Amor, por favor, vai ficar tudo bem. Precisa ficar tudo bem.— Você conhece a Sofia, Emi. Ele não vai acordar hoje, e ela realmente vai pegar o primeiro voo amanhã. O que faremos para evitar isso?— Não vejo outra opção senão sedá
Luca despertou sentindo-se grogue e dolorido, com o som irritante de um bip constante ecoando em seus ouvidos. Olhou ao redor e percebeu que estava em uma UTI. Incomodado, retirou a máscara de oxigênio e em seguida removeu o pequeno aparelho preso ao seu dedo, responsável pelo bip incessante. Em questão de segundos, médicos e enfermeiros entraram apressados no quarto apertado, acotovelando-se para alcançá-lo. Foi então que avistou o doutor Lewis.— Luca? Nossa, graças a Deus! Por um instante, achei que hoje seria o dia em que Draco acabaria comigo — disse Lewis, aliviado.Luca soltou uma risada fraca, ainda sentindo o peso da dor.— Acho que... quero sair daqui e ir para casa.— Não dá, Luca. Dessa vez, a situação foi mais séria. Você precisa permanecer aqui por enquanto e continuar usando a máscara de oxigênio. Não pode se esforçar.— Avise o Draco que já despertei e que quero meu telefone. Sofia deve estar surtando. A gente não fica sem se falar por muito tempo, e eu preciso saber s
Luca estava deitado na cama do hospital quando ouviu o barulho característico de passos apressados se aproximando. Sofia chegou como um furacão, sua presença sentida antes mesmo de entrar no quarto. Ele conseguia ouvir sua discussão com Draco do lado de fora, que tentava convencê-la a descansar. Mas Sofia era teimosa, e não demorou para que conseguisse o que queria.Assim que entrou no quarto, seus olhos encontraram os de Luca. Ela permaneceu parada, sem dar mais um passo, a expressão de dor e alívio misturada em seu rosto, os olhos cheios de lágrimas.— Amor, são quase quatro horas da manhã, por que não foi para casa descansar? Você sabe que sua gestação precisa de cuidados — ele disse, preocupado.Ela não respondeu de imediato, parecendo perdida em seus próprios pensamentos.— Pequena, eu te amo — completou ele, suavemente.Aquelas palavras pareceram despertá-la. Sofia caminhou rapidamente até ele, hesitante, e perguntou:— Eu posso te tocar? — Apontou para o curativo no meio do pei
Após seis dias no hospital, Luca finalmente recebeu alta, mas com algumas condições.— Luca, você precisará permanecer na ala hospitalar da casa por pelo menos mais quatro dias e seguir todas as exigências médicas. Seu corpo já suportou mais balas no peito do que deveria. Você está com trinta anos, e não tem mais a mesma resistência de seis anos atrás. Sei que você é forte, mas uma hora seu corpo pode não aguentar. Não teste seus limites.— Precisa de muita coragem para falar assim comigo, Lewis. Mas você tem razão, eu vou cumprir as recomendações médicas.— Ah, mas vai mesmo. Agora você tem quatro filhos e vai criá-los até que saiam de casa.— Essa é sua maior preocupação? Temos dinheiro suficiente para criar os quatro, além dos nossos netos e bisnetos... Acho que minha falta não seria sentida.— Doutor Lewis, posso bater nele? — Sofia interveio, impaciente.— Oi? Acho que não, né!— Assim que você se recuperar, Luca, me aguarde.— Não me olhe assim, mocinha. Eu que ensinei esse olha
Sofia estava no provador, admirando-se no espelho com seu último vestido, quando uma mulher entrou e a acertou com um golpe, mencionando que Mikhai Petrov lhe mandava lembranças. Sofia não fazia ideia de quem era esse Mikhai.Apesar do impacto, a pancada na cabeça não foi suficiente para fazê-la desmaiar, mas a deixou desorientada e mentalmente confusa. Antes que pudesse reagir, a mulher a jogou no porta-malas do carro. Seu celular havia ficado na bolsa dentro do provador, o que tornava a situação ainda mais complicada. Precisaria improvisar, já que não poderia se esforçar muito devido à gestação. O jeito seria usar a cabeça.O carro parou e Sofia ouviu a mulher falando:— Eu trouxe a princesinha para o Mikhai, como ele pediu. Está no porta-malas, só não sei se está viva. A coisinha é pequena, parece uma criança.Ela debochava da altura de Sofis e ria. Isso a irritava profundamente. Por que todos implicavam tanto com sua altura? Ela tinha 1,58m, o que não era tão baixo assim. Mas, de
Depois que Eleonora foi embora, Sofia sabia que precisava ganhar tempo. Ao mesmo tempo, a preocupação a deixava inquieta. Ela tinha certeza de que Luca não reagiria bem a essa situação, e, apesar de já não se abalar tanto quanto antes, sabia que ele não estava em seu melhor dia. Precisava limpar a mente e se concentrar.— Tenho até pena de você... Mentira, não tenho não. — disse Natasha, com um sorriso cínico.— Eu também não tenho de você, principalmente quando Luca souber que você colocou essas patas imundas em mim. — Sofia retrucou sem hesitação.Quando Natasha ergueu a mão para lhe dar um tapa, uma voz grave e rouca interrompeu:— Nem pense em danificar a mercadoria, Natasha.— O que esse imbecil disse? — Sofia ergueu a voz, deixando claro que a provocação era intencional.— Garota insolente. Este homem é Mikhai Petrov. Abaixe a cabeça e não fale com ele sem permissão. — Natasha repreendeu-a, irritada.— Ai, sua voz é tão irritante. Seja lá quem for esse Mik sei lá o quê, não sou
Com tudo o que havia acontecido e com a morte de Mikhail Petrov, Luca precisou chamar Dmitri. Ele conhecia bem o velho inimigo e era essencial saber o que esperar após sua morte. Afinal, Sofia havia matado o desgraçado que queria abusar dela e vendê-la. Luca teria tido o maior prazer em torturá-lo, mas agora precisava se concentrar na sua recuperação.Na noite anterior, Draco entrou em contato com Dmitri, que estava na Rússia e chegaria apenas à noite. Enquanto isso, Luca iniciava pequenos exercícios para recuperar sua melhor forma. Seu ombro e seu braço precisavam se fortalecer o mais rápido possível.Sofia estava na sala em uma chamada de vídeo com as crianças e já fazia mais de uma hora que brincavam, até que um menino de quase quatro anos passou correndo pela sala com um avião de brinquedo.Ao encerrar a chamada, ficou observando o pequeno, que corria para lá e para cá com seu aviãozinho. Seu rostinho possuía traços marcantes e seu cabelo preto caía sobre os olhos em uma franja ad