Emma tinha uma mulher incrível ao seu lado. Ela e Victoria se conheceram em um grupo de Alcoólicos Anônimos (AA). Emma estava lá porque, em um dos episódios mais graves de sua vida, atropelou uma pessoa enquanto dirigia embriagada. Na verdade, já era a terceira vez que aquilo acontecia. Como parte de sua condicional, era obrigada a frequentar as reuniões do grupo de apoio. No começo, foi contra sua vontade, mas, olhando para trás, percebia que aquela havia sido a melhor decisão de sua vida. Foi lá que viu Victoria pela primeira vez. Linda, ruiva... Logo pensou: — “Quero essa ruivinha para mim.” Oi, me chamo Emma. E você? — Muito prazer, Emma. Eu sou Victoria. O que te trouxe aqui? Emma decidiu ser sincera. Se quisesse que aquilo desse certo, não poderia mentir. — Uma das condições da minha condicional era vir para essas reuniões. — Eu também estou aqui por causa da condicional... — Victoria sorriu de canto e, sem rodeios, perguntou: — O que você fez para ir presa? — Atropelei
Sofia chegou a Markham sob uma forte chuva. Estava ali para surpreender Luca, depois de tirar três dias de folga. Quando voltasse, Emilly viajaria para ficar com Dwayne. Ela estava ansiosa para vê-lo, afinal, já fazia meses desde a última vez que se encontraram.Ao chegar à base, foi recebida por Dwayne, que lhe informou que Luca estava no quarto. Ele a levou até a porta e, ao abri-la, Luca se surpreendeu ao vê-la.— Amor, você por aqui? Eu estava com tanta saudade — disse ele, abraçando-a com força.Para a surpresa de Sofia, ele começou a chorar. Ela também sentia falta dele, mas algo no comportamento de Luca parecia errado.— Aconteceu alguma coisa? — perguntou, preocupada.— Eu só quero sentir você mais uma vez, amor, só mais uma vez. — ele respondeu, antes de beijá-la e começar a despi-la.Fizeram amor intensamente, e Sofia percebeu o quanto Luca estava concentrado nela. Aquilo só reforçou sua suspeita de que algo estava errado.O jeito como ele apertava o corpo dela contra o dele
Sofia voltava para a base, mas, sinceramente, não queria olhar para Luca naquele momento. Assim que entrou no quarto, ele se levantou para ir até ela, mas sua voz o deteve. — Pare onde está. — Amor, eu sint... — Para de falar também. Ela ainda não havia decidido o que faria, mas, ao encará-lo e lembrar-se da história de Emma e Victoria, finalmente soube como agir. Além de ser uma forma de lidar com sua mágoa, ajudaria Luca a mudar. — Você vai me deixar? — ele perguntou, apreensivo com a voz embargada. — Eu deveria, não é? Mais uma vez, você me traiu. Mesmo que tenha sido sem intenção, ainda assim me traiu... Ou quase. Ainda não sabemos ao certo. — Amor, eu... — Eu não disse que você pode falar — cortou ela. — Aqui estão as minhas condições para eu não pedir o divórcio agora mesmo. Luca assentiu rapidamente. — Se você não me deixar, faço qualquer coisa. — Primeiro, você vai se inscrever no AA. Isso é inegociável. Segundo, você nunca mais vai colocar uma gota de álcool na boc
Dwayne estava em Markham quando Emilly chegou, linda como sempre, e agora exibindo uma barriguinha de grávida que começava a aparecer sutilmente. — Loirinha, que saudade! Você está incrível. Ela sorriu, mas seu olhar logo ficou mais sério. — Desculpa, moreno. Era para eu ter vindo há uns quinze dias, mas, depois do que aconteceu entre Sofia e Luca, não pude deixar minha melhor amiga sofrendo daquele jeito. Dwayne franziu a testa, confuso. — Como assim sofrendo? Eles saíram daqui bem. Luca me disse que precisavam voltar porque surgiram alguns problemas que ele precisava resolver... Me conta tudo, amor. Já no quarto, Emilly explicou tudo o que havia acontecido. Dwayne ouviu atentamente, sentindo a irritação crescer ao perceber que Luca não lhe contou nada. Ele achava que Dwayne já estava sobrecarregado com o trabalho e, por isso, decidiu não envolvê-lo. Mas, já que não pôde ajudar antes, faria algo agora. Depois de passar um tempo com Emilly e matar a saudade — e se esforçar para
