Um

Mansão dos Giancarlo na Itália

Dezembro de 1995

O Dr. Robert convocou uma reunião com a família de Ryan de Giancarlo, família que era adotiva, pois seus verdadeiros pais haviam morrido e o deixado muito novo com sua guarda para sua tia Nancy, e foi esta família que estavam reunidas junto com seus dois melhores amigos. Ele havia falado com a tia Nancy uma semana antes sobre a saúde de Ryan e naquele momento todos os seus amigos se reuniram para lhe dá força, mas Ryan estava em estado de choque com as novidades sobre si mesmo, ele pensava já estava bem e curado, e esta notícia foi como se uma bomba tivesse explodido em cima da sua esperança e dos seus sonhos.

Ryan estava tão calado, que parecia não estar nem escutado o que médico falava Resmungou algo incompreensível e inaudível para as pessoas ao seu redor naquele momento sua dor era só sua, ninguém poderia ajudá-lo. Sua vida já não tinha sentido sem sua amada e agora ela seria apenas uma sombra em algum lugar do mundo, parado atrás de seu único e verdadeiro amor que neste momento tinha pedido para sempre. Ninguém seria capaz de compreender, ele tinha pedido sua verdadeira razão de viver. Só Breno sabia a dimensão da sua dor, e ele era o seu melhor amigo, como irmão. Ambos compartilhavam do mesmo sonho. Era único que sabia sobre a Letícia e de todo o seu projeto para o futuro com ela, mas no fundo ele sabia por que Breno o entendia e ele também havia sofrido a perda de um grande amor e ele sabia que Breno nunca havia se recuperado daquela perda.

— Esta porcaria de silêncio me assusta — falou Pietro. — Ele a ama muito e não deve estar cedo fácil receber uma notícia dessas quando pretendia lutar pelo seu amor, e agora tem que deixá-lo.

Pietro comentava isso enquanto observa Ryan escrever sua última carta para Letícia. Nela ele falava de todo seu amor e sua luta para viver, procurava palavras para expressar todo o seu sentimento. Contava que nunca havia perdido a força de lutar pela vida e que aquele acidente enquanto servia o seu país e a descoberta da sua doença foi à única coisa que o impediu de estar com ela, mas a sorte de ter encontrado o seu número no chat de bate papo o fez perceber que havia encontrado o seu verdadeiro e único amor, apenas o fato de ter que ir servir ao seu país na semana seguinte que a tinha conhecido o ajudava, e a doçura da sua voz o fazia sobreviver cada dia que passava naquele inferno. Só Deus sabia como é ruim perder quem amamos, mas se aquele acidente não estivesse acontecido eles já estariam juntos, e como seu sangue é diluído como água, assim foi levada, com ele todas sua esperança. Seu único pensamento era saber que jamais a conheceria, e que o seu amor virtual só aumentava sua dor e que jamais passaria daquilo e seu plano e sonho foi tudo jogado no ralo.

Em pensamento Ryan se perguntava se um dia ela saberia que sempre existiu amor de verdade, que não era um amor platônico ou elusivo como todos afirmavam, ela era a razão do seu viver. Era um encontro de duas almas que mesmo a distância viviam um amor sem fim.

— Queria tanto que ela pudesse ler esta carta — resmunga Ryan. — É a representação de todo meu amor, tudo que sinto está aqui nesta folha e cabe a vocês meus amigos, Breno e Pietro, entregá-la depois que eu me for. Quero que vocês entreguem para Letícia todas as cartas e a aliança que comprei para nós. Preciso da palavra de honra de vocês de que vão entregar.

Breno e Pietro ficaram em silêncio, no fundo eles sabiam que Letícia não merecia ler aquelas cartas, então não tinham intenção de entregá-la.

O coração de Ryan fez uma oração silenciosa pedindo que Deus a protejesse e a ajudasse a ser feliz onde ela estivesse. 

Os dois não tiveram tempo de responder, Nancy os chamou.

— Vamos, irmãos! — chamou Pietro, o olhar do amigo era de uma dor profunda, que Pietro até desejou estar no lugar dele.

— Vamos camarada, só estou dando uma última olhada, ela é linda? — Ambos apenas simulam um sim com a cabeça ficaram olhando Ryan que olha para o maldito quadro pintado naquela parede. Aquele quadro que ele mesmo o havia ajudado a pinta, mas uma coisa tinha que admitir ela era linda e o seu sorriso era a coisa mais natural que existia e isto fascinava não só Ryan como aos amigos também que no fundo gostariam de conhecê-la, mas sabia que devido à situação isto seria improvável talvez ele nunca mais voltasse olhar aquele maldito quadro.

— É linda e é sua, meu camarada. — Respondeu Breno. Naquele momento ele viu uma lágrima escorrer pelo olhar do Ryan e aquilo o atingiu como uma flecha partindo a sua alma ao ver seu amigo chorar.

Naquele instante ouviu, mais uma vez a voz de Nancy o chamando para realidade fatal, como terminaria esta jornada só Deus sabia.

— Vamos.