Já fazia quase dois meses e Sofia ainda mantinha o castigo, Luca continuava frequentando as reuniões do AA, evitava falar com ela a menos que fosse necessário e, como combinado, não dormia na cama ao lado dela. Nem sequer podia beijá-la. Aquela situação estava começando a deixá-lo louco. Ele não a traiu, apenas bebeu e ficou seminu. Mas, por ter outra mulher com ele naquele dia, Sofia decidiu ser implacável. No entanto, Luca estava começando a se cansar. Sentia falta de dormir com ela, de fazer amor, de seus carinhos, de suas conversas, de seu comportamento doce e gentil. Sentia falta dela. Uma batida na porta interrompeu seus pensamentos. — Senhor Moretti, o Tommaso está aqui para falar com a Senhora Moretti l. Luca estreitou os olhos, irritado. — Diga para ele que pode ir até o escritório. Quando Tommaso entrou, encontrou Luca já impaciente. — O que você quer com a minha mulher? — perguntou, sem rodeios. Tommaso sorriu de lado. — Sério que ainda me considera um riv
Sofia cruzou os braços e olhou firme para Luca. — Eu não vou embora até você me responder uma coisa. Você bebeu? Ele ergueu as sobrancelhas, claramente irritado. — Essa pergunta é séria? Eu realmente preciso responder? — Eu fui até o escritório, Luca. O cheiro de uísque estava forte. Agora responde minha pergunta... Luca se levantou, visivelmente chateado, e caminhou até ela. Antes que Sofia pudesse reagir, ele segurou seu rosto e a beijou com intensidade, a língua de Luca deslizou pela língua de Sofia convidando-a para uma dança sensual. O corpo dele gritava e ansiava por um toque dela, ele quis caprichar nesse beijo dando leves mordidas no lábio dela fazendo-a lembrar do amor deles. Quando Luca ouviu Sofia gemer parou o beijo e sussurrou com dificuldade: — Está sentindo gosto de uísque na minha boca? Ela se sentiu tonta com aquele beijo, mas, na mesma intensidade com que a segurou, ele a soltou. — Desculpa, é que... — Não dá para confiar em um alcoólatra, não é? — Ele riu,
Sofia suspirou, sentindo o peso da situação sobre seus ombros. Justo agora que estava se acertando com Luca, Enola surgia para atrapalhar tudo. Não poderia mais adiar, precisava contar a verdade para ele. — Amor, podemos conversar? Luca sorriu ao ouvi-la chamá-lo assim. — É tão bom ouvir você me chamar de amor... Repete, por favor. Eu amo ouvir isso. Eles estavam na porta do escritório quando Luca começou a beijá-la, empurrando-a suavemente na direção do quarto. Assim que chegaram, Sofia se afastou, determinada a manter o foco. — É sério, amor, preciso mesmo falar com você. — Pode ser daqui a dez minutos? Ela franziu a testa. — Por que você quer dez minutos? A resposta veio mais rápido do que ela esperava. Luca avançou sobre ela, sem dar espaço para argumentos. Só trinta minutos depois, com muita insistência, Sofia conseguiu fazê-lo se sentar na cama para ouvi-la. — Já que não posso te fazer delirar e gritar meu nome mais algumas vezes... Fala então, amor, estou ouvindo. El
Nayla continuava falando sobre as atrocidades que teve que suportar nas mãos de Ellen. Enquanto relatava tudo, mantinha o olhar fixo em Sofia, como se a culpasse por algo que não tinha nada a ver com ela. Sofia suspirou. Precisava explicar para aquela garota boba o que sua nada querida tia lhe fizera. Talvez assim ela entendesse que compartilhar o mesmo sangue não define caráter. Luca, ao seu lado, não gostava nada da maneira como Nayla a encarava. — Não gosto do jeito que ela está te olhando. — Calma, amor. Não foi só a minha vida que Ellen destruiu. Luca cruzou os braços, desconfiado. — Melhor você se explicar, porque estou começando a pensar que estou incluído nesse "destruiu" aí. Sofia olhou para ele com seriedade. — Você lembra de tudo, né? Ela tentou me vender para o Dmitri. Antes disso, fingiu estar com a mesma doença que matou minha mãe. Depois, tentou me vender de novo... E dessa última vez, se tivesse conseguido, você nunca mais teria me visto. E, antes de morrer, ain