— Cara você vai voltar e fazê-la feliz.

— Não, você ouviu o Dr. Robert! — O grito dele ecoou pelo o quarto e o seu semblante era de puro desespero.

— Cadê o cara que lutou bravamente na marinha americana, que foi voluntário para pior missão, o cara que se formou em advocacia com muito louvor, que teve a família perseguida pela máfia Itália, foi temido pelo traficante?  Que isso amigo, da forma que você fala até parece que desistiu de viver. Cadê o cara que nunca deixo se abater diante das piores missões, o cara que escolheu marinha americana invés de servir aqui no seu país?

— Do que adianta tudo isto, se justamente esta minha aventura foi o que me separou da felicidade.

— Serviu para você sempre saber que jamais deixo de entrar e uma boa briga. — Naquele momento ele sorriu.

— É mesmo, Ryan, coração de manteiga— Falou Pietro entre sorrisos aproveitando o momento de bom humor do grupo.

Entre o clima de camaradagem Ryan foi viver seu último desafio, isto ele sabia que não iria vencer, se vencesse não voltaria para sua antiga vida, seu destino estava traçado. Só ele e a tia Nancy sabiam como seria difícil a nova vida. 

— Vê-lo partindo assim tão triste e sem esperança fez nosso coração se partir Cléo, você jamais entenderia isto e nenhum momento você poder até compreender ou fingir entender, mas nunca saberá o que sentimos ao ver aquela cena ver o cara cheio de sonho sair derrotado e entre lágrima isto você jamais vai entende. Nunca, Cléo.

Talvez a Letícia jamais o amasse de verdade, talvez fosse tudo uma brincadeira, mas na sua realidade ele amava, seu coração tinha se magoado várias vezes, mas ele com seu grande coração haviam perdoado, todos sabiam que poderia ou não voltar, apenas uma pessoa naquela maldita sala mantinha a esperança, que era sua mãe adotiva, e a única que acreditava nesse amor virtual. Seu único e verdadeiro amor virtual.

Ryan 

Cinco meses depois.

— É, Pietro, essa caixa. — Gritou Breno.

— Ela fica aqui.

— Não cara, vamos entregarar como era o desejo dele.

 Pietro continuou e silêncio.

— Cara, a gente fez uma promessa, você não vai querer quebrá-la. — Retrucou Breno.

— Não, ninguém prometeu nada, não chegamos a responder e também ela nunca mereceu saber a verdade, ela o traiu.

— Diga um bom motivo para que a gente cumpra este desejo Bem?

— Pietro, o Ryan queria que a gente entregasse para ela. 

— Promessa é uma promessa, e isto parceiro nós prometemos.

— Não prometemos nada, Breno, que droga, quando você vai entender isto. Ela não merece! Entendeu?

— Droga, Pietro! Larga de ser rancoroso cara. — Breno sabia o porquê da dele estar assim, mas tudo que ele queria era se livrar daquela história porque senão ela seria um fantasma por toda sua vida.

— Eu sei que ele queria, mas para que isto? É ilusão do Ryan ele não amava, era apenas um sentimento superficial.

— Não seja egoísta, você não sabe você não o Deus da verdade, não sabe o que se passa no coração da pessoa Pietro.

Mas Pietro sabia dias após a morte de Ryan ele havia feito algumas investigações junto com seu amigo agente da Cia, e o que ele descobriu não foi fácil de aceitar.

Letícia era bela igual as fotos, morena 1,55 de altura olhos castanhos com corpo perfeito nem magro nem gordo, não era igual a muita mulher que se mata nas academias, o seu corpo era natural, mas no fundo era insegura e tinha gênio indomável, sua própria opinião era o que importava, era difícil de acreditar que inúmera vezes ela aceitava o conselho do Ryan, talvez fosse amor ou apenas respeito. Quem vai entender o coração das mulheres?

Mas o seu coração era traído e superficial, e ela não merecia saber a verdade, e nunca ia saber se dependesse dele, ele jurou assim mesmo diante do caixão lascado dele, mas era outra coisa que ia verificar a sua morte estava muito estranha e ele não entendeu o porquê do caixão lascado.

Ela vive no Brasil com a sua nova família e o cara que havia se juntado, enquanto Ryan lutava pela vida.

— Ah, fala sério ,Breno, Ryan está morto.

— Para ela era aperna virtual ou talvez interesse financeiro, muitas vezes no nosso trabalho somos chamados de mercenários, mas verdadeira mercenária é ela, pelo que eu a sabia ela o enganou deste o começo, por mim jamais descobriria a verdade.

— Não, Breno isto fica aqui. — Breno olhava abismado.

Mas respeitaria o Pietro, mais tarde ele mesmo entregaria a carta para Letícia, quando sofrimento dele diminuísse. Mas Pietro não viu puramente a verdade, no fundo Letícia sentia saudade de Ryan e buscava por notícia sua, no fundo ela o amava, pois ele havia ajudado não somente financeiramente, mas também com seu carinho e dedicação, era com Ryan que ela sorria e se sentia viva, mesmo com a distância.

 

 

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